CAPÍTULO XX

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Dias Atuais

Kate Moraes

 Alice e eu acabámos de montar um mapa com uma linha do tempo sobre como tudo pode ter acontecido e o que Jorie quis dizer especificamente.

– E aí? - Ela me perguntou.

– Ainda não vejo nada.

Miramos nossos olhos uma na outra e caímos na gargalhada, como se estivéssemos apenas rindo de um babado ou um mico qualquer e não lutando contra uma clínica de bebês que faz os pais assinarem um documento de uso de órgãos.
Jorie saberia o que dizer e o Christian certamente saberia como fazer. Desde que Kaíque foi baleado no estacionamento mal iluminado da Fred-ônix, ele não me ligou ou fora o visitar no hospital. Era como se ele nunca estivesse existido e caso Kaíque nunca visse ele, eu poderia claramente dizer que ele foi apenas uma figura criada por minha imaginação fértil. Isso me fazia pensar que ele poderia ter armado para a gente assim como armou para a Jor. Aliás, o que ele estava perdendo? Mas ele também poderia estar com medo. Uma vez covarde, sempre covarde.
Com quem eu fui me enfiar...
— Oou! — Alice interrompeu os meus pensamentos. —Acorda!
— Sobre o quê estávamos falando?
— Além da reconstrução dos últimos três anos, eu perguntei se você já conversou com o Taylor.
— E o que eu teria para conversar com Taylor sem h?
— Talvez sobre o relacionamento de vocês?
— Que relacionamento Alice? Como você acha exatamente que eu devo falar sobre isso tudo para ele? Espera, eu já sei! Ligo para ele e digo: Oi Taylor, desculpas por ter fugido com a sua moto da social que você fez para mim, usando o vestido de galã comprado por seu dinheiro, com uma pessoa que por míseros segundos poderia ter sido o meu amante sem te dar nenhuma explicação porque na verdade eu estava te protegendo do segredo da minha família que supostamente havia matado a minha melhor amiga! — Usei o sarcasmo. — Está bom assim?!
— É. Mas não acha que isso pode acabar de vez com ele?
— Bem, pelo menos eu não vou estar arriscando a vida dele!
— Você não vai visitar o Kaíque?
— Eu não posso...
— Porquê diz isso?
— Não posso olhar na cara dele e deixar de dizer que entre a vida e a morte eu escolheria ele... eu tentaria estragar a nossa amizade em nome do inconsequente e possível amor adolescente.
Era errado eu ter que escolher a verdade ou a minha vida. Por isso, em nome da vingança, peguei o cartão que estava escondido no meu sutiã desde o dia em que eu estava presa e digitei o número no celular da Ali, com medo de que o meu estivesse criptografado.
—O que pensa que está fazendo?
—Salvando a nossa dignidade/ Cumprindo a minha promessa! — Meus olhos pretos encontraram os seus e eu disse:
— Que os jogos comecem!

Como As Estrelas Morrem: A Caixa De PandoraOnde histórias criam vida. Descubra agora