016

1K 142 115
                                    

Desculpem os erros, meu teclado está horrível. Reviso depois, boa leitura!

Narrador

— A culpa é toda minha, me perdoa. — O velho disse enquanto encarava o mar à sua frente, após um longo momento de silêncio.

— Você sabe muito bem que a culpa é daquela mulher. — Jennie disse.

— Aquela mulher é sua mãe, Jennie.

A garota suspirou e tentou se acalmar antes de levantar o tom com seu pai.

— É mais fácil eu considerar a vizinha, que sempre se importou comigo, como minha mãe do que considerar aquela mulher. — Murmurou enquanto passava seus dedos na areia macia.

Seu pai suspirou e levantou seus olhos, como se estivesse pedindo ajuda de algum ser de lá de cima. Voltou seus olhos para sua filha. Tentou se colocar no lugar da mesma, desejou que ela não estivesse passando por tudo isso.

— A culpa não é só da sua mãe, Jennie. — Ele continuou. Fechou os olhos tentando trazer à tona as memórias que pareciam estar guardadas em uma gaveta em sua mente que não fora aberta há muito tempo. — Éramos muito novos quando tivemos você, sua mãe não conseguiu aguentar a pressão e o julgamento da família dela sobre mim e sobre você que era muito pequena para carregar esse peso todo. Sua cabeça era muito jovem e imatura e com isso ela acabou achando que fugir era melhor.

— Pai...

— Ainda não terminei. — Ele disse firme. — Eu não vou pedir pra você chama-lá de mãe, já entendi o que você sente por ela, só peço que ouça ela. Não precisa perdoa-lá, só ouve o que ela tem a dizer.

— Era difícil crescer e ver as crianças com suas mães na reunião de país, ou apresentações da escola aonde só você ia. Teve uma época que antes das apresentações eu desejava com todo o meu coração que ela aparecesse de repente e visse como eu estava grandinha. Minhas amigas levavam seus lanches e falavam "foi minha mamãe que fez" e eu olhava para o meu e lembrava que foi o meu pai que fez, então eu lembrava que o meu pai era meu pai e minha mãe junto. — A voz da garota se embolava com as lágrimas que se formavam em seus olhos. — Confesso, senti falta de ter uma mãe, principalmente quando era mais pequena, a fase em que as garotas falam sobre os namoradinhos para as mães e eu só queria conversar sobre eu ter uma queda na Hajin do 9°ano com a minha mãe. Eu aprendi a ser sozinha com o tempo, apenas eu e você e isso não é tão legal e maduro quanto parece, que nem nos filmes.

— Eu espero não ter falhado como pai e mãe.

— Você foi um ótimo pai e mãe, sr. Kwan. — Jennie disse arrancando uma risada baixa de seu velho. — Mas parece que tá na hora de conhecer a outra mãe.

Kwan suspirou e apenas assentiu.

— Aliás, por que não disse nada da parte em que eu literalmente disse que gosto de garotas? — A garota perguntou, agora seus olhos encaravam o rosto de seu pai.

— Como se fosse novidade para mim.

Kwan nunca foi de se intrometer na vida da garota, talvez por se sentir desconfortável em ultrapassar o espaço pessoal de sua filha, ou porque certas coisas deveriam ser tratadas com uma mãe que sabia mais do assunto do que o pai.

good girl ─ jensooOnde histórias criam vida. Descubra agora