Capítulo 7

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-Eu queria que tu estivesses lá- falei.

-Lá como?- ela perguntou confusa.

-Aqui. Comigo. Com o meu pai.

A sua expressão entristeceu e ela deu-me um sorriso triste.

-Tu sabes que isso não é possível.

-Era sim tu só escolheste não estar aqui, agora vai estou ficando sem paciência para ti e tu sabes o que acontece quando eu perco a paciência.

-Adeus,... meu filho

Ele brilhou e foi-se embora fazendo com que eu deixasse escapar um suspiro.

-Finalmente- falei virando-me para voltar a comer.

-Cam-falou o Noah.

Larguei minha comida na hora e virei-me para ele irritado.

-O que é?

-O que aconteceu? Com quem estavas a falar?- perguntou ele um pouco receoso.

-Não é da tua conta- falei voltando-me para tentar comer de novo.

-Senhor Diaz- chamou a diretora.

-O que foi agora? Sem querer ofender mas eu já estou no limite com tudo isto, por isso seja rápida- falei.

-Com quem estava a falar?- perguntou ela

Levantei-me deixando a diretora pendurada e sai de lá pisando duro no chão tentando controlar minha raiva.

Fui até ao salão comunal da Corvinal, joguei-me na poltrona, peguei num livro e comecei a ler tentando distrair-me de tudo o que acabou de acontecer.

Ao fim de algum tempo lendo o salão foi se enchendo de pessoas que se calavam quando viam-me.

Bufei enquanto levantava-me, indo até meu quarto, fechei a porta, tirei minha roupa não me dando ao trabalho de vestir o pijama e afundei meu rosto na almofada e adormeci minutos depois.

No dia seguinte acordei mas não me levantei não estava de bom-humor e não tinha vontade de fazer absolutamente nada logo fiquei o dia todo na cama comendo aquilo que os elfos me ofereciam.

Vi o tempo passando enquanto punha em ordem os meus pensamentos e os meus sentimentos quanto a tudo.

No fim do dia na hora de jantar decidi que por mais que eu não queira sair do quarto seriam bom apanhar ar e também tirar minha cabeça de tanta coisa.

Vesti-me e sai do Salão Comunal, caminhando calmamente até ao Salão Principal.

Entrei chamando a atenção de todos lá dentro, dirigi-me até ao meu lugar e sentei-me, começando a pôr comida no meu prato até, claro, alguém chamar por mim.

-Cam- disse Noah.

Olhei para ele.

-O que foi?- perguntei num suspiro.

-Podemos falar?

-Estamos a falar.

-A sós?

-Não- respondi.

-Porque não?- ele perguntou confuso.

-Porque eu sei o que vais perguntar.

-Ok mas mesmo assim eu quero saber o que se passa- ele falou.

-Tá, vem senta- falei dando dois tapas no lugar ao meu lado.

Ele sentou-se de bom grado e ficou olhando para mim esperando algo.

-Não te assustes, tá bom?

Ele assente e eu suspiro, levantando minha mão que ganha o mesmo brilho de ontem, ao tocar na sua testa o brilho se intensifica mais do que ontem.

Passei para ele as memórias sobre a conversa com a minha mãe e o que aconteceu com a Luna na floresta de novo.

Durante as memórias a passarem por ele pude a cara de choque a se formar.

Quando a última memória passou retirei a minha mão de sua testa.

-Agora tu sabes. Não me incomodes de novo sobre isso entendeu baixinho?- perguntei calmamente sem nenhum tom de ameaça.

-Mas... o que planejas fazer quanto... tu sabes?- ele perguntou depois de um breve olhar ao seu redor uma vez que todos estavam calados, como sempre, a ouvir a conversa.

Dei os ombros e voltei para meu comer.

-Cameron! Você não pode dar os ombros para isto! É demasiado Importante! O que planejas fazer? Há vidas em risco!

-Não achas que eu não sei disso, achas? Tu viate o que fiz na floresta e isso nem chega a metade. Sabes quem é a minha mãe e quem foi a pessoa que fez aquilo na floresta. Não me ponhas mais peso para as minhas costas mais valia não ter mostrado nada.- falei.

Voltei para minha comida e ignorei o Noah durante o jantar que desistiu de chamar minha atenção.

Comi em silêncio tentando reprimir a dor no meu peito.

Depois que acabei levantei-me e fui para meu quarto. Ao chegar na minha cama enterrei meu rosto no travesseiro e deixei oos meu pensamentos divagaram sobre o que aconteceu ontem e momentos antes.

O Filho Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora