Capítulo vinte e oito.

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Era um final da tarde, a lua estava já no céu, as cigarras cantavam, não estava uma tarde quente muito menos fria. Era uma tarde fresca, sem aquele solzão, e sem ter aquele vento gelado.
Por incrível que pareça, meu chapéu havia caído ao chão, estava vestindo um vestido preto que vinha até o meu joelho, mangas compridas, bota um pouco a baixo do joelho. As folhas voavam pelo chão.
- Não está com frio? - Senti o 'claque' das folhas serem quebradas. Me virei.
- Não, amor. - Ruan havia se apróximado de mim, ele me puxou para um beijo.
Metade de mim falava que não era para eu fazer isso, outra metade queria cair aos lençóis com Ruan. Erick.
Empurrei-o de leve, a minha aliança havia caído ao chão. Olhei para o rosto de Ruan que estava com um sorriso bobo ao rosto.
- Me desculpe, é Erick que eu chamo de namorado, me... - Senti braços atrás de mim.
Me virei, o cabelo de Erick estava voando em direção oposta ao vento, fazia com que seu boné caísse. Ele era perfeito.
Minha boca e a dele se entralaçou, como um beijo de cinema.
- Eu amo você, Erick. - Olhei firme para ele. - Não me abandone, jamais.

Acordei.
Era um sonho. Não beijei Erick, não falei que amava ele. Estava suada, meu corpo estava empregnado na cama.
Me levantei, pela minha sorte estava com uma bermuda de malha fina, ao contrário da minha blusão mais considerada como vestido. Abri a porta, sem delicadeza alguma, se Erick acordasse acharia que era um ladrão querendo quebrar a porta, me dirigi para a cozinha. Copo de água, cadê você, meu filho?
Ah, foda-se, peguei o primeiro que eu vi e coloquei no filtro, logo o joguei na cama. Eram quase seis da manhã. Quase hora de eu acordar, só que não.
À porta do quarto de Erick estava meia-aberta, entrei ao meu, tranquei a porta, entrei no banheiro e tomei um belo banho. Fiz minhas higienes logo em seguida, me dirigi ao chão, puxei uma roupa qualquer.
Jeans preto, blusa caída aos ombros, botinha, e por fim, um lenço na cabeça. Sim, lenço. Não sou cabeção, ok? Ok.
Peguei o meu caderno, me joguei ao sofá, depois de esperar uns quinze minutos ele apareceu na sala. Lindo como sempre.
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- Hoje vocês irão ser liberados, a professora de vocês faltou e... - A diretora não conseguiu terminar, eu era a que não parava de falar. Comemorava.
Puxei meu caderno com Vitória junto, alguns já haviam saído, outros estavam plantados que nem planta na sala. Não, isso não tem lógica, na verdade, minha vida não tem lógica.
- Você já se apaixonou por alguém? - Olhei para Vitória que me olhou com um olhar meio óbvio.
- Todos já. - Ela se sentou em um banco, eu em seguida.
- Menos eu. - Sorri. - Eu não sou todo mundo.
- Você é apaixonada. - Ela me encarou, eu a encarei. - Erick.
- Quando eu me apaixonar pelo Erick, eu viro amiga da vaca, quer dizer, professora de filosofia. - Desviei meu olhar para Erick.
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Já estava em casa, Erick estava sentado ao sofá, eu ao lado dele. Sim, não estava deitada no meu sofá.
- A pessoa mais irritante do mundo é..... - Ele olhou para a televisão.
- Você! - Sorri feito uma maluca, dei um tapa em sua cabeça.
Ele revirou os olhos. Às vezes me controlo para não falar 'EI VOCÊ NÃO FAZ PORRA NENHUMA SEM SER REVIRAR ESSES OLHOS'
Dei outro tapa em sua perna.
- Você é uma puta. - Ele virou para mim.
- Você brilha mais do que outdoor de nome de motel. - Olhei para ele.
- Eu brilho mais que você. - Ele sorriu, como ele é tapado. - Eu e as minhas negas.
Negas é o meu pau, seu filha da mãe.
- A Lavis, Vanessa, Jojô. - Ele sorriu falando. Ódio.
- São todas putas. - Sorri.
- Mais pelo menos tem o meu respeito e eu fico com elas. - Ele olhou para o celular.
Quero dar um tapa na cara desse panaca, panacão.
- Você é inacreditável. - Olhei para ele.
- Como se você fosse a garota mais linda do mundo. - Falou.
- Achava que você não era tão panaca assim. - Olhei firme para ele. - Mais sinceramente, é.
Ele não me olhou, continuou a olhar para aquela bostinha de celular.
Comecei a me estressar, quarto tapa em que eu dava na sua cara e ele não se mexia, muito menos me olhava. Ódio. Um sentimento tomou conta de mim que eu nunca havia sentido antes.
Virei a sua própria cabeça e me apróximei meu rosto ao seu. A gente se beijou. Não foi ele que me puxou. Fui eu.

Bárbara (Correção) Onde histórias criam vida. Descubra agora