Capítulo Sete

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Eu me saí muito bem no teste, muito melhor do que eu pensei que me sairia, mas mesmo assim, não consegui ficar feliz por muito tempo e no fim, chorei a noite toda

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Eu me saí muito bem no teste, muito melhor do que eu pensei que me sairia, mas mesmo assim, não consegui ficar feliz por muito tempo e no fim, chorei a noite toda.
 
Sean não atendia minhas ligações e nem respondia as minhas dezenas de mensagens e aquilo, acabou completamente comigo. Se não fossem os fortes remédios que eu estava tomando, eu já teria entrado em pânico e Alex me ver daquela maneira, não seria nada agradável.
 
Aquele tinha tudo para ser um dos melhores dias da minha vida, pois eu estava tendo uma enorme oportunidade de correr atrás do meu sonho e hoje em dia, isso é como ganhar na loteria. E o melhor de tudo, era que eu tinha esperanças de realmente realizá-lo.
 
O diretor do musical, após a performance de todas as candidatas, perguntou se eu tenho a semana inteira livre e quando eu afirmei, ele sorriu e disse: “Te ligaremos em uma semana, com novidades!”
 
Eu saí de lá nas nuvens, extremamente feliz, mas ao notar que Sean não estava mais ali para eu compartilhar minha felicidade... tudo ficou preto e até agora, eu não consegui voltar a ver cor.
 
Alex tentou me arrastar para uma balada, alegando que nós tínhamos que comemorar e que eu precisava me distrair e que algumas doses de tequila me fariam muito bem, mas eu não conseguia nem me levantar da cama. Meu coração estava doendo demais.
 
Eu já fui substituída e abandonada várias vezes, mas nenhuma dessas vezes doeu tanto quanto essa e a dor ficou ainda maior, quando me lembrei que foi isso que eu fiz o Owen e a Madison passarem.
 
— Tem certeza que não quer ir, Wendy? Vai te fazer bem!
 
— Eu estragaria a noite de qualquer um em uma balada, Alex, acredita em mim. Sem falar que os seus amigos achariam que eu sou uma criança chorando. — Digo manhosa e me sento, para ter forças de colocar o Bud em cima da cama, pois ele estava praticamente me implorando com aquele olhar de “cachorro molhado”.
 
— Acredite, todos eles já tiveram o coração partido e já choraram por isso.
 
— Eu sei, mas é melhor você ir sozinho. — Engoli o choro, sentindo os meus olhos completamente inchados, enquanto acariciava aqueles pelos brancos. — Você não disse que a Clara estará lá? Por que continua aqui? Vai se divertir!
 
— Eu não sou um babaca, Wendy. Nunca fui e não é agora que vou ser. — Disse abrindo um leve sorriso e digitando algo em seu telefone. — Pronto, eu desmarquei. Se você não quer sair, vamos ficar aqui.
 
— Mas e a Clara? — Questionei realmente preocupada, pois ele havia falado a semana inteira desse encontro na balada.
 
— Ela vai na balada todos os fins de semana, Miller e amanhã é aniversário dela e eu já vou vê-la! Ela pode esperar. O que é que você quer fazer? A única coisa que não vale, é ficar chorando sozinha na cama!
 
— Ah, tudo o que eu queria era me debulhar em um pote de sorvete e assistir comédias românticas que me façam rir e chorar por alguma coisa que não seja o Sean.
 
— Eu achei perfeito! Vou no mercado comprar o sorvete! Qual sabor você quer?

— Flocos! Não... chocolate. Na verdade, pode ser morango! Não, não, pode ser flocos mesmo! — Ele riu da minha confusão e balançou a cabeça em negação, arrancando uma risada da minha parte.
 
— Vou trazer um napolitano com flocos, pode ser?
 
— Perfeito! — Sorri, voltando a apoiar a cabeça no travesseiro.
 
— Vê se não dorme, ok?
 
— Não vou dormir. Já vou ir escolhendo o filme!
 
— Só não escolha um clichê, por favor!
 
— O amor é clichê, Alex! Todo romance tem um pouco de clichê! — O repreendi “brava”, o fazendo levantar as mãos em redenção.
 
— Ok, ok! Pode ser um clichê!
 
Nós sorrimos simultaneamente e então ele saiu. No tempo em que fiquei sozinha, tentei deixar a minha cabeça ocupada e após assistir vários trailers, escolhi o que nós iriamos assistir. Quando ele chegou, me surpreendeu com dois potes de sorvete e inexplicavelmente, acabamos com eles naquela noite. Após risadas e lágrimas, o filme acabou e ele pareceu muito indignado com o final “nada clichê”.
 
— Eles não ficaram juntos? Como assim, Wendy? Eles têm que ficar juntos!!
 
— A vida real infelizmente não é assim, nem sempre ficamos com quem devemos. — Respirei fundo e o encarei. — Eles ficarem juntos seria um clichê e foi você quem pediu para eu não colocar um clichê.
 
— Ter um final feliz agora é clichê? — Afirmei com a cabeça, soltando uma leve risada. — Ah, então eu quero viver um clichê.
 
Era a coisa que eu mais queria também.
 
Naquele momento, enquanto ele reclamava extremamente irritado sobre o final da comédia romântica, eu sorri, pois percebi o amigo incrível que tenho ao meu lado. Talvez, tudo o que eu e o Sean fizemos nos últimos três anos, tenham sido erros atrás de erros, mas esses erros me fizeram conhecer o Alex, então de certa forma, valeram a pena.
 
— Você é incrível. Sabe disso, não sabe? — Questionei deitando a cabeça em seu peito, fazendo-o parar de falar.
 
— Só porque eu deixei de sair com a Clara, para assistir uma comédia romântica com a minha melhor amiga que está sofrendo por amor? Que nada, Wendy! — Ele disse irônico, me fazendo rir. — Eu falei que sempre estaria aqui, Wendy, então eu sempre vou estar.
 
É... eu não estava sozinha!
 
Depois de chorar muito, acabei pegando no sono e acordei com pingos de água caindo em mim. Um temporal estava cobrindo Nova Iorque e a janela do meu quarto estava completamente aberta. Por pouco não molhou toda a minha escrivaninha.
 
Quando olhei o relógio, notei que já passavam das três da tarde e bufei, brava por ter dormido tanto. O Alex deve ter saído trabalhar em passos de formiga, pois se tivesse feito barulho, eu teria acordado. Ele sempre diz que eu durmo como uma pena e que qualquer barulho, consegue me acordar. Então ou eu estava realmente cansada, ou ele se esforçou muito para manter o silêncio.
 
Mas de qualquer jeito, seria impossível cantar na rua com essa chuva, então eu não tinha alternativa, a não ser ficar em casa.
 
Depois de lavar as poucas louças que estavam na pia e da varrer o apartamento inteiro, me deitei no sofá e liguei a TV, mas meus minutos de paz foram logo interrompidos, pelo som campainha tocando.
 
Eu nem tive tempo de pensar em quem poderia ser, pois os meus poucos passos até a porta, foram rápidos, sem me dar tempo para nada.
 
Quando eu abri, senti o meu coração parar. Meu corpo congelou por completo e eu prendi a respiração. Sem saber o que pensar, o que falar e muito menos, o que fazer, eu simplesmente congelei.
 
Owen Scott estava ali, bem em minha frente. Com as roupas e os cabelos completamente encharcados, encarava profundamente meus olhos, com os seus quase transbordando. Faziam três anos que não nos víamos e eu fiquei boba em ver como ele conseguiu ficar ainda mais bonito do que já era antes.
 
Sua barba que costumava a ser falha, estava lindamente preenchida e perfeitamente aparada. O seu cabelo que costumava a ser penteado para o lado, estava mais curto, com um pequeno topete na frente e o seu corpo que costumava a ser magro e pouco definido... estava forte. Muito forte. A chuva havia deixado a sua blusa branca transparente, o que fez o seu abdômen sarado, ficar completamente visível.
 
Mas haviam duas coisas que não haviam mudado e que pelo jeito, nunca iriam mudar:
Os seus lindos olhos e a forma com que só ele consegue me fazer sentir.
Eu não conseguia descrever esse sentimento, mas bastou o olhar novamente, para ele voltar com toda força.
 
— O...oi... — Owen disse com a voz falha e engolindo em seco, sem tirar seus olhos dos meus.
 
Eu tentei respondê-lo, mas as palavras simplesmente não saíram da minha boca. Eu ainda estava imóvel, pasma, sem reação.
 
— Eu deveria te xingar, Wendy Miller. — Ele iniciou. — Deveria te xingar, te odiar e jogar na sua cara, tudo o que você me faz passar, mas olhando pra você aqui e agora... eu não sei se eu consigo.
 
Ele parecia sofrer por não conseguir.
 
— Por favor, não faça isso. — Pedi em voz baixa, sentindo lágrimas solitárias escorrerem pelo meu rosto.
 
Eu não sei se suportaria ouvir. Já estava machucada demais.
 
— Eu deveria, — o moreno respirou fundo e em meio a lágrimas, abriu um leve sorriso. — Mas olhando para os seus lindos olhos, eu percebo que nunca te odiei e que nunca conseguiria te odiar. A verdade, é que eu nunca deixei de te amar. Se eu te xingasse, doeria em mim, pois tudo o que eu quero fazer... — disse em um suspiro e encarou meus lábios, tirando todo o ar dos meus pulmões, mas antes de terminar a frase, voltou a olhar os meus olhos. — É te abraçar.
 
Sem nem pensar, corri para os seus braços, sentindo todo o meu corpo e o meu coração se aquecer. Eu nem me importei com suas roupas molhadas, eu só precisava daquilo.
 
Eu mal me lembrava da sensação daquele abraço e do poder que ele tinha, de trazer cor a minha vida. Naquele momento, por longos segundos, eu senti que tudo havia voltado para o seu devido lugar, mas mal eu sabia que tudo aquilo, estava apenas começando...
 
— Eu senti muito a sua falta, Wendy Miller. Nunca mais ouse sair da minha vida, assim. — Nossos corpos estavam tão colados, que além de sentir a sua respiração no meu pescoço, eu conseguia sentir as batidas aceleradas do seu coração, que estava em sintonia com o meu.
 
— Eu nunca cometeria esse erro de novo, Owen. Esses três anos serviram para me mostrar, que não funciono cem por cento sem você. — Sorri e encarei os seus olhos, sem conseguir conter a minha emoção. — Você é a minha metade, se lembra?
 
— Claro que eu me lembro. Até por que se eu esquecesse, bastava eu olhar para o céu que as estrelas me lembravam.
 
— Então você também olhou as estrelas todas as noites?
 
— Todas. Era a única coisa que me acalmava. — Ele suspirou e então eu colei as nossas testas, sentindo meus olhos marejarem novamente. Bastou alguns segundos em silencio, para culpa que me assombrava desde que eu deixei Rivercity, cair sobre as minhas costas e me fazer chorar.
 
— Eu sinto muito, Owen. Sinto muito por tudo o que eu fiz. Agora mais do que nunca, eu sei a dor que você sentiu e só de imaginar isso, tenho ódio de mim. Eu não tinha o direito de fazer o que fiz e você não merecia isso, então de verdade, me desculpa! Por favor, me desculpa!
 
— Para, para... não precisamos disso agora. — Ele acariciou minha bochecha com o seu polegar, conseguindo fazer com que eu me acalmasse. — Eu comprei uma coisa pra você. Espero que não tenha molhado com a chuva.
 
Sem dizer nada, ele abriu a sua pequena mochila que estava em suas costas e me entregou uma caixa, fazendo-me abrir um enorme sorriso ao ler o nome nela.
 
— Cookies de baunilha com gotas de chocolate branco! Eu não acredito! — O abracei fortemente, sem conseguir tirar o sorriso do rosto.
 
— Eu sabia que isso lhe faria sorrir.
 
— Você estar aqui me fez sorrir, Owen, mas agora entre e vá direto para o banho! Você está ensopado e se não tirar essa roupa e não tomar um banho quente, vai ficar doente. — Falei o empurrando em direção ao banheiro.
 
— Okay, okay! Estou indo, mas depois se prepare, por que nós temos MUITO o que conversar!
 
Eita, isso me fez sentir calafrios, mas ok. — Ri, lhe entregando uma toalha limpa e ao invés de sair para deixá-lo se banhar, fiquei parada o encarando tirar a camisa.
 
Caramba, ele estava extremamente...
 
— Quer me ajudar a tomar banho, Miller? — Disse em tom irônico, interrompendo os meus pensamentos. Quando percebi os meus olhos no volume da sua calça, pisquei várias vezes e lhe mostrei o dedo do meio, saindo dali completamente vermelha.
 
Oh boy!

O que falar desse reencontro???? Por favor, deixem os seus comentários, é muito importante para mim e para o livro subir

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O que falar desse reencontro???? Por favor, deixem os seus comentários, é muito importante para mim e para o livro subir.
Uma ótima semana a todos e até quarta... o que será que vai rolar?

 o que será que vai rolar?

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