Capítulo dezoito

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O lugar estava cheio de gente bebendo do lado de fora, sem contar que alguns fumavam, e outros faziam uma espécie de dança sensual. Isso tudo é falta de coro.
Bati a porta do carro com a maior força, o que eu queria era que todos olhassem para mim, digo, pela primeira vez eu queria chamar atenção. Como eu falei, quero mudar o filme, sair um pouco desse roteiro, a vida é um filme, mais quem o faz é você.
Todos me olharam, abri um sorriso ao rosto ao ver que vários garotos me olhavam de baixo para cima ou de cima para baixo, sei lá, eles olhavam mais para o meu corpo do que meu rosto, o que não achei nada estranho. Tenho um corpo bonito, um pouco de bunda, muita coxa, e um pouco de peito. Não era descorpada, graças à Deus.
- Quem eles pensam que são para te olhar desse jeito? - Erick faltava bater no que estava assobiando para mim.
- Macacos em um pau. - Reviro os olhos, empurro todos ao meu redor, fazendo com que Erick e amigos me perdesse de vista.
Afinal, estava em uma festa, queria curtir e não ficar junta com três moleques e uma menina que agora a chamo de amiga, sem ao menos fazer nada. Entrei na fila do barzinho, que não estava muito grande, me vi de cara com um barman super gato, digo, deus grego.
- Oi gracinha. - Ele olhou para o meu cropped. - O que vai querer?
Eu nunca havia bebido nem um pingo se quer de bebida alcoólica, quando eu ia para festas sempre pedia água, ou refrigerente, nada de vodka, muito menos essas bebidas que nunca ouvi falar. Olhei para o cardápio de bebidas ao meu lado, não era dessa vez que eu iria beber água, muito menos um refrigerante.
Cada nome esqusito que parece ser nome de corno, na moral.
- Uma vodka com pinga. - Ele me encarou com olhar desafiador, e eu retribui com um olhar de 'vamos logo'.
Ele se virou, pegou sei lá o que, colocou em um copo, e assim as bebidas. Me entregou.
- Cinco reais. - Ele olhou para mim.
- Me desculpe gracinha, mais não vou pagar isso. - Sorri, e assim saí com o copo em minha mão. Ouvi berros do mesmo falando 'ei, você é gata, mais me deve cinco reais'.
Não estamos em filmes para ele berrar daquele jeito, não em festas de filmes. Me sentei em um sofá vermelho, um pouco distante da festa, e assim pude dar um gole naquela bebida.
O líquido saiu queimando em minha garganta, eu não vou negar, tive uma vontade imensa de vomitar aquilo. Mais não, aquilo era um líquido ruim, e que ao mesmo tempo viciante. Quando dei por mim, havia acabado o copo em um dois goles só.
- A gatinha está sozinha? - Um loiro, mais loiro mesmo, apareceu em minha frente. Ele tinha olhos verdes, havia uma cara de bosta.
- Não, não viu o Charlie? - Ele me olhou sem entender nada. - O meu amigo invisível.
Ele riu, e eu queria perguntar o motivo dele ter rido, só que me dei conta do que eu mesma falei, ri em seguida.
- A garota está bêbada. - Ele abriu um meio-sorriso.
- Não, estou melhor do que nunca, agora se me der licencia, quero ver os pôneis cor de mel no jardim. - Me levantei com toda rapidez, peguei o copo ainda vazio e saí pela multidão.
Muitos pisaram em meu pé, sem contar que eu estava de salto, e como vocês sabem, salto machuca. Empurrei uma garota loira que estava se esfregando à mim, corri pela multidão.
Foi então que sinto braços ao meu redor, cheiro conhecido, mãos soadas. Me virei e vi a figura de Erick com uma cara de que não bebeu nada por minha culpa.
- Harry!!!! - Abracei-o. - Quero conhecer Hogwarts.
Ele me olhou sem entender nada, riu, e deu um tapa em minha cara. Sim, um tapa. Vou denunciar-lo para a lei da Maria da Penha, é assim né?
- Você tá maluco, moleque. - Dei um tapa nele. - Saí de perto de mim.
Me virei, corri até o jardim, vi uma cena de muitos casais, muitos mesmo, quase se engolindo. Na real, existe motel para que nesse mundo?
- Eu conheço um motel bom aqui perto, ele se chama se-vocês-não-pararem-de-se-engolir-irei-dar-um-tapa-em-vocês-e-chamar-vários-parças-meu. - Olhei para eles, se largaram e saíram correndo. Correram de quê? Por acaso eu fiz alguma ameaça de morte? Não, só ameacei dar um tapa em todos eles.
Me inclinei na cerca, um cara alto se apróximou de mim, barbudo, parecia ser anti-social. Pude sentir o bafo de cachaça de sua boca.
- Passe um ótimo cepacol nisso que você chama de boca. - Permaneci no mesmo lugar. Ele riu.
- Meu nome é Alan. - Ele falou, tímido.
- Você não vai me ganhar, Alan. - Dei um sorriso.
- E você acha que eu queria pegar você? Por incrível que pareça, sou irmão do dono, e odeio quando ele faz festas, principalmente, quando é aqui em casa. - Bufou. - Dá vontade de pegar uma faca e cortar a sua cabeça.
Ri, gostei dele.
- Seu irmão deve ser um tremenda idiota. - Olhei para o céu. - Afinal, essa festa está sendo uma bosta.
- Não há ninguém que eu curta aqui, só há prostitutas que querem dar, punheteiros idiotas, pessoas sem cérebro, e sem contar as loiras nojentas. - Ele olhou para mim. - Sem ofensas.
- O seu estilo é de 'menina-meiga' ? - Me virei para olhar-lo.
Ele riu.
- Meu estilo é da mesma fruta que a sua. - Me surpreendi, digo, nem parece ser gay, nem um pouco.
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- Você quase botou fogo na casa. - Dessa vez, Erick e eu estavámos tendo aquela conversa de que o Erick é o papai mandão, e eu a filha foda.
- E você faltou tirar a roupa daquela cobra, digo, cobra-puta. - Revirei meus olhos. - Você é um idiota, galinha, idiota, galinha.
- Você não acha que está grandinha de mais para ficar com esse ciúmes bobo? - Ele riu, fiquei com raiva, bati em seu rosto.
Ciúmess??! Dele??! Eu odeio ele, odeio com todas as minhas forças. Nunca irei sentir ciúmes desse filho de uma égua, never.
- Eu sempre achei que você fosse irritante o bastante. - Olhei para ele. - Mais dessa vez você merece recorde.
Me virei em direção ao meu quarto, estavámos em seu quarto, e não, não pensem besteira. Senti algo, alguém, Erick, puxando meu braço. Me virei átona e nossos corpos foram colados.
- Você é um idiota. - Empurrei-o bastante para que ele caísse em sua cama, me levando junto.
Não era isso que eu queria, não mesmo, eu queria estar em meu quarto isso sim e não em cima de um garoto. Estava em cima dele, meus olhos aos seus, meu cabelo caindo em seu rosto.
- Eu sou idiota agora? - Ele dei um pequeno beijo, que acabou com um selinho.
Olhei para ele, meu primeiro pensamento era de senter a mão na cara desse idiota, mais também era beijar ele de novo.
- Com certeza! - Saí de cima dele.

Bárbara (Correção) Onde histórias criam vida. Descubra agora