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"Todos os meus amigos são falsos, porque eles me disseram que aquela merda não era real, era coisa da minha cabeça."

- Bülow

• Astrid Montauban-Bressuire

- Max! - Um gemido arrastado saiu por entre meus lábios quando senti beijos molhados descerem pelo meu pescoço, as mãos largas apertavam meu quadril.

- O que você disse? - Abri meus olhos no mesmo instante em que senti os beijos pararem, a voz diferente me atingiu e as mãos empurrarem meu corpo para o lado de maneira rude. - É sério, Astrid?!

- Niki, eu - me desculpa, foi sem querer. - Não, não e não! Eu não podia ter feito aquilo, o que tinha de errado comigo? Eu não podia estar pensando nele enquanto estava com outro, meu Deus. - Niki!

- Eu vou dar um volta, você vai se atrasar. - O ruivo respondeu grosso, vestindo sua camiseta e saindo do quarto de hotel, batendo a porta da frente. Suspirei fundo caindo para trás na cama macia de lençóis brancos.

Max Verstappen não saia da minha cabeça e a imagem dele beijando minha melhor amiga, também não. E pensar que Emily era a segunda garota com quem eu havia arrumado confusão por ele, primeiro Grace e agora Tanaka, minhas mães deviam estar tão decepcionadas, elas me ensinaram melhor do que isso. No entanto, havia algo sobre ele que me consumia, era como se fôssemos dois ímãs, eu me sentia unida a ele de formas estranhas e desconhecidas, parecia que nosso amor era de vidas passadas. Era assim que eu me sentia sobre ele, pura e honestamente.

Se me perguntassem o porquê de eu o amar tanto eu não saberia dizer. O que havia de especial sobre ele? Eu poderia encontrar aquilo em outra pessoa? Era Nikideemus essa pessoa? Estava eu apenas perdendo tempo com o finlandês? Usando e brincando com os sentimentos do pobre coitado que parecia gostar muito de mim? Eu estava sendo egoísta? Eu me fazia essas perguntas o tempo todo e a responde era sempre a mesma: ninguém me tocaria como ele, ninguém me amaria como ele, ninguém seria Max Verstappen.

Eu sentia um calafrio todas as vezes em que pensava naquilo, imaginar que nossas decisões nos levaram a separação oficial, imaginar que meu futuro relacionamento seria uma incógnita, era tudo tão estranho e tão assustador. Justo quando eu estava me acostumando a não o ter, ele voltou para a minha vida como um furacão, levando consigo cada curativo que aos poucos eu havia feito em meu coração e me deixando sem rumo novamente, confusa e carente. Eu não gostava daquela sensação, a sensação de eu morreria sem ele, eu já havia superado uma vez e superaria de novo, era tudo uma questão de tempo, eu sabia.

Só que era muito mais difícil dar um tempo quando eu tinha Victoria em minha vida, quando eu tinha perdido Emily, que na primeira vez foi a única pessoa que consegui me tirar do fundo do posso em que eu estava e me mostrou que eu era muito mais do que a simples namorada de um piloto, que havia me mostrado que eu era mais forte do que aquilo e que eu já havia enfrentado coisas piores em minha vida. Eu sentia tanta falta dela quanto a do neerlandês, pois ela havia sido minha base após ele, mas eu não podia aceitar aquilo, eu não podia mais confiar nela, nós nunca seríamos as mesmas e a prova daquilo era estarmos ali juntas de corpo, mas separadas de alma.

As Bahamas era oficialmente um dos lugares mais lindos que eu já havia visto na vida, a areia era tão branca e o mar tão turquesa quanto se podia imaginar. O clima tropical era abafado e o mormaço era muito alto, mas nada daquilo importava muito com a vista privilegiada do quarto eu que eu estava dividindo com Koskinen. Se fosse em outra época eu o dividiria com a Nipo-estadunidense, já que Max nunca poderia viajar para aquele lugar no meio da temporada, nós fariamos a noite do pijama e assistiriamos 'As Patricinhas de Beverly Hills' tomando vinho e comendo chocolates.

HOMECOMING | MAX VERSTAPPEN ☑️Onde histórias criam vida. Descubra agora