Capítulo dois

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- Na moral, você é surdo ou é o quê? - Eu já havia perdido a paciência com aquele garoto, afinal, não era o primeiro chute que ele dava.
- Larga de ser idiota. - Ele falou enquanto mastigava aquele chiclete. Me segurei para não pegar aquele chiclete e fazer ele engolir de uma vez, me irritava. - Chata!
Revirei os olhos. Aquele garoto era igual os meus primos, ele é irritante igual a eles. Incrível.
Olhei para o seu pai que continuava a ler aquele jornal, me segurei para não pegar aquele jornal, fazer uma bolinha, e assim colocar na boca do garoto.
- Olha só garotinho, eu não estou para brincadeira, se você não parar de chutar essa merda de cadeira, eu vou ser obrigada a pegar esse jornal que seu pai está lendo, fazer uma bolinha, e assim socar na sua guelá a baixo. - Eu já havia perdido totalmente minha paciência.
Ele parou de chutar na mesma hora, abri aqueles sorrisinho cínico, e assim me virei e deitei a minha cabeça ao vidro do avião.
Vamos se dizer que eu dormi, só que não foi nada confortável dormir em uma cadeira de avião, sua bunda começa a doer, um monte de bebês chorando, enfim, nada agradável.
Já havia se passo uns trinta minutos assim quebeu peguei no sono, até que, o garoto ao meu lado me acordou, e vamos combinar que eu fiquei morrendo de raiva, obvio. Posso ser a maior chata do mundo, mais na moral, odeio quando me acordam.
- Que foi? - Falei de um jeito grosso, ele pareceu se assustar.
- A comida. - Ele me entregou uma caixinha cheia de comida.
Não agradeci, muito menos dei um sorriso, peguei a caixinha e abri sem o maior esforço.
Comida de avião é a mesma coisa que comida de cantina de boteco de bar, não creio que tem gente que adora comer isso. Quando olhei para o pudim, que mais parecia ser uma gororoba de vômito de neném, senti um cheiro horrível. Meus olhos se dirigiam para uma carne, ela parecia estar bem mais dura que o prato, revirei os olhos.
- Essa é a comida daqui? - Falei, na verdade, sussurrei para mim mesma, esperava que ninguém ouvisse.
O garoto me olhou.
- Ruim, não é? - Ele respondeu.
Ignorei ele, peguei a colher que já vinha no pudim, coloquei um pouco, e assim joguei tudo em minha boca. Isso não pode ser um pudim, pensei.
O gosto era horrível, digo, horrível mesmo. Era um gosto de azedo, havia gosto de fritura também, com algumas frutas secas, enfim, o pior pudim que já comi.
Coloquei a caixinha ao chão junto com o bife duro e o pudim com gosto de azedo, e assim, deitei minha cabeça ao vidro de novo e fechei os olhos.

Bárbara (Correção) Onde histórias criam vida. Descubra agora