Capítulo 22

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Senti a raiva crescendo dentro de mim e fui atacando o corpo da deusa com raiva como combustível.

A deusa pouco fazia se não defender-se e contra-atacar quando conseguia.

Lanças de gelo voavam por todo o lado, rajadas de vento forte abanavam e arrancavam as árvores, bolas de fogo eram lançadas para todos os lados, tremores de terra eram sentidos a quilómetros de distância de onde estávamos.

Ela lançou lanças de gelo enormes na minha direção que foram refletidas pelo meu escudo de fogo que rapidamente se transformou em múltiplas bolas flutuantes ardentes.

A Noite defendeu-se com uma parede de terra erguida do solo.

Pedras voavam e aquelas que não conseguia bloquear acertavam o meu corpo.

As que eu bloqueava laçava-as de volta para a dona que se defendia com facilidade.

Feitiços voavam de um lado para o outro defendidos por mim e por ela.

Ela lançava maldições impordoáveis que eu repelia com a minha magia.

O meu corpo estava exausto, o suor escorria pela minha testa colando o meu cabelo nela, os meus movimentos e reações se tornavam lentos enquanto ela também revelava indícios de exaustão.

Eu não estava a dar o máximo de mim, eu não podia arriscar magoar aqueles que assistiam à luta numa distância segura.

-Ahm alguém está com medo?- perguntou a Noite com o seu sorriso divertido ao assistir-me recuar ofegante.

-Nunca- falei.

Ergui os meus braços ao lado do corpo, deixando o meu peito livre.

Concentrei-me em toda a raiva, o ódio, a angustia, a culpa e deixei percorrer o meu corpo.

Abri os olhos mostrando o meu rosto sério e olhos brilhando.

Flutuei no ar e direcionei as minhas mãos para a deusa espantada.

Libertei o poder num feixe de luz branca para a Noite que ergueu um escudo ao seu redor segundos antes de levar com a magia.

Intensifiquei o poder, a luz branca tornou-se impossível de olhar.

O escudo quebrou, o grito angustiante cheio de dor e ódio ecoou por todos os cantos até ser deixado de se ouvir.

A luz baixou até se extinguir, revelando um círculo negro onde outrora estava a deusa.

-Ainda não morri rapaz. Mas agora sei o que te espera.- escutei a voz da Noite enquanto caia tentando afastar os pontos negros na minha visão.

Pouco antes de cair levitei suavemente até ao chão caindo de costas.

Segundos depois vi um par de olhos verdes preocupados mas desfocados para mim. Reconheci os olhos então dei um pequeno sorriso enquanto via os lábios dele se mexer contudo não ouvia nada devido ao zumbido na minha cabeça.

Fechei os olhos e deixei-me levar até á espécie de inconsistência.

Sonho on
Abri os olhos olhando ao redor e não via absolutamente nada a não ser a escuridão e o frio no corpo.

Caminhei ouvindo os meus passos ecoarem por todo o lado.

Os meus ouvidos captaram música no fundo.

Dirigi-me até lá controlando a minha respiração.

Aos poucos a música tornou-se nítida e deparei-me com um parque de diversões.

Crianças corriam de um lado para outro obrigando os seus pais a segui-las, filas grandes eram vistas em todo o tipo de diversões.

A confusão era enorme porém algo chamou a minha atenção.

De costas para mim encontrava-se um rapaz de costas com cabelo negro.

Aproximei-me e encarei o rapaz pálido, olhos azuis e aparência de 7/8 anos.

Assustei-me com ele porque era eu.

Olhei ao redor e comecei a reconhecer a feira, as pessoas e cada vez que eu reconhecia mais o meu coração desparava no meu peito.

Um grupo de rapazes foram se aproximando-se da minha versão mais nova.

Não ouvia nada do que eles diziam mas ele empurraram o eu mais novo que caiu de bunda no chão.

Os rapazes riam enquanto o eu mais jovem fechava os punhos e fazia uma expressão zangada.

O motor da diversão mais próximo explodiu seguido de mais motores, os gritos aterrorizados das pessoas foram se espalhando à medida que o fogo se alastrava.

Pessoas corriam, pessoas gritavam, pessoas partiam em busca de seus familiares tudo num enorme confusão.

O meu coração quase saiu pela boca ao observar uma das vigas de suporte desabar no chão em cima de algumas pessoas.

O meu eu mais jovem fazia a mesma expressão que eu, desespero, medo, culpa, impotência já que eu ainda não tinha dominado o elemento do fogo com sucesso.

-NÃO!!- gritei ao ver outro brinquedo desabar sobre uma criança chorando.
Sonho off

Acordei com um grito preso na minha garganta seguido do barulho de coisas caindo.

Respirei fundo algumas vezes observando a ala hospitalar parcialmente destruída.

Quando acalmei-me notei que era de noite e notei outra coisa um grupo de pessoas parados na porta olhando com uma mistura de medo e surpresa.

O grupo era composto pela Diretora McGonagall, o auror Potter, o Noah, o Luís, a Camila, a Daniela e Madame Pomfrey.

-Estás bem, Cam?- perguntou o Noah preocupado.

Confirmei com a cabeça sem ter a certeza de que a minha voz funcionaria.

-O... o que aconteceu?- ele aproximou-se de mim.

-Eu...- comecei com a minha voz rouca, seca e cru.

-A Bela Adormecida finalmente acordou- falou a Noite na minha mente.

-Cam? Estás bem?- perguntou o Noah.

Ignorei a pergunta do Noah e procurei na enfermaria pela deusa que encontrei sentada na cama à minha frente.

Foquei-me no Noah ignorando a existência da Noite.

-Eu estou bem. Não te preocupes- falei.

-Porque gritaste?

-Ahm... Eu...

-Ohh o gato comeu-te a língua foi?- gozou a deusa

-Cala-te- rosnei para ela.

-O que disseste?- perguntou o Noah.

-Nada.- respondi rapidamente

-Então... porque gritaste?- ele aproximou-se e sentou-se na beira da minha cama.

-Sim, Cameron. Porque gritaste?- perguntou ela ironicamente- Não sei. Talvez tenhas tido um pesadelo com uma chama- a deusa ergueu-se e aproximou-se com uma chama dançando mas mãos dela.

A deusa usava um vestido preto rasgado no fim, o seu corpo parecia ter mais carne e notavasse a zona da cintura. O rosto dela estava mais cheio, os olhos vermelhos brilhavam de forma perigosa, os lábios rosados combinavam com a pele pálida dela.

-O que se passa?- perguntou o Noah ao notar o meu silêncio e o facto de estar a olhar para o nada.

-Nada.

-Essa é a tua resposta preferida?- ele suspirou mas continuou- Cameron porque estavas a gritar?

-Isso não importa.- ajeitei-me e sentei-me na cama- Quanto tempo estive inconsciente?

-1 semana- respondeu ele.

O Filho Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora