Capítulo 24

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Desde aquela noite que eu fugi, tentei ajudar e fazer o bem ao planeta e aos seres que cá viviam.

Eu andava de continente em continente ajudando os países, livrando-os das secas, das cheias, das doenças, dos terramotos, dos tsunamis, das tempestades, dos tornados, enfim qualquer desastre "natural" causado pela Noite e pela sua influência nos seres humanos.

De alguma forma eu tentava redimir-me e ocupar a minha mente sempre revolta.

Passei um mês no fundo do mar a ajudar e a curar os seres que ali vivem afetados pela poluição e o aumento da temperatura.

Passei semanas de país em país ajudando onde havia dificuldades com a natureza e também cuindado da mesma e reforçando a sua restauração.

Passei dias a ajudar animais doentes, feridos ou afetados pelas alterações do meio ou o desgaste do seu habitat.

Porém os pesadelos vieram na mesma com o triplo da força de antes não me deixando dormir neste 6 meses em que estive desaparecido para todos.

O Ministério declarou-me perigoso e procurado tal como os trouxas sobre o efeito do Ministro da Magia.

Eu observava de longe e raramente o Noah, os meus amigos, os lobos e a Sirena sempre com o maior cuidado e distância.

Eu escutava conversas do Ministério sobre mim para estar preparado e atento a todos os movimentos deles em relação a mim felizmente, para mim, eles estavam sem a menor ideia de onde eu podia estar.

Contudo num dia a meio de março enquanto observava o Noah eu notei que ele estava a ler um livro na sombra de uma árvore na clareira que eu lhe mostrei.

Aproximei-me com cuidado e silenciosamente até chegar a uma distância razoável e onde eu esteja visível para ele mas o Noah não me viu já que estava concentrado na sua leitura.

Criei uma flor ao seu lado chamando a atenção do Noah, então decidi criar um rastro de flores guiando olhar do Noah até mim.

-Oi. Tudo bem?- perguntei tentando um pequeno sorriso.

Esperei alguma reação dele além do choque claro no seu rosto que rapidamente mudou para raiva?

Ele levantou-se e pisou duro na relva apontando um dedo na minha direção.

-OI? DEPOIS DE 6 MESES SÓ DIZES OI?- reclamou ele- E DEPOIS DAQUELA CENA APARECES ASSIM?- gritou ele.

-O que querias que eu fizesse?- perguntei calmamente.

-Não sei. Só... queria que tu tivesses ficado para que eu pudesse te ouvir.- respondeu ele mais calmo.

-E tu irias ouvir-me?- perguntei tendo como resposta o silêncio absoluto dele- O que querias que eu dissesse?- ele não respondeu apenas me encarou- Querias que eu te dissesse que aquilo foi um acidente que eu não estava a controlar? Querias que eu te dissesse que tenho medo de perder o controlo? Que tenho medo de magoar alguém? Que não sei o quão poderoso sou? Que não sei do que sou capaz?-  acalmei-me depois de ver a cara reprensiva dele- Eu não devia ter vindo- suspirei- Desculpa interromper a tua leitura.

Falado isto dei as costas e desapareci reaparecendo no local onde tenho estado a usar como casa: uma simples cabana de madeira no meio de uma floresta, com feitiços de proteção e ilusão poderosíssimos e com um pequeno riacho de água pura.

Fiquei lá durante mais 3 meses cuidando de tudo na floresta, contudo quanto mais eu ajudava e cuidava mais a Noite infectava e tentava destruí-la.

Quando tive uma visita da minha mãe que apareceu sentada na beira do riacho a passar os pés pela água corrente.

O Filho Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora