Capítulo 25

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Todos estavam em silêncio, em choque, em medo e em fase de processamento mas a diretora foi a única que se fez ouvir.

-O... que? O que acabou aconteceu?- perguntou ela firme, séria e autoritária.

Notei alguns alunos se encolherem com o tom da diretora McGonagall,eu por outro lado nem medo senti, aliás em já não sentia emoção alguma, não sentia medo, não sentia raiva, não sentia culpa, dor, felicidade, tristeza, amor, remorso. Nada. Não sentia nada, incluindo os meus pés.

Olhei para baixo para o lugar onde os meus pés deviam estar mas não estavam em vez disso o chão era tudo o que via.

Ignorando completamente a diretora, caminhei (não sei como) até ao Noah que exibia o mesmo olhar com que o conheci: uma mistura de medo e fascinação.

Agachei-me quando fiquei na frente dele, fixando os meus olhos nos dele.

Aproximei-me do seu ouvido e por esta altura já não sentia as pernas.

-O Sol precisa de uma Lua e a Lua precisa do Sol para ser vista- susurrei no seu ouvido sentindo um leve arrepio vindo dele. Nesse momento deixei de sentir os braços e o tronco.

E então as palavras que nunca ninguém ouviu e que ninguém voltará a ouvir saíram pelos lábios num folgo e... numa despedida.

-Eu te amo, meu Sol.

Afastei-me o suficiente para encarar o Noah uma última vez, os olhos verdes arregalados e brilhantes, o cabelo loiro caído na sua testa e os lábios rosados que tanto beijei.

E foi isso que eu vi antes de desaparecer completamente como uma miragem, sem ninguém para se lembrar de mim, sem ninguém que me amou, como se nunca tivesse respirado o ar mais puro, como se nunca tivesse caminhado pela mesma terra que muitos outro pisaram, como se nunca... tivesse existido. Sem nada, sem ninguém, deixei o mundo para trás numa luz branca.

Noah narrando
Estátua. Era como eu parceria: uma estátua. Não me mexia, não respondia ás perguntas impostas pela diretora e os meus amigos.

Quem olhasse para mim podia dizer que eu estava congelado mas na minha mente um tornado de pensamentos, sentimentos, vozes rodavam a minha mente.

Memórias saltaram para a minha visão.

-Desculpa, estás bem? Eu não te tinha - rapaz de cabelo preto e olhos azuis estava ao meu lado e largou a minha mão.

-Tudo bem eu não estava vendo por onde ia mesmo- respondi

Um sorriso de canto apareceu nos lábios dele deixando-o mais atraente.

-Tá bom então adeus, baixinho- falou ele

Ele deu as costas e caminhou para a sala de aula.

Outra memória memóriaa saber.
-Já habituei-me e aprendi a não ligar.
-Bem e porque te habituaste?- perguntei curioso
-Todo o mundo que se aproximava de mim  afastava-se tão rápido quanto chegou. Aí os boatos foram correndo seguido dos olhares julgadores mas aprendi a não dar importância a isso. Ninguém conhece-me, nem mesmo o meu próprio pai, os rumores que circulam alguns são verdade mas não estão completamente certos, os outros são só inventados por alguém para manter todo o mundo afastado.

Outra memória

O rapaz de cabelo negro estava rodeado por 6 lobos afagando o cabelo de uma loba branca.

-Passamos por muito naqueles dias não foi, Luna?- notei no seu tom de voz tristeza e os seus olhos se tornaram mais escuros e dolorosos

Um pequeno soluço foi tudo o que ele teve como resposta

Mais e mais memórias invadiam a minha mente e há medida que eu me lembrava cada vez mais dele, lágrimas grossas escorreram pelo meu rosto.

-Cameron...- murmurei.

-Quem?- perguntou o Luís.

-Vocês não se lembram- afirmei- Ele disse isso- comentei.

-Não nos lembramos do quê?- perguntou a Camila.

-Ele era nosso amigo- falei tirando o colar do pescoço e passando levemente o dedo por cima- Ela era meu namorado.

Uma lágrima caiu em cima do colar um pequeno brilho laranja apareceu mas eu não reparei já que estava de olhos fechados a reviver os momentos que tive com ele, outra gota e na terceira gota o brilho se tornou tão cegante que todos foram obrigados a fechar os olhos e a desviar o olhar.

-Fica comigo. Eu preciso de ti.- pedi.

A intensidade do brilho baixou gradualmente permitindo que todos observassem o colar dourado imóvel na minha mão.

Contudo surpreendentemente o colar começou a flutuar sem nada nem ninguém lhe tocar.

-Quem está a fazer isto?- exigiu a diretora.

A resposta a essa pergunta foi respondida pelo braço pálido e musculoso que agarrou na colar de forma firme.

O braço foi seguido por pernas cobertas por umas jeans pretas com botas da mesma cor.

O tronco apareceu logo a seguir tapado por uma camisola de alças de couro preta.

O tronco foi seguido do rosto pálido, de olhos azuis profundos e do cabelo preto ondulando com uma leve brisa.

O Cameron pegou no colar, colocou-o no peito e segurou o colar com as mãos.

Ele fechou os olhos quando um pequeno brilho laranja surgiu.

Ele parecia sugar algo que estava dentro do colar e foi aí que uma frase dita por ele ecoou pela minha mente.

-Sempre que eu te amar o meu coração estará batendo no teu colar.

E então concluí: o Cameron confiou-me a sua vida naquele colar porque parte da sua magia e do seu coração estão lá, estão comigo.

O brilho parou, o Cameron abriu os olhos agora em tom cinza e agitou a sua mão. A espada que ele usou para matar a Noite surgiu na mão dele ele ainda tocou nos ombros e fez aparecer um manto prata com luas espalhadas por ele em tons mais escuros para se destacarem.

Ele agitou o pulso mais uma vez e uma pequena parte do chão saltou para a mão dele. O Cameron moldou esse pedaço de pedra até este ficar na forma de uma coroa prateada, ele ainda pegou no colar que levava ao peito e juntou-o à coroa formada dando origem a uma coroa com uma lua na frente.

Uma voz feminina fez se ouvir quando está apresentação acabou.

-Apresento-vos, Cameron Diaz! Filho da deusa Lua, príncipe da Natureza!

O Filho Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora