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"Ela era a minha garota
Eu posso nunca tê-la de volta."

- The Neighborhood.

• Astrid Montauban-Bressuire

Consolar Victoria foi difícil. Mesmo que eu só tenha a falado que estava tudo bem e que a família ficaria feliz por ela e por Tom e que eu estaria ali para a ajudar em tudo, foi dolorido. Era imensurávelmente difícil a dar apoio naquele momento, mas eu o faria independente do quanto aquilo doesse em mim, independente do quanto machucasse. Eu não podia ser egoísta naquele momento, depois que o susto passasse e ela conversasse com seu noivo, eu sabia que ela ficaria feliz. Eu estaria ali para ela, como ela esteve lá para mim.

Minha mente corria a milhão quando adrentei aquele lugar tão conhecido por mim. As paredes eram da mesma cor, o sofá que eu havia escolhido e eu podia ver que a sacada continuava com os mesmos móveis que haviamos escolhido juntos. A casa era de Max, mas nós havíamos escolhido os detalhes juntos. Eu me sentia sufocada, sufocada por lembranças que eu pensava estarem trancadas a sete chaves em meu cérebro, sufocada com o cheiro do perfume amadeirado que eu conhecia tão bem e que se espalhava por aquele apartamento que um dia eu cogitei chamar de casa.

- Talvez tudo fosse diferente se ele estivesse aqui. - Falei baixo quando tentava sair do apartamento sem fazer barulho, mas o ver segurando aquela foto me fez parar. - Eu não sabia que estava com você, achei que tivesse a perdido.

- Guardei junto com todas as outras. - Ele sorriu sem mostrar os dentes enquanto eu me sentava ao seu lado. Era tão estranho estar tão próxima a ele, eu me sentia eufórica e em paz, mas eu também me sentia nostálgica e como se meus órgãos tivessem entrado em falência múltipla e eu estivesse a um passo de morrer. Aquilo me assustava, eu precisava o esquecer. - Como ela está?

- Nervosa, mas conversei um pouco com ela e acho que vai ficar tudo bem, você devia se desculpar. - Ele apenas assentiu desviando o olhar do meu rosto para o papel em suas mãos. Mordi meu lábio inferior começando a me sentir incomodada, então me levantei para ir para casa. Eu não podia e não queria estar ali, dá próxima vez, Victoria que vá até mim. - Eu vou indo, foi bom te ver, Max.

- Eu sei que você odiou me ver, eu te conheço, As. - Emilian riu nasalado com um sorriso triste. Eu podia sentir meus olhos marejarem, eu não podia ficar mais nem um minuto ali ou não saberia o que seria capaz de fazer. - Você se lembra desse dia?

- Como eu poderia esquecer? - Sorri para a doce memoria dos dias que passamos em Santorini. Poucos dias antes da viagem nós haviamos descobrido o sexo do bebê e durante o jantar contamos que Michael - sim, uma clara homenagem a Schumacher. - viria ao mundo em pouco mais de quatro meses.

- Nós passamos por muitas coisas juntos. - Ele disse pensativo e eu corcordei com um asseno da cabeça.

- Eu fiz isso para ele. - Sorri o mostrando meu dedo mindinho onde uma delicada letra M estava tatuada. - Algumas pessoas acham que é para você, então quando elas perguntam eu apenas falo que sim para não ter que explicar toda a situação.

- Não é 100% mentira. - Ele sorriu para mim. Como senti falta daquele sorriso, dos seus olhos, de sua pele contra a minha. - Você ainda tem as coisas dele?

- Todas elas!

- Eu posso as ver um dia? - Ele perguntou olhando em meus olhos, apenas mordi meu lábio inferior e encarei o chão. Max é, era, o pai de Michael, ele tem direito de ver as coisinhas do filho, mas ainda assim, eu queria aquilo? - Desculpa, eu entendo, não precisa se preocupar com isso.

- Está tudo bem, você pode ver, ele não era só meu filho. - Tentei sorrir mas o que consegui foi uma careta. Senti meus ombros serem abraçados firmimente e o perfume amadeirado que me trazia tantas lembraças me entorpecerem, quando lagrimas jorraram de meus olhos e eu me senti segura instantaneamente. - Me – me desculpa.

HOMECOMING | MAX VERSTAPPEN ☑️Onde histórias criam vida. Descubra agora