Capítulo dez.

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- Você não estuda? - A garota me encarou. - Meu nome é Hanna.
- Tá me chamando de burra? - Me levantei. - Eu não te perguntei absolutamente nada, Hanna.
Ela revirou os olhos. Garota idiota, não é porque vim morar aqui que eu não vou estudar, óbvio que eu vou.
Me joguei ao sofá ao lado, por incrível que pareça aqui havia vários sofás, digo, vários mesmo. Peguei o meu celular e entrei no tumblr, sim, eu sou uma viciada em tumblr, afinal, quem entra naquela coisinha se vicia. Vi que havia novos seguidores, finalmente.
Algum ser, que distingui que era Pablo pelo simples fato de que fedia a gel de cabelo, se apróximou de mim.
- Perdeu alguma coisa? - Não desviei meu olhar do celular.
Ele nem se quer respondeu, se sentou ao meu lado, só que eu empurrei-o. Ninguém senta ao mesmo sofá que eu estou, ninguém.
- Você que tomou à ideia de sentar ao meu lado. - Não desviei o olhar. - E por isso, caiu.
Percebi que ele revirou os olhos, foi direto a cozinha.
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- Eu vou sair. - Grito.
Abri a porta do meu quarto, e assim bati com a maior força possível. Havia brigado com os meninos, o que não era bem uma novidade. Coloquei uma calça simples branca, um agasalho do Mickey que vinha um pouco mais à minha cintura, e por fim, coturno. Fiz um rabo de cavalo alto em meu cabelo, abri a porta, apareci na grande sala.
Os garotos me encararam, o que também não era novidade, eu era linda e perfeita, mesmo.
- Vocês são palhaços. - Guardei meu celular no bolso do agasalho, fui em direção à porta, sinto alguém puxar meu braço. - Me solta!
Virei e vi que era Erick, o incrível Erick.
- Aonde você vai? - Ele me encarou.
- Não te interessa. - Puxei meu braço, abri a porta, e assim fechei.
Esperei o elevador subir por uns cinco minutos, que quase dou um chute naquele botão verde. Ele chegou, entrei, apertei umas dez vezes para fechar.
Assim que chegou ao saguão, se é que posso chamar assim, saí apressada em direção ao porteiro, que por incrível que pareça estava dormindo.
- Eu não pago duzentos reais nesse condomínio para o porteiro ficar dormindo. - Berrei fazendo com que ele acordasse. - Estou pre-té-ri-ta.
Ele me olhou sem entender absolutamente nada, saí para fora do condomínio. O condomínio dava de cara com uma avenida, que não estava pra lá de movimentada, mais parecia ser a principal da cidade. Atravessei sem um pingo de medo.
Havia aquelas ruazinhas com pouca iluminação, estreita, e que qualquer um que passava de frente imaginava que aquele lugar poderia ser um lugar de estrupos, roubos, matança e sei lá.
Para mim não, entrei em uma dessas ruazinhas e logo percebi que não havia nem um pingo de iluminação, a única coisa que iluminava era a lua. Andei olhando para os lados.
Senti um cheio de fumo, não que eu fuma, mas o cheiro estava fortissímo. Ouvi passos vindo em minha direção, apressei o passo.
O quê? Eu sou uma menina, claro, tenho medo de quase tudo que envolva 'estrupadores', mas mesmo assim, tento não demonstrar nem um medo se quer.
Foi quando que olhei para frente e vi um cara meio que careca, muito careca mesmo, usava umas roupas pretas, esquisitas, aquelas que nem endiabados usam. Olhei ao lado e vi um cara muito mais muito gordo, com cabelo dessa vez, mas usava roupas pretas também.
Eles sorriram ao me analisar de corpo inteiro, revirei os olhos.
- Oi gata. - O careca abriu um sorriso.
- Tchau. - Me virei para não encarar-los, até que senti alguém me rodando de novo, o careca. - Que foi, mermão?
Eles riram.
- Você é gata, viu. - O cara muito, mais muito, mais muito, muito gordo, me encarou.
- Eu sei. - Olhei para ele que abriu um sorriso pervetido.
- Olha gatinha, por que não vem aqui e... - Interrompi o gordão.
- Olha gordão, por que você e seu amigo não dá o fora daqui? Digo, você acha que com esse papo vai conseguir me estrupar? - Ele riu, fiquei seria.
- Olha só garota, eu não sei quem é você, mais se você não me respeitar, te mato agora mesmo. - O gordão me puxou, o que fez com que aquelas banhas, braços, fossem para o meu pescoço.
A minha habilidade de luta comum como qualquer uma chegou, dei um chute no estômago dele, e foi então que ele caiu ao chão. Soquei ele até ver sangue aparecer.
Seu amigo, o careca, me olhou com um olhar de fúria e ia vim para cima de mim, até que, joguei um daqueles olhares mortais.
- Te dou cinco minutos de pegar esse leitão em pessoa e cair o fora daqui, ou você irá encontrar seu amigo lá no inferno. - Berrei, o que fez puxar o amigo de uma vez e sair dali.
Ao ver a figura correndo, abri o meu melhor sorriso de vencedora, bati minhas mãos uma na outra, limpando os restos de sangue que estava um pouco em minha mão.
Me virei para sair, até que por fim, meu celular toca. Puxo ele do bolso e vejo que era Erick. Não sei nem como ele conseguiu o meu número.
- Como conseguiu o meu número? - Atendi na mesma hora.
- Isso não importa. - Pude ouvir sua respiração. - Aonde você está?
- Nárnia. - E foi assim que desliguei o celular.
Corri até a entrada, pude ver que a avenida estava movimentada. Suspirei.
Olhei ao meu redor e vi que perto dali estava uma lanchonete, se é aquilo for uma lanchonete, corri até lá. Sim, é uma lanchonete.
Abri a porta com força, o que fez com que todos me encarassem.
- Buu. - Ergui a mão. - Viram um fantasma, por acaso?

Bárbara (Correção) Onde histórias criam vida. Descubra agora