Capítulo 15

28 5 0
                                    

Ficámos conversando, rindo, trocando carícias e alguns amassos durante o resto da tarde até os nossos amigos chegarem e entrarem na gruta.

-Oi- falou o Luís enquanto se sentava seguido da Camila e da Daniela- Como estás, Cameron?

-Bem- respondi

-Ótimo agora fala exatamente o que ouviste na profecia- exigiu a Camila.

-Porquê?- perguntei.

-Porque as profecias têm sempre um lado negativo e eu quero saber qual é- argumentou ela.

-Não há lado negativo gente- falei depois de ver a cara preocupada de todos- E mesmo que haja eu já tenho um plano por isso não se preocupem está tudo tratado.

-Então estás a confirmar que há um lado negativo?- perguntou a Camila.

-Talvez- falei dando os ombros.

Eles continuaram preocupados mas não me importei muito com isso, o Noah mudou de assunto então começamos a conversas mais animadamente.

As horas foram passando e quando anoiteceu convenci-os a deixarem-me jantar no salão principal.

Resultado: ao chegar todos olharam para mim e pararam de falar.

Caminhei calmamente até ao meu lugar e para aqueles que acham que algo aconteceu neste jantar pois bem estão enganados.

Jantei, conversei, sem nenhuma interropeção da parte da Lua, da Noite ou até mesmo daquele sonserino que chateia a minha cabeça sempre que pode.

Depois do jantar fui para o salão comunal onde fiquei a ler até ás 22h. A seguir fui para o meu dormitório, tirei a minha roupa e atirei-me para cima da cama onde adormeci minutos depois.

Acordei no dia seguinte, como sempre primeiro que todos, fiz a minha rotina matinal e desci para tomar o café da manhã.

Esperei pelos meus amigos e partimos para o salão principal assim que eles chegaram.

Já estava a tomar o café da manhã quando aquela sensação fria e de que algo está prestes a acontecer apareceu deixando-me completamente no estado de alerta.

O pequeno-almoço já estava quase no fim e aquela sensação não saia por mais que eu quisesse o que fez a minha perna balançar com tanta intensidade de nervosismo.

-O que se passa, Cam?- perguntou o Noah enquanto punha uma mão em cima da minha perna acalmando-me.

-Algo vai acontecer. E acho que não é uma coisa boa- afirmei.

Alguns dos estudantes começaram a levantaram-se mas uma rapariga no meio daquela multidão caiu no chão seguida de mais pessoas ao redor desta.

Levantei-me na hora, agachei-me tocando no chão. Fechei os olhos e percurri mais uma vez a minha memória focando-me nos pensamentos com a magia e a alegria que ela trouxe para a minha vida.

Um calor passeou pelo meu corpo, espalhou-se pelo chão até aos corpos caídos.

Lutei contra aquela sensação fria e sombria que morava naqueles corpos que queria retira a magia residente neles.

Pouco a pouco as pessoas foram acordando como se nada tivesse acontecido.

Quando o último dos estudantes acordou, ergui o meu corpo um pouco cansado e caminhei até ao meu lugar com todos, como sempre, a olhar para mim.

Deixei o meu corpo cair no assento. O Noah foi primeiro a se mexer e a falar.

Ele passou os seus braços ao redor de mim e puxou-me para um abraço que retribui com agrado.

-Foi ela?- ele perguntou no meu ouvido enquanto eu inalava o cheiro dele.

-Acho que sim- respondi.

-Vais desmaiar?

-Não. No Ministério foi muito mais gente aqui foi só algumas. Não vou desmaiar, só estou cansado- comentei.

Ele deslizou os seus braços para os meus ombros, obrigando-me a separar o abraço.

-Estás realmente bem?- ele perguntou olhando para mim com os seus olhos verdes preocupados.

-Estou.

Falado isto levantei-me e segui para os jardins onde fiquei contemplando o Sol refletido na superfície do Lago Negro.

Minutos depois senti passos pela terra a aproximarem-se de mim. Nem foi preciso desviar o olhar para saber quem era.

-Oi, Noah- falei.

-Oi, Cam- respondeu ele enquanto se sentava- Queres contar-me o que aconteceu?

-Acho que sabes o que aconteceu- falei deitando-me na relva olhando para as nuvens- Eu lutei contra ela, mas não numa luta física mas sim numa luta mágica eu acho. Ela estava a tirar a magia daqueles estudantes e eu estava a combatê-la para que não a levasse.

Ergui-me e comecei a brincar com a água fazendo pequenas bolas flutuantes e moldei-as como queria enquanto o Noah olhava para mim e depois para as borboletas de água, os cavalos, os lobos, etc

-Como fazes isso?- ele perguntou espantado.

-Treinei bastante. Quando eu era pequeno aconteciam coisas estranhas ao meu redor então as outras crianças afastavam de mim. Eu fui crescendo solitário e comecei a treinar depois do acidente
.
-Qual acidente?- perguntou ele.

-Quando eu tinha 5 anos eu acho alguns rapazes mais velhos meteram-se comigo, gozando e fazendo pouco de mim. Então eu simplesmente explodi de raiva ou melhor a terra. A relva enrulou-se ao redor dos pés deles e foi se tornado grossa e subir até ao tronco. Quando percebi que era eu que estava a fazer aquilo eu deixei-os ir. Eles contaram aos pais e todos acharam que eu era um bruxo daqueles que irá matá-los e tal. A partir desse dia eu fui treinando os meus poderes e aprendi a controlar a raiva para não acontecer de novo.- falei tudo sem desviar o olhar da água.

-E o teu pai?- ele perguntou.

-Ele trabalhava muito para sustentar-me e à casa então não estava muito tempo comigo. Ele deixava-me na biblioteca já que eu gostava de ler. Eu levava o almoço e alguns lanches e ficava lá o dia todo a ler há espera dele.

-Eu.. não sei o que dizer- falou ele.

-Não precisas dizer nada, baixinho. Eu estou bem. Já aconteceu está no passado. Agora eu só quero concentrar-me no presente.

Aproximei o meu rosto do dele e celei os lábios num beijo lento e calmo.

O Filho Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora