Capítulo trinta e seis (parte um)

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Por incrível que pareça, meu rosto corou na hora em que todos me olharam. Olhei para os pés, aquilo era a única coisa que não me fazia ficar completamente sem-graça mais do que eu já estava, o único problema é que vi que não havia mais o meu lugar na turma. Não havia a cadeira do meu lugar, quando fui colocar uma, as meninas tudo em volta cochicharam entre si, não é claro que isso não me irritou, irritou na medida em que o garoto que sentara atrás de mim se chegou para frente probindo a minha entrada.
Estava que nem uma planta esperando ser plantada. A minha cara estava ao chão com tudo aquilo.
Joguei a cadeira ao chão mesmo, me sentei em uma do fundo, joguei minhas tralhas e botei o pé na mesa, ninguém me olhou mais. O professor explicara algumas coisas ao quadro que eu não estava prestando atenção.
O sinal logo bateu, o que eu mais queria era recreio na verdade, a professora chegou chegando dentro da sala de aula, colocou sua bolsa em cima da mesa e abriu um de seus melhores sorrisos forçados.
- O trabalhinho de hoje será em grupinhos. - Ela bateu palma. Sério isso?!
Revirei os olhos, aquilo era uma vergonha para a humanidade. Vitória não olhava para mim em nenhum momento da aula, o que me espantou demais. Achei que éramos amigas.
- Vocês escolhem... - Ela se sentou na própria mesa, o decote da blusa estava completamente à mostra para qualquer pessoa.
Uma agitação na sala para se perguntar 'com quem eu vou?', alguns já tinham o seu par, por exemplo, Erick. Já outros, eu por exemplo, não foi chamado para nenhum grupo. Vitória estava com Ingridy, uma menina que morava perto de casa. Erick estava com Feijão, Daniel com um garoto que eu não conhecia.
Quando eu vi, toda à sala estava em dupla, menos a mim. Me levantei passando pelas caderas ocupadas que agora estavam me olhando, e parei bem de frente com a professora.
- Não sei se é cega, mais acho que está totalmente visível como esse detaque da sua blusa que eu estou sem dupla, agora, você pelo menos poderia fingir ser uma boa professora e me colocar em qualquer dupla? - Gritei.
- Grupo de Iago. - Nem ligou o bastante para as minhas palavras.
Iago era uma bicha louca que se pagava de vida louca mais quando rala o joelho corre diretamente até a mãe. Respirei fundo, olhei para aonde que ele estava, ao lado de Erick.
Me apróximei com mal-gosto, Iago levantou seu olhar para mim, uma risada sarcástica saiu de sua boca.
- Eu não quero me sentar com uma puta! - Iago falou alto para que todos ouvissem, todos riram.
Engoli em seco, olhei ao meu redor e vi que Erick era um deles.
- Eu não quero me sentar com um garoto que se paga de vida louca mais quando chega em casa corta os pulsos com músicas depre. - puxei-o pelo colarzinho. - Não exagera, cara!
- Posso ser isso, mais não sou puta que nem... - Nem conseguiu falar, dei um tapa em seu rosto.
O que eu fiz para me chamar de puta? A professora me mandou eu ir para a diretoria, o que eu não entendi porque não fiz nada do que além qualquer um faria, entrei na sala pequena e não vi a mulher que eu gostava mais havia acabado de esquecer o nome.
Me joguei no sofá, fechei os olhos, dormi.
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Já era a hora do intervalo, alguns me ignoravam, outros apontaram para mim rindo. Respirei fundo. Algo havia acontecido, isso eu tenho certeza.
Andei até Erick que estava com uma das loiras-com-cara-de-traveco e ao seu redor estava a minha turminha que tanto não falaram comigo. Feijão me viu vindo em sua direção, apontou com a cabeça em minha direção.
Olhei seriamente para a cara de traveco, abri um daqueles sorrisos de 'corre ou mesmo assim, te mato' e respirei fundo.
- Olha garota, o colo do Erick não é parada gay para você ficar nele. - Eu a olhei com olhar de matar, vi que ela se arrepiou, se abraçou ao Erick, eu me irritei com aquilo. - VOCÊ É SURDA TRAVECÃO?
Todos os olhos, até mesmo os que fingiam que eu não existia, me olharam.
- O que foi, Bárbara? - Algo havia acontecido, Erick não me chamava de Bárbara a muito tempo.
Meu olho se desviou da travecão para Erick que agora estava totalmente sério, seus olhos estavam com uma expressão fria.
- Eu quero que ela saía do seu colo. - Falei.
- Ela vai ficar.
Eu não esperava por isso, uma raiva dominou a minha cabeça, uma fúria, uma tristeza. Estava sendo traída em minha frente, tudo bem que aquilo não significava nada, mas porra, eu quero que ela vaza. O que mais me irritou foi que ela abriu um sorriso cínico, já não basta eu estar com raiva, essa garota quer que eu pule em seu pescoço.
- O quê? - Olhei para Erick. - COMO ASSIM? QUE EU SAIBA EU SOU A SUA NAMORADA IDIOTA, VAI ME DIZER QUE VOCÊ TÁ TENDO UM LANCE COM ELA ESCONDIDO E AGORA QUER REVELAR?
- Não. - Sua voz saiu fria. - Você é quem estragou tudo.
Eu estraguei tudo? Meu coração se apertou, meus olhos se encheram de água.
- O-o quê? - Minha voz estava entre suluços.
- Não temos mais nada. - Ele falou, em seguida se virou para a traveco.
A minha mente se fez de várias perguntas, meus olhos não paravam de sair água, meu rosto estava vermelho que nem uma pimenta. Eu estava aos prantos, alagada, uma colher sendo levada em um rio.
Saí correndo em direção ao banheiro, entrei em uma das cabines e olhei para cima. Meu rosto estava mais avermelhado, minha boca estava seca.
- Por quê... - Berrei. - O QUE EU FIZ???!
Estava sozinha ao mundo, metade de fim passeria ter quebrado, a outra inventava mil coisas para não se quebrar, outra vez.
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Como prometido aqui está um cp super atrasado, uhu 🎉🎊
O que vocês acham que aconteceu?

Ah, gente, vou ver se posto o parte dois amanhã né, não quero matar vocês de curiosidade 🔫 Vou ver esclarecer tudo do que aconteceu, fiquem calmasss, pliss.
Ahh, eu comecei a respostar o livro da Eleanor & Park, para quem não conhece e quer ler um romance, aconselho ler, por conta que o livro é completamente perfeito. Há dois do Eleanor se você for procurar, mais se quiser ler o meu ou sei lá, entrem ao meu perfil (mandiestevam) e procurem em minhas obras
Bjbjbj

Bárbara (Correção) Onde histórias criam vida. Descubra agora