Capítulo oito.

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- Ninguém toca no meu sorvete. - Os garotos queriam pegar o MEU sorvete, acabaram com o deles, e agora querem vir para cima do meu bebê.
Aquelas garotas foram embora em um carro que eu não sabia de quem era, Pedro ficava me fuzilando pelos olhos, Erick faltava me dar alguns murros, Pablo ficava só quieto, e o outro garoto lá que eu esqueci o nome, Miguel, não falou absolutamente nada, ficava na dele. O que bem, fazia com que ele fosse diferente desses bocós.
- Minha farinha é pouca para a minha feijoada. - Eles me olharam sem entender nada.
- O quê? - Erick olhou para mim sem entender nada.
- A minha paciência é pouca para vocês, tolos. - Peguei uma colherada de sorvete, joguei tudo dentro da minha boca.
Os garotos fizeram a cara de 'ahhhhhhhh' e foi então que, sem mais e sem menos, Erick puxou a taça do meu sorvete e tomou.
O olhei com o meu olhar quarenta e um, e sem mais nem menos, respirei fundo para o que iria vir.
- Meu.Sorvete. - Falei devagar.
Ele deu de ombros, tomou mais uma colherada, o que fez com que eu ficasse com mais raiva do que eu estava. Cara, o sorvete era meu, não dele. Respirei fundo.
Pulei em cima dele, mesmo estando em uma sorveteria repleta de pessoas desconhecidas, puxei os fios de seu cabelo um por um. Ninguém pega o meu sorvete, pensei. Dei um tapa em sua cara, o que fez com que a mão dele segurasse a minha, e mesmo eu sendo apenas uma garota, fiz com que meus 'poderes' daquelas lutinhas de rua que eu sempre era a campeã, retornasse. Ele deu um grito tão gay que fiquei em dúvida se ele gostava da mesma fruta que eu.
Peguei a minha taça do meu sorvete, sentei-me ao meu lugar como se não tivesse acontecido nada. Todos me olhavam, as idosas, principalmente, me olhavam com um olhar de desdém e saíam reclamando. Os garotos não fizeram nada para ajudar o pobre amigo indefesa, deveria ser porque estavam com medo, ou sei lá. Tomei meu sorvete.
Quando Erick se recuperou daquela fase de que ele jurava que era dor, olhou para mim, parecia assustado. Eu gargalhei alto, como sempre.
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- Saí daqui. - Olhei para a figura de Erick se sentando do meu lado no sofá.
Ele deu de ombros, empurrei-o.
- Qual seu problema? - Ele me olhou, estava caído ao chão, pobrezinho.
- O problema é que, eu falei para você sair, e você não saiu. - Me aconcheguei no enorme sofá, estiquei minhas pernas. - Agora, não vem falar pimbolas.
- Pimbolas? - Ele me encarou sem entender nada.
Se existir pimbolas, se não existir, já começou a existir a partir de hoje.
- Não, pombolas. - Revirei os olhos, que eu tenha paciência.
Ele revirou os olhos, percebi que estava indo em direção ao seu quarto, o que me fez pensar o que ele iria fazer lá.
Para de pensar nisso, Bárbara, para. Me peguei vendo a sombra dele entrando em seu quarto.
- QUE MERDAAAA, BÁRBARA. - Ouço o grito de Erick.
Não havia entendido o que se passara, até que eu me lembrei que antes da gente sair, fiz uma surpresinha para ele, que sinceramente, ela é hilária.
Erick apareceu com os cabelos pintado de rosa, o que me fez rir alto.
- Ah, eu ia te avisar para não usar aquele seu creme de cabelo 'Cabelo lindo' - Abri um sorriso, me levantei indo para a sua frente. - Isso só é mais de uns truques que irão acontecer contigo, lindinho.
Ele pegou em minha mão com força o bastante para deixar vermelha.
- E quais vão ser os outros truques? - Sua cara estava vermelha, deveria ser raiva ou sei lá.
- Um bom mágico nunca revela seus bons truques. - Abri um sorriso cínico.
Me dirigi até o meu quarto, não fiz absolutamente nada a não ser tirar o jeans e a blusa que eu usava, colocando em meu corpo um short de malha comum, uma blusa que vinha até o joelho com o esboço do Mickey, e meus amados chinelos. Já falei que amo usar chinelo?
Saí logo em seguida, percebi que Erick estava deitado no sofá, ele via um programa que na qual, eu odiava.
Me apróximei dele, sem mais e sem menos, pulei em cima do mesmo. Ele me encarou com uma cara de 'Que foi, doente?' e ficou me encarando. Puxei o controle do canto do sofá, ele percebendo que eu iria mudar de canal, fez com que me mudasse de posição. Sim, isso mesmo, ele me botou em baixo e ele ficou em cima de mim.
- Saí. - Dei um tapa em sua cara.
Quando eu ia dar outro, ele segurou a minha mão com força o bastante de eu não conseguir soltar-lá, e apróximou nossos rostos.
Nojo.
Não.
Não quero.
Ele vai ver quando eu sair de baixo dele.
E selou nossas bocas em um só beijo, o que fez com que eu perdesse totalmente o fôlego.

Bárbara (Correção) Onde histórias criam vida. Descubra agora