O Filho Da Lua

Capítulo 21

Sentei-me na cama enquanto observava o Noah andar de um lado para o outro nervoso assim como eu mas não demonstrava claro.

Fingi uma tosse seca chamando a atenção do Noah que corou levemente.

-Eu não... sei por onde começar- falou ele.

-Tudo bem- falei deitando-me na cama olhando para o teto.

-Eu sinto muito por tudo- começou ele- Eu não sei o que aconteceu. Eu... fiquei em choque com o que vi. Aquele não eras tu, eu... eu precisava...
-Podes parar- falei sem desviar o olhar do teto.

-Porquê?- ele perguntou franzindo a sua testa em confusão.

-Porque estás errado, Noah. Aquilo era eu, uma parte que eu não gosto, mas era eu. Aquela versão de mim aparecia quando eu perdia o controlo da raiva ou da magia que eu tinha. Eu entendo porque te afastaste e eu respeitei o teu tempo. Não te culpo, Noah, a sério.

-Então porque estás nesse estado?- ele apontou para mim.

-Quando a Noite mostrou-te aquelas coisas, as memórias também voltaram para mim. Eu não consiguia dormir devido aos pesadelos frequentes, eu não comia porque não tinha fome nem vontade, e bem tudo isso levou a isto- falei apontando para mim mesmo.

-Estás horrível.- comentou ele.

-Obrigado isso contribui muito para o meu ego- falei.

Ele abriu um sorriso.

-Senti falta desses comentários sarcástico.

-E do que mais sentiste falta?- perguntei.

As suas bochechas ganharam um tom de carmim enquanto ele se mexia desconfortável, fazendo-me abrir um sorriso para ele.

-Do teu sorriso- falou ele ainda um pouco vermelho.

-Que mais- pedi levantando-me.

-Dos teus olhos.

Retirei uma mexa de cabelo rebelde deixando-me admirar ainda mais os olhos verde esmeralda.

-Do teu cabelo- ele acariciou os meus cabelos negros.

O seu rosto estava cada vez mais perto do meu e as nossas respirações estavam cada vez mais próximas.

-Do teu beijo.

Ele uniu os nossos lábios num toque que eu senti falta, num beijo igual ao primeiro e ao segundo. Lento, calmo, demorado, apreciando o momento ao mesmo tempo que rodeava a sua cintura ocupando qualquer espaço que separava os nossos corpos.

Separámo-nos devido à falta de ar com as respirações ofegantes.

-Estou perdoado?- ele perguntou enquanto os seus olhos brilhavam de esperança.

-Noah, tu sempre estiveste perdoado.

Com isto ele abriu um sorriso, passando os seus braços ao redor do meu pescoço e eu ao redor da sua cintura.

Peguei nele e deitei-o na cama me posicinando-me no meio das suas pernas, passando delicadamente as minhas mãos nas suas pernas.

Depois do momento íntimo o Noah insistiu em saber tudo que o fiz então não tive escolha a não ser lhe mostrar.

Mostrei as memórias para dele, desta vez completas, a partir do momento certo da memória que ele me disse.

Mais de 2 horas passaram-se enquanto mostrava as memórias ao terminar pude ver lágrimas acumulando-se no canto dos seus olhos não tardou muito para elas escorreram e a cada gota derramada era como uma pisadela no coração.