Peguei os meu caderno, calcei uma sapatilha roxinha, ajeitei o cabelo, e pronto, estava pronta para ir para a aula. Acordar cedo é uma guerra, principalmente quando está frio, digo, não creio que há pessoas no mundo que gostam de acordar cedo.
Fui em direção à cozinha, esperava o mais lindo pacote da minha bolacha favorita, mais não foi bem isso. Revirei os armários e nada de achar, até que vejo um armário branco, sem ao menos esperar, abri-o.
Se tinha? Havia o saco de bolacha, SÓ O SACO. Algum viado, que eu sei quem é, deve ter saboreado as minhas bolachas. O que fizeram com você, Gonoflelda?
Peguei o saco, amassei, fui para a sala porque saberia que o panaca do Erick estaria lá, mexendo no seu amado celular. E ali está ele, deitado no sofá, comendo aquelas barrinhas de cereal. Como eu odeio aquilo.
- VOCÊ TEM CINCO SEGUNDOS ANTES DE MORRER. - Me apróximei, é claro que eu estava gritando.
- Que foi? - Ele falou em um tom suave, calmo, como se não tivesse acontecido nada.
- QUE FOI?! QUE FOI VAI SER A MARCA DA MINHA MÃO NESSA CARA DE BUNDA SUA. - Berrei mais ainda. - O QUE FEZ COM A GONOFLELDA?
Ele me olhou sem entender nada, como sempre.
- Olha só panaca, eu estava à procura das minhas filhas, massa crocante, chocolate preto... - Fiz uma cara de paraíso, logo fiquei séria. - E ACHEI SÓ O SACO, IDIOTA.
Ele olhou para o saco que estava na minha mão, riu. Querido, tenho cara de palhaça para você rir? Não? Eu sei, boboca.
- Ah, as bolachas. - Ele sorriu. - Eu estava com fome e...
Que cara de pau, ninguém come as MINHAS bolachas, ninguém!! Já estava morrendo de raiva o suficiente para eu dar um tapa naquela cara de anjo.
Dei um tapa em seu rosto, e assim me virei, ouvi uns 'aaaaaaai! as bolachas eram ruins, mesmo' e eu me exaltei.
- NINGUÉM COME AS MINHAS BOLACHAS, E NINGUÉM FALA MAL DELAS. - Me virei, dei um ótimo tapa em seu rosto.
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- E esse vermalhão aí? - Feijão olhou para o rosto de Erick.
Estavámos no intervalo, depois de três aulas tediosas com as matérias que eu não suporto nem morta, estavámos livres, finalmente!
Vitória estava comendo o seu lanche enquanto falava comigo, digo, aquela garota é das minhas. Super foda, mais super mesmo. Quero casar com ela.
- É que ele é um palhaço. - Me interferi no assunto deles. - Quem come as minhas bolachas, pode apostar, é um homem morto.
- Por que não o matou? - Daniel, o nerd que não é nerd, olhou para mim.
- Porque se eu tivesse matado ele, não teria ninguém para irritar. - Sorri. - E ser o meu mais novo saquinho de pancadas.
Eles riram, inclusive Erick, sim Erick riu. Ele parecia estar de bom humor, não sei porque.
- Gracinha. - A voz mais insuportável do mundo, digo, a loira capivara, se apróximou de Erick, colocando suas mãos em seus olhos. - Senti sua falta, amor.
Quem aquela capivara-humana pensa que é? Eles não haviam terminado? Que garota tosca, não vou mentir, me mordi de raiva vendo os dois se beijarem, é os dois se beijaram, na frente de TODOS da mesa.
Não me comportei, como sempre, joguei uma geleia, que nem parecia ser uma geleia e o que sei lá era, nos dois. Só que caiu mais e na capivara-humana, o que fez eu, e todos do refeitório rir. Plano completo.
- Sua idiota, eu vou te matar. - Ela olhou para mim, eu era a que mais ria.
- Vai mesmo? - Me levantei. Ela deve ter ficado com medo, pois se escondeu atrás de Erick. - Vai me dizer que essa capivara-humana é medrosa?
A capivara-humana, digo, a capivara olhou para mim com olhar de desdém.
- Ao contrário de você, sou uma medrosa com um ótimo namorado. - Eles se beijaram dessa vez.
Bruxa, vadia, puta, vou matar ela. Isso era o que eu não conseguia parar de pensar, estava com tanta raiva, que nem eu sabia o motivo, que eu queria pegar a faca de Vitória e cortar a cabeça dessa capivara.
- Belo namorado, tão galinha quanto a própria namorada. - Dessa vez, não foi só o pessoal da minha mesa que falou 'uu', foi todos do refeitório, o que me fez sorrir.
Eles pararam de se beijar, Erick olhou para mim com um olhar de 'na moral, corre, ou se não te esfaqueio' e a capivara não sabia o que falar.
- Amor, faz alguma coisa... - A voz ficou mais irritante do que já era.
- Você nem tem moral de vim aqui tretar comigo, e acha que seu namorado tem o direito de vim aqui? - Olhei para os dois. - Me poupe, criança, agora vaza daqui, ou eu pego a faca que está com a Vitória e comento um assassinato bem aqui.
Ela correu na mesma hora, é claro que tinha que puxar o Erick junto. Me sentei, os meninos, digo, Feijão e Daniel, olharam para mim. Vitória sorria.
- Eu vou matar aquela vadia. - Sorri, estava ainda puta da vida.
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- Por quê? - Dessa vez, estava apenas eu e Vitória andando na rua, fomos liberadas a pouco tempo, Erick havia saído junto com a namorada, sem ao menos me esperar. - Por que você fez aquilo tudo só porque a nojenta beijou Erick?
Por essa eu não esperava, na real, eu nem sei o que dizer, porque nem eu sei porque fiz aquilo.
- Aquela vadia me dá aos nervos. - olhei ao meu redor. - Afinal, para onde estamos indo?
- Ela também me dá, mais nem por isso faço aquilo. - Ela virou à esquina, indo direto para uma ruazinha. - Acho que você gosta do Erick.
É para rir? Porque eu ri. Olhei para ela com um olhar de 'você tá bem?' e ri de volta, ao contrário dela que estava séria como uma estátua.
- Eu. Gostar. Dele? - Ri mais ainda, faltava cair no chão. - Não, eu odeio ele.
- Amor e ódio andam juntos. - Ela sorriu.
- Tá, mais... - Olhei para ela que parou em minha frente. - Ódio e amor se odeiam.
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Bárbara (Correção)
Storie d'amoreApós uma breve discussão com sua própria mãe, Bárbara decide ir para Estados Unidos, sabendo que viveria uma vida totalmente diferente das outras, não sabia que teria que dividir o apartamento com uma pessoa desconhecida. Ela só não sabe que essa pe...