III

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Annie

Ao chegarmos em meu quarto fiz menção para que Pollito entrasse e assim o fez.

- Qual é a do seu amigo? – Questionei ele e inclinou sua cabeça para o lado com o semblante de confuso. – Aquele com o nome, apelido sei lá, que se chama Poncho. – Ele fez um ahh com a boca.

- Ele é o capitão do time que te falei enquanto estávamos subindo. – Concordei com a cabeça, relembrando. – Ele é meio, bem galinha... E pelo visto já viu o romance, nada romântico, dele com Diana. – Ri quando proferiu aquelas palavras.

- Sim, Dulce me alertou sobre isso. – Esbocei um sorriso. – Mas em fim. – Respirei fundo. – O que fez durante esse tempo? Me conta tudo.

- Bem, depois que vocês se mudaram, continuei na mesma escola e resolvi entrar para o time de futebol americano, da escola. – Pollito falou. – Aí consegui uma bolsa e cá estou, cursando jornalismo.

Nem acredito que meu amigo de infância é meu vizinho, vocês devem se perguntar que raios de apelido é Pollito, então quando éramos crianças em uma festa à fantasia da escola, ele foi vestido de pintinho então o apelido pegou, ele poderia até ficar bravo e tudo mais, mas ele levou na esportiva e ficou conhecido como Pollito por toda a escola. Passamos uma tarde muito gostosa, relembramos o passado, demos muitas risadas, aprontávamos horrores. Nem vi o tempo passar, quando percebemos já estava anoitecendo e ele resolveu ir embora o acompanhei até a porta e me juntei com as outras meninas na sala de jantar, para podermos comer.

- O papo foi bom, hein? – Mai perguntou com um tom de malícia, assim que entrei no local.

- Que nada, nos conhecemos a muito tempo. – Respondi.

- Atá, sei. – Falou debochando, sorri e neguei com a cabeça.

Depois do jantar ajudei Sophia a lavar a louça, assim que acabamos resolvi ir para meu quarto tomar um banho e vestir o meu pijama. De banho tomado coloquei um pijama curto, pois estava muito calor, ele era azul e tinha a cabeça da Hellow Kitty na camiseta e várias mini Hellow Kittys no calção, sequei meu cabelo com o secador e deitei-me na cama, fiquei me debatendo para dormir, levantei e fui para a varanda, a noite estava linda, havia várias estrelas e a lua estava na forma de crescente, comecei a pensar em minha família, sentia tanta falta de estar junto, mas sempre ligava para meus pais e para Mari que agora já estava de seis/sete meses, estava em meu mundo até que uma voz masculina me tirou deles.

- Boa noite vizinha. – Disse o rapaz do outro lado da rua, em sua varanda, percebi que era o tal do Poncho, sorri e respondi

- Boa noite vizinho. – Estava falo alto, por mais que moramos um de frente para o outro, havia uma certa distância.

- Sem sono? – Ele sorriu. Lembrei do que Dul havia me dito logo pela manhã.

- Pois é, mas vou entrar está ficando tarde. – Disse me afastando do parapeito da varanda, então uma voz gritou do outro lado da casa.

- DÁ PARA VOCÊS CALAREM A BOCA? – Era Dulce Maria gritando. – TEM GENTE QUE ESTÁ TENTANDO DORMIR AQUI! – Eu ri da situação, não pude ver como ela estava vestida, pois estava uma certa penumbra.

- DESCULPA! – Gritou Poncho do outro lado da rua. – JÁ ESTÁVAMOS INDO, BOA NOITE MENINAS. – Ele simplesmente entrou e fechou as cortinas, mas antes jogou um aceno de tchau e eu retribui.

- ANNIE! – Dulce gritou, virei-me para olha-la melhor. – TOME CUIDADO COM ELE, OK? ELE NÃO É FLOR QUE SE CHEIRE. – Senti preocupação no seu tom de voz.

- TUDO BEM DULCE. – Respondi ela, assim que entrou em seu quarto eu fiz o mesmo, deitei-me novamente e comecei a pensar.

Já é a segunda vez que ela me alerta disso, ela está a mais de um ano aqui... Então provavelmente ela sabe de alguma coisa. Tem mais o episódio que ela falou que Diana é afim dele e definitivamente não quero uma Amber Mackenzie na versão universitária.

Alguns dias se passaram e finalmente as aulas já iriam começar na próxima segunda e hoje era sábado, conhecia aquele campus com a palma da minha mão.

Depois daquele episódio da varanda, entendi porque Dulce Maria falou que ele não era flor que se cheiro, todas as noites estava em meu quarto com a porta de vidro da varanda aberta, pois quando a cidade de São Francisco quer ser quente, meu amor... Ela é, via de relance Alfonso, descobri seu nome quando o Pollito me contou, entrando com várias meninas em seu quarto, tinha noite que estava com duas, fazendo uma orgia ou algo do tipo, aquilo me deixou com muito nojo dele.

Mas o que se superou mesmo foi na noite anterior, quando ele resolveu transar com uma menina na varanda.

Início Flashback

Lá estava eu, estirada em minha cama com um livro em minhas mãos estava lendo P.S. Eu te amo, na parte onde a Holly viajou com suas amigas e elas se perderam no mar, comecei a gargalhar ao imaginar a cena mas logo meu sorriso sumiu quando escutei uns gemidos, gemidos não, gritos vindo lá de fora, levantei em um rompante, preocupada pois alguém poderia ter se machucado ou foi assaltado, apesar de ser bem viajado a universidade, nunca se sabe o que poderia ter acontecido.

E lá estava ele, em cima de uma moça de cabelos castanhos, era mais para o tom de chocolate, virei-me rapidamente para dentro e rezei aos céus para que ele não tenha me visto ali, fechei as cortinas e dei um jeito de fechar a porta de correr, torcendo para que ele não me vice.

Fim Flashback

Olhei para o lado e pequei meu celular que estava na mesinha de cabeceira, notei que já eram oito horas da manhã e que haviam mensagens de minha mãe.

Mãe: Bom dia meu bebê! Tudo bem? Só mandei essa mensagem para saber se estava bem, um grande abraço minha pequena.

Eu: Bom dia mamãe, estou sim, morrendo saudades de vocês, assim que eu puder vou visitar vocês. Beijos amo-te.

Assim que enviei a mensagem resolvi ir dar uma corridinha, acordei com uma disposição ótima, fui ao meu guarda-roupa, coloquei um top rosa, uma legin preta e meus tênis de corrida pretos também, arrumei meu cabelo em um rabo de cavalo alto coloquei meu aparador de celular no braço e peguei meus fones.

Ao sair do meu quarto notei que a casa estava em silêncio, deveriam estar todas dormindo ainda, fui a cozinha comi uma maça e fui para fora me alongar.

Poncho

Os dias se passaram e logo voltei a minha rotina de transas, nunca parei para falar a verdade, mas nas férias dei um maneirada para aproveitar a viagem.

Ontem à noite peguei uma morena, pense que mulher gostosa, peitão, bundão e claro, ela tinha fetiche de transar em uma varanda. Estava indo tudo bem, até que vi Annie do outro lado da rua nos encarando, vi a vergonha estampada em seu rosto, logo ela virou-se para dentro e fechou a cortina, achei graça, depois deu um jeito de fechar a porta de vidro, reparei em tudo enquanto estava metendo, quando acabamos ela queria dormir ali comigo, mas não deixei, então foi embora e nem ao menos sei o nome dela, melhor ainda não me pediu para passar meu número. Deitei-me e dormi feito uma pedra. 

TOUCHDOWNOnde histórias criam vida. Descubra agora