XXIII

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Annie

Depois da prova, eu me senti mais burra do que já me sentia, por mais que eu tenha estudado, um pouco para falar a verdade, se acertei a metade da avaliação estarei dando pulinhos e decretarei feriado nacional.

Estava andando pelos corredores da universidade, mandando mensagem para minha irmã, que daqui uns dias ganhará minha sobrinha.

Mari: E aí como foi na prova?

Annie: De 0 a 10?

Mari: Isso.

Annie: 5, aquela professora é uma bruxa, ela não deixa as meninas estarem que cabelos soltos, francamente estamos no século XXI!

Mari: Kkkk, aii irmãzinha. Estamos com saudades de você.

Annie: Eu também estou, mas no feriado de Fim de ano estarei com vocês.

Mari: Aii que bom! Mamãe falou que vai fazer a famosa torta de carne da vovó.

Annie: Amo aquela torta, já estou imaginando o cheiro.

Mari: Então... Como está indo você e o capitão?

Annie: Estamos bem, confesso que ele sofreu um pouquinho em minhas mãos.

Mari: Um pouquinho? O cara teve que cantar para você, literalmente Anahí, para você aceitar sair com ele.

Annie: Culpada. Mari, estou siando do prédio, vou guardar o celular, por mais que seja monitorado o campus, nunca se sabe.

Mari: Tudo bem maninha. Beijos te amamos.

Annie: Amo vocês também, quero saber logo o nome dessa nossa princesa.

Mari: Tudo bem. Beijos.

Guardei meu celular no bolso do casaco e uma sombra pairou em minha frente, ergui os olhos e dei de cara com Diana.

- Com licença. – Tentei desviar dela, mas ela se intrometeu novamente em minha frente.

- Espera um minutinho queridinha, tenho que te falar uma coisa. – Fiz um esforço danado para não revirar meu olhos.

- Diana, acredito que não temos nada para falar. – Disse me afastando mais uma vez.

- Nem sobre o Poncho? – Ela falou eu fiquei estática no meu lugar e girei meus calcanhares para olhar bem para ela, cruzei meus braços na altura do peito.

- Diga. – Ela esboçou um sorriso sínico. Vadia!

- Então, seu príncipe encantado não é tão encantado assim, ele ... – Ela não conseguiu terminar pois uma voz a interrompeu, virei-me para trás e era Ucker.

- Annie! Ainda bem que te achei, a Dulce está igual uma louca te procurando. – Assim que ele falou soltei um ar de alívio.

- Onde ela está? – Indaguei.

- Bem, ela está na sala do grupo de astronomia. Corre lá. – Disse ele me despedi e saí em disparada.

Chegando ao local, vejo uma Dulce descabelada, correndo de um lado para o outro.

- Dulce? Queria me ver? – Disse assim que adentrei no recinto.

- Não.., Por quê? – Perguntou ela.

- Por nada, Christopher falou que estava me procurando. – Continuei estática no meio da sala.

- Bem, ele deve estar louquinho. Mas já que você está aqui, poderia me ajudar? Estou muito atarefada e tenho uma prova horrível no período da tarde.

- Claro, ajudo sim! – Me prontifiquei.

Assim passamos o resto da manhã, organizamos umas caixas com vários equipamentos de observação. Diz minha amiga que na sexta à noite terá a passagem de um cometa raro, então o grupo queria que todos os que se interessarem pudessem ver esse astro. Depois da organização voltamos para nossa casa, almoçamos e fomos para as nossas aulas da tarde.

Com a chegada de sexta, estava animada com o que iria acontecer, uma noite gélida emanava, mas como estávamos bem agasalhados e eu tinha o Poncho ao meu lado tudo estava bem.

Culpada! Sou uma boba apaixonada.

- Está com frio pequena? – Pergunta meu namorado roçando seus lábios no meu ouvido.

- Só um pouco... Mas estou com você isso é ótimo.

- Que bom que meu calor te esquenta. – Me olhou com um sorriso sugestivo.

- Poncho, tem planos para as festas de fim de ano? – Indaguei-o.

- Hmm, não... Acho que vou passar com a família do Ucker, meus pais finalmente tiraram umas férias do escritório de arquitetura e estão passando as férias no calor do Brasil.

- Hmmm, então... Assim... Se você quiser, pode passar as festas comigo lá em casa. – Fechei meus olhos com medo de sua reação, poderia achar que estamos indo rápido demais.

- Adoraria! – Disse ele me fazendo abrir os olhos e sorrir.

- Sério? – Perguntei atônita.

- Claro minha pequena. – Disse ele envolvendo minha cintura e me dando um beijo demorado. – Já te falei que eu te amo? – Disse ele, isso foi a primeira vez!

- Hmmm, acho que não. – Me fiz de pensativa, mas por dentro estava soltando fogos de artifícios.

- Então... EU TE AMO! – Ele gritou e contraiu alguns olhares para nós, eu corei na hora, não sou muito fã de ser o centro das atenções.

- Eu também te amo senhor capitão. – Disse agarrando seu pescoço e lhe tascando um beijo demorado. – Poncho, se você tivesse aprontado alguma, você me contaria certo? – Indaguei-o relembrando do encontro com Diana no outro dia.

- Claro que sim, por quê? – Perguntou ele.

- Por nada... – Suspirei. – Só curiosidade.

- Mesmo?

- Sim. – Esboçou um sorriso e me beijou apaixonadamente e ficamos agarradinhos vendo o cometa passar no telescópio. 

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