Como As Estrelas Morrem: A Caixa De Pandora

CAPÍTULO XXV

Dias atuais
Marjorie Pinheiro

Laurensmile Kate. Era ela. Então eu não me enganei ao pensar ter ouvido a sua voz no corredor.
Era um nome intrigante, para uma garota ainda mais intrigante.
Repeti o seu nome durante horas até gravar. Quero dizer, quem dá esse nome a uma filha?
Fiquei me perguntando durante dois dias e quando vi o carismático da última vez, perguntei o significado por trás do nome. Ele me disse entre uma risada e uma pontada de dor que também gostaria de saber.
—Talvez você a deva perguntar quando ela vier me ver!
Foi o que ele sugeriu e aqui estou —apesar de acreditar que nessa altura do campeonato ela já não viria mais — encarando o seu olhar — pretos dessa vez —, com mais delineador do que eu usaria para vir ao hospital, mas se ela era a namorada dele, então fazia sentido se embelezar. O seu cabelo não tinha o arco íris de antes, era só uma mistura de azul, roxo e rosa, em formato dégradé que junto com todo o seu estilo se torna tão natural quanto o sol escaldante do verão.
Seu sorriso se fechou e o seu olhar pareceu decepcionado, talvez por ter sido interrompida, então abri a porta novamente e saí, tão rapidamente/abruptamente quanto entrei. Ela não parecia estar mais presa e ele ainda não havia me contado o porquê sua amiga de apenas dezoito anos foi parar numa prisão.
Seus amigos também não comentaram nada. Poderia ser impressão minha, mas eles não tocavam muito no nome dela ou sobre como ela estava na presença do mal humorado que me encurralou no banheiro feminino há umas semanas atrás.
Parece muito infantil, mas todas as vezes que os três se reúnem, eu fico à espreita como uma velha fofoqueira. Não é para saber sobre o que conversam, e sim para tentar sentir como é ter uma vida com pessoas de verdade, que estão fazendo mais que apenas existir.
Será que eu ainda tenho essa chance?
A chance de ter uma família assim?!