Me sentei na mesa mais próxima que vi, estava com a maior preguiça de subir o segundo andar para pegar uma mesa qualquer. A mesa era de dois lugares, como vim sozinha, coloquei meus pés na cadeira da minha frente.
Peguei o cardápio de minha frente e vi que havia vários tipos de prato com vários preços, digo, alguns chegavam a ser uns trinta reais. Que ridículo.
A garçonete, se bem que ela parecia ser uma mulher que faz programa pelo simples fato de que usava uma saia mais curta do que uma música de dez segundos, um top branco e patins, sim, isso mesmo, patins!! Ela me olhou com desdém e eu a encarei como se ela fosse uma espécie de panda-cor-de-mel.
- As comidas daqui são as mesmas coisas, só vem arroz e carne. - Olhei para o cardápio. - E o mais irônico é que os preços são diferentes.
- Não sabia que pirralhas poderiam sair sozinhas. - Ela me encarou.
Será que eu vou ter que desenhar mesmo para à sociedade? Eu não sou pirralha coisa alguma. Olhei para aquele rosto que parecia ser cagado e depois foi lavado, e assim, me preparei para dar uns tapas naquela mocreia.
- Eu não sabia que garotas de programa trabalhavam em lanchonetes. - Minha voz saiu do mesmo tom do que a dela.
Ela me encarou com desdém, cravou suas unhas em suas mãos, deveria ser para controlar a raiva.
- Você é uma pirralha, idiota. - Ela berrou.
Me levantei, fazendo com que eu fique ainda menor. Qual o problema de ser baixa? Nenhum? Tudo bem.
Alguns pararam de mastigar aquela porcaria em que eles falam que é comida, olharam para mim e para à garçonete idiota.
- Eu pago o teu salário. - Coloquei o meu dedo em sua frente. - Então, se não quer passar fome, me trate com respeito e dignidade, mocreia.
Ela ficou vermelha de raiva, o que fez eu rir alto, muito alto. Ela puxou o meu cabelo. Não. Ninguém puxa o meu cabelo.
Puxei o dela, comecei a distribuir tapas em seu rosto, na medida em que ela ficasse com o rosto inchado demais. Eu ia arrancar todos os fios daquele cabelo ruim, até que sinto alguém me puxando.
- Me larga! - Grito, remexendo as minhas pernas no ar.
Foi quando senti o perfume de Erick, olhei para trás e vi que era ele mesmo, Pablo o ajudara a me segurar.
Qual é, não posso nem sair para dar uma volta comum, que tem sempre algum ser, idiota e que se chama Erick e seus amigos, para impedir.
- Você vem para casa, agora! - Erick me puxava, na medida em que ele me puxava, eu me remexia mais.
- Não, idiota. - Berro, dando um chute em sua canela, o que me fez me largar, Pablo me soltou com medo. - Tenho que acabar com essa mocreia.
Ela estava segurada por um cara grande e gordo, seu chefe, o que fez ficar a barra mais fácil para mim. Dei um murro naquela cara de bosta-lavada, e logo vi que seu nariz sangrou. Não era a hora de parar, não agora.
Dei um chute em sua canela que fez ela cair de bunda ao chão, soltei uma daquelas gargalhadas de palhaço, sabe? E dei um tapa naquela cara imunda.
- Tá bom. - Erick me puxou fazendo com que nossos corpos se colassem, respirações iguais. - Já chega!
Ele olhou para a garçonete com cara de bosta-lavada e lançou um olhar de pena, o que fez com que eu me irritasse.
Empurrei-o, ele caiu em uma das mesas, todos encararam. Fui para a porta que caía na avenida, mais antes de abrir, joguei um olhar mortal para a garçonete com cara de bosta-lavada. Abri a porta, todos encararam, Pablo e os meninos, principalmente Erick, se levantaram.
Não olhei para os lados para atravessar à avenida, quando eu estava ao meio, aparece um caminhão que buzinou, levantei meu dedo do meio e mostrei-o.
- IDIOTA!!!! - Grito o bastante para ele ouvir. - NUNCA OUVIU FALAR EM FREIO NÃO?
Pulei para à calçada, e ouvi o mesmo cara gritando 'PIRRALHA VADIA' o que fez com que eu ficasse com o coração na mão de raiva.
Eu por acaso tenho cara de pirralha? Nunca chamei vocês de velhos para me chamarem de pirralha, seus velhos.
Cheguei á portaria principal, sem ao menos olhar para o porteiro, entrei para dentro e fui em direção ao meu apartamento.
Chamar elevador, xingar, chamar de novo, entrar, clicar umas mil vezes no andar, xingar, sair. Isso já virou rotina.
Abri a porta com o pé, e a bati com o joelho, fui em direção ao meu quarto e bati a porta. Fui em direção ao banheiro, tirei minha roupa e blábláblábláblá, e entrei ao box.
Dessa vez, a água não estava quente, muito menos fria, estava forna. Olhei para a pequena janela, e vi que o tempo estava prestes a chover.
Chuva me lembra passado, digo, no meu passado sempre chovia. Meu pai me abraçava quando chovia, e falava que não era para eu ter medo de chuva, afinal, era um choro de alegria. Só que não.
Desliguei o chuveiro, coloquei a primeira toalha que vi, me enxuguei, e entrei ao meu quarto. Agachei para pegar uma calça legue preta, uma blusa cavada que vinha até um pouco a baixo da cintura, e por fim, calcei minhas pantufas do Mickey.
Saí do quarto e vi Erick todo ensopado, o que me fez rir, com uma loira. Olhei para a garota e vi que era a mesma garota que estava semi-nua.
- Vejo que o sofá irá voltar a ser uma cama de motel. - Desviei meu olhar para as minhas unhas, o esmalte descascava.
Erick se apróximou de mim e ficou me encarando de um jeito sério.
- Perdeu alguma coisa? - Fiquei tirando meu esmalte com a unha.
- Você sumiu daqui para ir não sei aonde, depois apareceu na lanchonete do meu colega e brigou com uma garçonete COMUM, sem contar que você estava quase matando a garota, e depois, correu pela avenida, fazendo com que o carros e caminhões buzinassem, e por fim, eu corri atrás de você, e olha como eu estou? - Ele mostrou seu estado de pura água. Dava para encher uma garrafa-pet.
- Ah, para. - Revirei os olhos. - Eu poderia ter matado ela, mais deixei ela viva para ela refletir a sua vida medíocre e boba em uma lanchonete.
Ele me encarou, logo a loira apareceu atrás dele com as suas mãos na cintura de Erick.
- E quem é essa garota que poderia ser uma droga? - Olho para o rosto dela, lotado de pó. - Com esse pó minha filha, parece que está fazendo cosplay de droga, só pode.
Ela me olhou com a sombrancelha erguida. Eu ergui também, o que fez ela ficar normal.
- Ela é a minha namorada. - Erick me encarou. - Tenha mais respeito com ela.
- Grande bosta. - Passei por eles e me joguei ao sofá.
A menina, que estava de cosplay de droga, se inclinou para falar sei lá o que para Erick. Revirei os olhos.
- Qual seu nome? - Ela se apróximou de mim.
- Não te interessa. - Liguei a televisão, o que fez ela entrar na frente. - Você quer morrer?
- Não, quero saber o seu nome, menininho. - Ela falou em um tom irônico.
Menininho já é mancada comigo, não é?
Olhei para o que estava mais próximo de mim, um controle, ótimo. Poderia ser um tijolo, mais tudo bem. Peguei-o e joguei em sua direção, bateu em seu rosto, Erick apareceu.
- Amor... olha o que ela fez. - Sua voz era irritante, já falei?
- BÁRBARA. - Ele berrou. - ELA SÓ QUERIA SABER SEU NOME!
- Primeiro, não interessa. - Me levanto. - Segundo, com essa voz não passa nem medo em filhote de gato, melhore. Terceiro, eu avisei que era para ela sair dali.
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Bárbara (Correção)
RomanceApós uma breve discussão com sua própria mãe, Bárbara decide ir para Estados Unidos, sabendo que viveria uma vida totalmente diferente das outras, não sabia que teria que dividir o apartamento com uma pessoa desconhecida. Ela só não sabe que essa pe...