TOUCHDOWN

XXII

Poncho

Felicidade, é esse o sentimento que estou sentindo agora, como quero gritar aos quatro ventos que eu finalmente tenho ela para mim.

Esses dias tem sido tortuosos, tanto acadêmico, quanto esportivo e principalmente amoro, chegando em casa sou interceptado por Ucker, já no hall de entrada.

- O que aconteceu que demorou tanto hein? – Disse ele com um tom de deboche.

- A maior confusão na casa Kappa, teve até assembleia. – Disse para meu amigo enquanto estava subindo as escadas, indo em direção ao meu quarto, contei tudo a ele desde o momento do hospital até a assembleia na irmandade.

- Minha nossa essas meninas são fogo. – Disse negando com a cabeça. – Bom, vou ver minha ruivinha até mais. – Meu amigo sai do quarto, me deixando só. Eu preciso urgente falar com Kuno.

Ando até o fim do corredor e bato na última porta, uma voz ressoa pela porta e assim o faço.

- Não cara! Isso não é justo. – Disse meu colega de time andando de uma lado para outro do quarto.

- Eu tenho uma contra proposta. – Falei tentando amenizar a situação. – Você pode ficar com meu quarto eu não ligo, mas o time, se mudarmos de capitão agora, o treinador vai nos comer vivos e te prometo que vou fazer de tudo para que você seja nomeado o capitão ano que vem. – Ele pensou e pensou.

- Ok, contra proposta aceita. – Falou apertando minha mão que já estava estendida. – Ela é uma menina legal, então não pisa na bola dessa vez. – Assenti e quando estava saindo quarto ele me chamou, virei-me para ele. – Pode ficar com o quarto ano que vem. – Assenti com um meio sorriso e saí do cômodo.

Depois dessa conversa, tomei um bom banho, vesti minha calça box e joguei-me em minha cama e dormi com um enorme sorriso no rosto.

Alguns dias se passaram, os treinos estavam cada vez mais intensos, minha relação com Annie estava cada vez melhor, nunca pensei que poderia me sentir assim novamente, estava em meio aos meus pensamentos quando Ucker me tirou deles.

- Já contou para ela? – Neguei com a cabeça. – Cara você tem que contar, quando ela descobrir vai ficar pistola.

- Eu sei, eu sei. – Suspirei fundo. – Eu só não tive a oportunidade de fazer, quando eu quero contar ela me olha com aqueles olhos azuis e eu perco o meu rumo e acabo não contando.

- É cara você é um completo babaca apaixonado. – Disse meu amigo.

- Isso eu concordo. – Acrescentou Chris sentando ao nosso lado. – Amar é muito bom. – Ele e Aaron estão juntos definitivamente, a universidade inteira já sabe, perdemos alguns seguidores por causa disso, mas não ligamos para tal.

- Ahhh vocês dois hein. – Disse por fim. – Você Ucker se faz de durão, mas está caidinho pela ruiva que mora na frente. – Ele nega com a cabeça em meio a um sorriso.

O restante do café da manhã foi bem descontraído, rimos de quando a Maite achou que estava gravida e o Derrick quase morreu com isso, falamos sobre os relacionamentos de todos, comentamos sobre a festa.

- Droga, por que sempre temos que fazer uma festa para aqueles imbecis da UCLA? – Indaga Kuno se levantando da mesa. – Sério, poderíamos quebrar essa tradição de merda. – Todos concordamos.

- Lembra ano passado que foi a vez deles fazerem isso, eles queriam pregar uma peça em nós e acabou saindo pela culatra? – Rimos, pois de fato eles queriam jogar lama em nós, porém eles que acabaram se sujando.

- Esse ano eles vão vir com tudo, ainda mais por conta do incidente daquele dia do karaokê. – Disse Derrick.

- Acha que o Will não esqueceu? – Indaga Chris. – Ele é um completo babaca.

- Sim, ele pode tentar atacar a Annie, pois já é de conhecimento dele que os dois pombinhos estão juntos. – Disse Ucker, pois colocamos nas nossas redes sociais, eu fiquei tenso com o rumo da conversa.

- Eles não vão ser loucos de fazerem isso. – Disse por fim levantando-me da mesa. – Bom, vou indo nessa, vou levar minha pequena para a aula.

- Mas é um bobão apaixonado. – Todos os que estavam na mesa disseram.

Sai da casa e bati na casa da frente e ela apareceu, toda coberta com um casaco de lã batida vermelho, uma bota que vem até os joelhos e uma calça preta e um cachecol preto também.

- Eu odeio o frio de São Francisco, sério. – Rio com o seu pronunciamento. – Bom dia meu amor. – Me dá um selinho demorado e molhado. – Sonhei com você essa noite.

- Bom dia. – Disse andando ao lado dela. – E o que sonhou?

- Eu não entendi muito bem, não sei onde estávamos a visão estava meio turva, eu estava chorando e brigando com você. – Ela fez uma cara pensativa. – Estava dizendo: Não acredito que você fez isso Herrera, não acredito. – Ela suspirou.

- Foi só um sonho minha pequena. – Envolvi meus braços na cintura dela e a trouxe mais perto. – Sonhamos com coisas bem estranhas mesmo.

- Poncho. – Ela estava olhando para mim, virei minha cabeça para fitar ela. – Estava pensando, quando tive aquela briga com a Diana, ela falou alguma coisa de você e aquele cara do time de beisebol também. Você me contaria tudo né? Não esconderia nada de mim.

É agora, essa é a oportunidade que eu precisava.

- Annie eu e o Kuno... – Qquando ia contar uma voz a chamou, vi que eram Ajelique e Estefania.

- Annie! – Elas tinham o semblante assustadas. – A professora Julia vai dar uma prova surpresa, precisamos da sua ajuda.

- Droga! – Disse Annie. – Poncho, depois nos falamos, esse assunto é de vida ou morte. – Disse ficando de frente para mim e me dando um beijo. – Depois continuamos essa conversa e quero te fazer um convite. – Ela se afastou de mim e foi com as garotas em direção ao prédio de Direito e eu fui para o prédio de arquitetura.