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"Além dessa porta
Há paz, eu tenho certeza
E eu sei que não haverão mais
Lágrimas no paraíso."

- Eric Clapton

*Novembro de 2017*

- Max! - A voz irritada da loira, gravida de 6 meses, ecoou pelo apartamento. Enquanto o rapaz arrastava sua mala até a porta da frente, tentando manter-se calmo pois sabia que aquele drama exagerado era pela gravidez. - Você não pode ir embora assim!

- Liefde, eu vou passar 5 dias fora, trabalhando, você não vai ter o nosso bebê nesses dias, podemos terminar de montar o berço quando eu voltar, pode ser? - O piloto questinou-a de maneira calma com um sorrisinho fraco nos lábios, ambas as mãos no rosto mais cheio da mulher acariciando-lhe as bochechas, que assentiu contra gosto. - Vem aqui, baby.

Astrid estava cada dia mais encantada com a maneira carinhosa e protetora que Max estava agindo com ela. A garota passava algumas horas do seu dia imaginando como ele seria um pai incrível, como Michael se pareceria com ele, como seria a sensação de segurar o próprio filho nos braços e sentir seu cheirinho de neném, como ele protegeria o filho deles e em como eles estavam amadurecendo e crescendo juntos, como uma família. Mesmo que a gravidez não fosse planejada, eles não podiam estar mais felizes do que naquele momento de suas vidas.

- Senta aqui, amor. - O neerlandês deu duas batidinhas no lugar ao seu lado no sofá preto confortável, onde a ajudou a se sentar da maneira mais confortável possível. Plantou um beijo na bochecha de Astrid que sorria boba, enquanto uma de suas mãos acariciava a barriga redonda. Emilian jurava que nunca havia visto sua noiva tão bonita quanto ela estava na gravidez, aquilo combinava com As, ela parecia mais feliz do que nunca, parecia ter a dado um brilho especial. - Eu amo vocês dois!

- Nós também te amamos, bébé. - Respondeu sorridente, juntando os lábios nos dele em um veijo calmo e apaixonado. - Volta para mim, ok? Não bate em ninguém, não bate nas barreiras de proteção também.

- Eu nunca bato em ninguém, as pessoas que batem em mim! - Respondeu com um sorriso amarelo. - Você sabe que não precisa se preocupar, vou ficar bem, assim como fiquei o ano inteiro.

- Eu não consigo controlar. - Franziu os lábios o fazendo rir. - É sério, Max! Estou com um pressentimento ruim, não quero que meu filho seja órfão.

- Ninguém vai morrer, As. - Falou revirando os olhos, a escutando bufar. - Eu preciso ir, mijn liefste, não posso me atrazar. Você sabe que precisa ligar para suas mães se precisar de qualquer coisa, não sabe?

- Sei, Max. - Respondeu o puxando para seus braços, o abraçando como se sua vida dependesse daquilo. Verstappen não ligava da mulher estar tão sensível e carente, gostava de que ela queria ficar com ele o tempo todo pois não queria ficar longe dela, mesmo que ela não estivesse mais o acompanhando a nenhuma corrida a pouco mais de dois meses. - Eu te amo!

- Eu também amo você, linda. - A beijou uma última vez, antes de se abaixar na altura do ventre da mulher e plantar um beijo ali. - Não incômoda muito sua mamãe, filho, você não vai gostar de ver ela irritada. Eu amo você, bebê.

Ao sair pela porta em direção a Abu Dhabi, Max não fazia ideia de que aquela seria a última vez que veria Astrid com sua linda barriga de grávida, não fazia ideia de que estava prestes a enfrentar os piores meses de sua vida e que teria que ser forte como nunca fora na vida. Ele pensava que seu ano havia sido péssimo, 7 DNFs em uma única temporada, um terrível 6° lugar no mundial de pilotos mas nada se comparava aquilo. Nada se comparava a dor que ele sentia.

HOMECOMING | MAX VERSTAPPEN ☑️Onde histórias criam vida. Descubra agora