Capítulo onze.

2.1K 117 8
                                    

Me sentei na mesa mais próxima que vi, estava com a maior preguiça de subir o segundo andar para pegar uma mesa qualquer. A mesa era de dois lugares, como vim sozinha, coloquei meus pés na cadeira da minha frente.
Peguei o cardápio de minha frente e vi que havia vários tipos de prato com vários preços, digo, alguns chegavam a ser uns trinta reais. Que ridículo.
A garçonete, se bem que ela parecia ser uma mulher que faz programa pelo simples fato de que usava uma saia mais curta do que uma música de dez segundos, um top branco e patins, sim, isso mesmo, patins!! Ela me olhou com desdém e eu a encarei como se ela fosse uma espécie de panda-cor-de-mel.
- As comidas daqui são as mesmas coisas, só vem arroz e carne. - Olhei para o cardápio. - E o mais irônico é que os preços são diferentes.
- Não sabia que pirralhas poderiam sair sozinhas. - Ela me encarou.
Será que eu vou ter que desenhar mesmo para à sociedade? Eu não sou pirralha coisa alguma. Olhei para aquele rosto que parecia ser cagado e depois foi lavado, e assim, me preparei para dar uns tapas naquela mocreia.
- Eu não sabia que garotas de programa trabalhavam em lanchonetes. - Minha voz saiu do mesmo tom do que a dela.
Ela me encarou com desdém, cravou suas unhas em suas mãos, deveria ser para controlar a raiva.
- Você é uma pirralha, idiota. - Ela berrou.
Me levantei, fazendo com que eu fique ainda menor. Qual o problema de ser baixa? Nenhum? Tudo bem.
Alguns pararam de mastigar aquela porcaria em que eles falam que é comida, olharam para mim e para à garçonete idiota.
- Eu pago o teu salário. - Coloquei o meu dedo em sua frente. - Então, se não quer passar fome, me trate com respeito e dignidade, mocreia.
Ela ficou vermelha de raiva, o que fez eu rir alto, muito alto. Ela puxou o meu cabelo. Não. Ninguém puxa o meu cabelo.
Puxei o dela, comecei a distribuir tapas em seu rosto, na medida em que ela ficasse com o rosto inchado demais. Eu ia arrancar todos os fios daquele cabelo ruim, até que sinto alguém me puxando.
- Me larga! - Grito, remexendo as minhas pernas no ar.
Foi quando senti o perfume de Erick, olhei para trás e vi que era ele mesmo, Pablo o ajudara a me segurar.
Qual é, não posso nem sair para dar uma volta comum, que tem sempre algum ser, idiota e que se chama Erick e seus amigos, para impedir.
- Você vem para casa, agora! - Erick me puxava, na medida em que ele me puxava, eu me remexia mais.
- Não, idiota. - Berro, dando um chute em sua canela, o que me fez me largar, Pablo me soltou com medo. - Tenho que acabar com essa mocreia.
Ela estava segurada por um cara grande e gordo, seu chefe, o que fez ficar a barra mais fácil para mim. Dei um murro naquela cara de bosta-lavada, e logo vi que seu nariz sangrou. Não era a hora de parar, não agora.
Dei um chute em sua canela que fez ela cair de bunda ao chão, soltei uma daquelas gargalhadas de palhaço, sabe? E dei um tapa naquela cara imunda.
- Tá bom. - Erick me puxou fazendo com que nossos corpos se colassem, respirações iguais. - Já chega!
Ele olhou para a garçonete com cara de bosta-lavada e lançou um olhar de pena, o que fez com que eu me irritasse.
Empurrei-o, ele caiu em uma das mesas, todos encararam. Fui para a porta que caía na avenida, mais antes de abrir, joguei um olhar mortal para a garçonete com cara de bosta-lavada. Abri a porta, todos encararam, Pablo e os meninos, principalmente Erick, se levantaram.
Não olhei para os lados para atravessar à avenida, quando eu estava ao meio, aparece um caminhão que buzinou, levantei meu dedo do meio e mostrei-o.
- IDIOTA!!!! - Grito o bastante para ele ouvir. - NUNCA OUVIU FALAR EM FREIO NÃO?
Pulei para à calçada, e ouvi o mesmo cara gritando 'PIRRALHA VADIA' o que fez com que eu ficasse com o coração na mão de raiva.
Eu por acaso tenho cara de pirralha? Nunca chamei vocês de velhos para me chamarem de pirralha, seus velhos.
Cheguei á portaria principal, sem ao menos olhar para o porteiro, entrei para dentro e fui em direção ao meu apartamento.
Chamar elevador, xingar, chamar de novo, entrar, clicar umas mil vezes no andar, xingar, sair. Isso já virou rotina.
Abri a porta com o pé, e a bati com o joelho, fui em direção ao meu quarto e bati a porta. Fui em direção ao banheiro, tirei minha roupa e blábláblábláblá, e entrei ao box.
Dessa vez, a água não estava quente, muito menos fria, estava forna. Olhei para a pequena janela, e vi que o tempo estava prestes a chover.
Chuva me lembra passado, digo, no meu passado sempre chovia. Meu pai me abraçava quando chovia, e falava que não era para eu ter medo de chuva, afinal, era um choro de alegria. Só que não.
Desliguei o chuveiro, coloquei a primeira toalha que vi, me enxuguei, e entrei ao meu quarto. Agachei para pegar uma calça legue preta, uma blusa cavada que vinha até um pouco a baixo da cintura, e por fim, calcei minhas pantufas do Mickey.
Saí do quarto e vi Erick todo ensopado, o que me fez rir, com uma loira. Olhei para a garota e vi que era a mesma garota que estava semi-nua.
- Vejo que o sofá irá voltar a ser uma cama de motel. - Desviei meu olhar para as minhas unhas, o esmalte descascava.
Erick se apróximou de mim e ficou me encarando de um jeito sério.
- Perdeu alguma coisa? - Fiquei tirando meu esmalte com a unha.
- Você sumiu daqui para ir não sei aonde, depois apareceu na lanchonete do meu colega e brigou com uma garçonete COMUM, sem contar que você estava quase matando a garota, e depois, correu pela avenida, fazendo com que o carros e caminhões buzinassem, e por fim, eu corri atrás de você, e olha como eu estou? - Ele mostrou seu estado de pura água. Dava para encher uma garrafa-pet.
- Ah, para. - Revirei os olhos. - Eu poderia ter matado ela, mais deixei ela viva para ela refletir a sua vida medíocre e boba em uma lanchonete.
Ele me encarou, logo a loira apareceu atrás dele com as suas mãos na cintura de Erick.
- E quem é essa garota que poderia ser uma droga? - Olho para o rosto dela, lotado de pó. - Com esse pó minha filha, parece que está fazendo cosplay de droga, só pode.
Ela me olhou com a sombrancelha erguida. Eu ergui também, o que fez ela ficar normal.
- Ela é a minha namorada. - Erick me encarou. - Tenha mais respeito com ela.
- Grande bosta. - Passei por eles e me joguei ao sofá.
A menina, que estava de cosplay de droga, se inclinou para falar sei lá o que para Erick. Revirei os olhos.
- Qual seu nome? - Ela se apróximou de mim.
- Não te interessa. - Liguei a televisão, o que fez ela entrar na frente. - Você quer morrer?
- Não, quero saber o seu nome, menininho. - Ela falou em um tom irônico.
Menininho já é mancada comigo, não é?
Olhei para o que estava mais próximo de mim, um controle, ótimo. Poderia ser um tijolo, mais tudo bem. Peguei-o e joguei em sua direção, bateu em seu rosto, Erick apareceu.
- Amor... olha o que ela fez. - Sua voz era irritante, já falei?
- BÁRBARA. - Ele berrou. - ELA SÓ QUERIA SABER SEU NOME!
- Primeiro, não interessa. - Me levanto. - Segundo, com essa voz não passa nem medo em filhote de gato, melhore. Terceiro, eu avisei que era para ela sair dali.

Bárbara (Correção) Onde histórias criam vida. Descubra agora