Capítulo 27.

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Quando deu umas sete da noite, eu fugi da muvuca e fui me sentar de baixo de um coqueiro, em uma cadeira de sol, lá era silencioso e meio afastado, eu já estava com dor de cabeça de tanta festa. 

Fiquei olhando o mar que parecia brilhar de noite, era tão lindo, alguns vagalumes apareciam e sumiam, a água da praia molhava a areia de forma lenta e harmônica. A paisagem parecia ser feita a lápis de tão linda que era.  

Peguei meu celular e entrei no Instagram, a primeira coisa que vejo é uma foto de Nayeon beijando Jaebum, aperto o celular em minha mão e trinco os dentes, mas respiro, por que eu estava assim? Pelo menos um merecia o outro, pelo menos agora Jaebum me deixaria em paz. 

– Priminho. – ouço a voz dele e ele mesmo se senta ao meu lado, seu perfume forte já toma conta do ar. 

– Oi, priminho. – digo sem ânimo.

– Por que saiu da festa? 

– Dor de cabeça, e você? – me viro e ele está me encarando. 

– Do mesmo jeito. Mas, me fala o porquê do seu rosto está mais feio que o normal? 

Sorrio com sua fala, e sem querer retrucar, pego meu celular e mostro a foto do casal do ano.

– Meu ex-namorado e minha ex-melhor amiga estão namorando, isso é lindo, né? – digo e reviro os olhos.

– Desabafa, pimentinha. 

– Não vou desabafar com você. – falo e cruzo os braços.

– Eu posso ser seu amigo só esse minutinho, e, também posso tentar te entender.

– Ah... É complicado, Jungkook.– suspiro e olho pro chão.

– Eu já sei da metade, da coisa mais séria. Sei que ele tirou fotos suas nu e divulgou na escola, que te traiu com sua melhor amiga, e que te fez aquele hematoma no braço, o que mais tem pra falar? – viro meu rosto e engulo o seco, olho dentro dos olhos dele.

– Eu simplesmente peguei ele e minha melhor amiga na cama, ele me traía tinha um tempo com ela, mas eu era ingênuo demais pra acreditar ou descobrir, e uma hora, na casa dela, eu peguei os dois no flagra. Depois disso, que as fotos foram divulgadas, fotos e vídeos, as pessoas riam de mim, me colocavam apelidos, foi muito ruim. Infelizmente a diretoria não entrou em contato com meus pais, sei bem como meu pai é, ele iria querer processar a escola e cada aluno que me fez chorar naquele maldito banheiro masculino, você não sabe como é ruim ser chamado de puta, corno, ver os meninos dizendo que eu tinha uma bela bunda, e que mesmo sendo héteros me... Me... – não consigo completar, sinto meus olhos arderem e sua mão quente segurar a minha.

– Não é fácil, sei porque passei pela mesma situação, vi a mulher que achava que era o amor da minha vida sentando no colo de um cara no apartamento dela, naquele momento eu me perguntei: será que não fui bom o suficiente? O que fiz de errado? Eu amava a Momo, por isso era tão cego. – diz e aperto sua mão. 

– Talvez não seja por conta que você não a satisfez, mas, sim, porque ela não te merecia. – digo convicto e ele meio que da um sorrisinho de lado. 

– O importante é que tudo passou, entende? O agora é agora, passado é passado e não tem como mudar, mas o futuro sim, e a Momo que se foda junto do Jaebum e essa amiguinha dele. – diz de forma engraçada e dou um sorriso.

– Olha só... Falando palavrão. 

– Olha, cala boca, você não escutou nada. – diz rindo e também dou um sorriso. 

Ficamos encarando o mar de mãos dadas, o calor dele era transmitido para mim, de certa forma me aquecia e me acalmava, ele podia ter seu jeito durão, mas me fazia bem.

Paraísos Perdidos. [Vkook • Taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora