- Eu estou com fome. - Olhei para Erick.
- Faz a sua comida. - Ele não demonstrou nenhum tipo de emoção, bufei.
Peguei a primeira coisa que eu vi, uma almofada, e bati na cabeça dele. Ele ficava falando 'para,para,para,para' como se eu fosse parar. Garotos são tão burros quando eles querem.
Olhei para ele com um olhar meio óbvio, ele logo percebeu que eu iria parar, se sentou. Foi então que eu bati na cara dele com a mesma almofada, ri.
- Você é louca! - Ele arrumava o cabelo bagunçado.
- Louca é um elogio para mim. - Me levantei e larguei a almofada. - Vai fazer algo para mim comer ou vai querer que a almofada faça uma visita nessa sua cara de mula?
Ele me encarou, parecia estar com raiva, achei engraçado.
- Eu faço. - Ele se levantou e foi em direção á cozinha.
Me joguei na onde ele estava deitado, e assim pude perceber que ele estava vendo um programa que nunca ouvi falar.
O programa tinha uma mistura de heróis, com vampiros e até mesmo lobisomens. Patético, pensei.
À campainha tocou, e não, não estava com nenhum animo de levantar a minha bunda daquele sofá para abrir a porta. Não vou abrir bosta alguma, pensei.
Á campainha tocou mais uma vez, outra vez, e outra vez.
- Eu não vou abrir, inferno. - Sussurrei para mim mesma.
E tocou de novo.
- Ah, vai se ferrar. - Berrei, logo me levantei. - Porra, Erick, você é surdo?? Falei que não vou atender e não vou.
Tocou de novo. Eu havia perdido a paciência, só fiquei pensando quem seria o infeliz de estar tocando mil vezes a mesma campainha.
Abri a porta, meus olhos pousaram em um grupo de quatro pessoas que me encararam de cima e em baixo.
- Vocês são os infelizes que não pararam de tocar a disgrama da campainha. - Coloquei minha mão na cintura. - ERICK, TEM VISINHA PARA VOCÊ.
Saí da porta sem antes de convidar eles para entrar, afinal, não gosto de chamar gente desconhecida para a minha casa. Me joguei ao mesmo sofá e olhei o programa patético.
Erick já havia aparecido com um prato na mão com algo muito esquisito. Após ver o grupinho de garotos, deu um sorriso, assim comprimentou cada um deles de uma forma totalmente estranha e escrota.
- Dá pra parar com esse comprimento totalmente gay? - Peguei o prato da sua mão, olhei para a comida. - Afinal, que isso?
Era uma mistura de miojo, com verdura, e outras coisas que eu não consegui distinguir.
- Macarrão com verdura. - Ele fez sinal para que a turma entrasse. - Vai me dizer que a miss-sem-paciência não gosta?
Olhei para ele com uma cara meio óbvia. Odeio verdura, principalmente quando está junto com algo que eu não suporto. Sim, odeio macarrão.
- Isso nem macarrão é. - Coloquei o prato numa mesinha. - E outra coisa, se você me chamar de miss-sem-paciência outra vez, você irá se arrepender por isso.
- E o que a gatinha iria fazer? - O garoto com o cabelo de Justin Bieber, me olhou.
- Pegar uma máquina de rapar cabelo, e rapar isso que você chama de cabelo, afinal, não sabia que viados imitavam cantores. - Sorri, e então vi que o garoto ficou sem graça, ri.
- Você deveria cuidar da sua vida. - Um deles falou, pude perceber que ele tinha uma orelha muito escrota.
- E você fazer uma cirurgia nessa sua orelha. - Me virei, então empurrei o Erick e deitei ao sofá.
Os garotos, se é que posso chamar assim, me encararam. Acho que eles estavam imaginando como uma garota, que não havia nem ao menos um pingo de frescura, poderia ser tão marrenta desse jeito.
Aumentei o volume da televisão, vi que Erick a baixou na mesma hora. Suspirei e revirei os olhos.
- Vou socar esse controle na sua boca se você a baixar mais uma vez. - Gritei.
Foi então que ele a baixou de novo. Numa boa, esse menino deve estar de brincadeira comigo, não é? Não perdi minha paciência, mais que menino fútil.
Me levantei, fui em direção a ele, sinceramente, me senti uma anã perto dele. Ele era mais ou menos duas de mim.
- Uma criança dessa vim para cima de mim? - Ele agachou, logo riu, se levantou.
Não posso negar que o meu primeiro pensamento era pegar uma faca e cortar aquela cara de mula dele. Não era culpa minha de eu ser baixinha, sofro por isso, mas nem por isso tem que me chamar de criança.
Empurrei-o, ele caiu ao sofá, pulei em cima dele, distribui tapas ao longo daquela cara de mula. Pulei em cima dele, óbvio, dei chute, puxei aquele cabelo que parecia ser mais palha do que cabelo, e por fim, me vi segurada pelos meninos.
Dei um chute por trás neles, ao ver que todos estavam caídos e meio que vamos se dizer, machucados, dei um belo sorriso.
- Eu não sou uma criança, tenho dezesseis anos. - Me inclinei para encarar Erick. - Quem é a criança agora?
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Bárbara (Correção)
RomanceApós uma breve discussão com sua própria mãe, Bárbara decide ir para Estados Unidos, sabendo que viveria uma vida totalmente diferente das outras, não sabia que teria que dividir o apartamento com uma pessoa desconhecida. Ela só não sabe que essa pe...