Capítulo 3

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POV/ Louise

Acordo com batidas na porta. Quem deve ser a essa hora? Olho para o relógio em cima do criado mudo, 03:40.

Levanto puta da vida por terem me acordado e penso que seja a Sam. Vou até a porta pronta pra xinga-la.

- O que você quer a essa hora Samantha?- pergunto após conferir que realmente era ela.

- A culpa é sua.- responde me empurrando e passando pela porta.

Anda pelo quarto e se joga em minha cama se enrrolando no meu cobertor. "Folgada", penso semicerrando os olhos em sua direção.

- Minha!?- pergunto indignada por ter sido acordada em plena madrugada e ainda levar a culpa.

- Sim, sua. Se tivesse me contado como foi seu primeiro dia na escola nova quando eu perguntei no jantar, eu não teria ficado curiosa e nem achando que tem algo de estranho por você não querer falar. Então consequentemente eu não estaria aqui te perturbando a essa hora.- diz e eu reviro os olhos.

- Sério, as vezes você é pior que uma criança de dez anos.- automáticamente reviro os olhos novamente.

- Epa! Não revire os olhos pra mim mocinha, eu sou a mais velha aqui e exijo respeito.- fala fingindo um tom sério e mostro meu dedo do meio.

Ela pega um travesseiro e o joga em mim garrando em meu rosto, rapidamente o seguro e jogo de volta a fazendo cair para trás com o impacto. Caímos na gargalhadas e eu vou em sua direção sentando ao seu lado. Logo o riso cessa e ela começa com o interrogatório.

- E então? Como foi seu dia?- pergunta quebrando o silêncio.

- Legal.- respondo meramente fingindo está entretida com as minhas unhas.

- Tá, vamos fingir que não aconteceu nada de mais e você só ficou com cara de bunda por seu dia ter sido simplesmente, legal.- fala e a olho duvidosa se devo dizer.

Samantha consegue ser bem insistente quando quer, então resolvo contar.

Conto como foi minha impressão sobre a escola. Conto sobre Alice e com muito custo sobre a Maria Eduarda, já que ela encheu meu saco dizendo que tinha mais alguma coisa que eu estava omitindo. A Sam me conhece melhor que ninguém, ela consegue descobrir coisas sobre mim apenas com um olhar, as vezes coisas que nem eu mesma sei.

- Então quer dizer que em breve eu terei uma cunhada.- pergunta ao mesmo tempo que afirmando e eu reviro os olhos a olhando com cara de tacho.

- Não começa! Eu já disse que só achei os olhos dela bonito. Porquê todo mundo já ta achando que eu gosto dela?- pergunto já de saco cheio dessa história.

- Talvez, seja porque quando você fala dela, você fala de um jeito especial.

- Não, isso não é verdade. Eu estou falando normal...mas eu não sei, é como se...se isso que eu senti hoje fosse tão estranho, mas, ao mesmo tempo me pareceu tão familiar...-dou uma pequena pausa-...Eu sinto como se eu ainda não estivesse lembrando de algo muito importante, sobre mim. Algo que eu devesse saber.- ela abaixa a cabeça sem fazer contato visual o que eu acho muito estranho.- Sam. Tem alguma coisa que eu não esteja me lembrando e que eu devesse saber?.- ela demora um pouco pra responder.

-...Não.- diz ainda sem olhar pra mim.

Fico com um pé atrás mas decido acreditar, a Sam nunca mentiu pra mim, se ela diz que não tem então não deve ter mesmo. Deve ser paranoia minha. Solto um suspiro de alívio.

- Tudo bem.- ela finalmente me olha e eu dou um pequeno sorriso.

- Ok, ok...Melhor a gente ir dormir. Amanhã continuamos essa conversa.- boceja e se deita na cama.

Um Olhar DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora