18º capítulo

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Ayla's pov

Abro os olhos com dificuldade e sinto algo pesando em minha cintura. Ao olhar para o lado oposto em que estava, vejo Aloíso com o braço em cima da minha cintura. Retiro sua mão do local com muita delicadeza e me levanto da cama, sem fazer movimentos bruscos, levando comigo o lençol da cama para me cobrir.

Vou até o espelho, da penteadeira do quarto e me vejo cheia de olheiras e marcas roxas e algumas até vermelhas, espalhadas pelo meu corpo, ou pelo menos a parte que não está coberta pelo lençol. Eu sempre fui muito branca e pálida, então talvez seja normal as marcas grandes e de diferentes cores. Se ao menos ele fosse menos bruto...

Já faz um mês que estou aqui em Lust e tenho que dizer que a posição de rainha é um pouco diferente do que pensei. Aloíso nunca me chama para as reuniões com os lordes, ou seja eu faço o trabalho de "esposa" e não de rainha. Mas isso não vai ficar assim, não mesmo! Eu pretendo mudar as coisas por aqui, mas isso vai requerir tempo, muito tempo pelo visto.

Não tem uma dia sequer que eu não penso nele. Eu tento todas as maneiras para evitar lembrar dele, mas é inevitável! Tudo me lembra dele! Sinto falta dele! Das conversas que duravam quase a noite toda, do seu cheiro, do seu rosto, do seu sorriso maroto, do seu toque, dos seus beijos...

Que droga!

Desvio meu olhar do espelho com raiva e ao fazer isso reparo em algo.

Em cima da penteadeira vejo a carta que Lis me mandara, contando sobre o casamento. Eles quiseram fazer depois de uma semana do meu, para não perderem mais tempo e por mais que todos quiséssemos, decidimos que seria melhor nem eu e nem Celi iríamos, só Alan esteve lá, como testemunha além do padre.

Celi foi para o reino de Acqua e temo por sua vida. Pelo o que ela me disse, ela foi resolver um assunto com Ethan, mas tenho medo por causa de Henrique Fontana. Celina sabe muito bem se cuidar, mas Amélia também sabia.

O que me faz lembrar de duas coisas. Quando cheguei no palácio, um guarda me disse que eles trouxeram alguns baús antigos de minha mãe e que Alan procurava um baú da época de nascimento de Celina.

Talvez se eu procurar matara o tempo e até me sentirei útil nesse castelo. Sem pensar duas vezes, vou até o guarda roupa e pego o primeiro vestido em minha frente, vestindo sem usar um espartilho. Saio do quarto, descalça, e corro até um porão onde estariam as minhas coisas do meu antigo lar.

Entro no porão do castelo para procurar o tal baú que Alan tanto procurava. Ao chegar no local em que estavam os baús, procuro pelo ano em que Celi nasceu, nos cadeados dos mesmos.

Quando o acho, abro sua tampa e a primeira coisa que vejo um envelope gordo e cumprido, com o remetente:

De: Elisa Bianchini
Para: A pessoa confiável que achou a carta

Sem mais delongas, abro delicadamente o envelope e dentro dele retiro um longo pergaminho, já marrom por conta dos anos guardado, com o título:

"A verdadeira história de Amélia Ammer."

Engulho seco e começo a ler.

Flashback on:

Elisa's pov

Já faz quase um mês que o rei de Fontana declarou guerra contra nós. Estamos protegendo Amélia do jeito que podemos, lutaremos para proteger ela e seu bebê.

Estou com ela em seu quarto. Ela está deitada, já que o bebê ameaça vir a qualquer instante e é isso que tememos. Se o bebê vier agora, a tropa de Acqua vira aqui para Blumen e não sabemos se ela terá forças para isso. A parteira que está no castelo está pedindo para que ela faça força, pois o bebê já está para nascer.

𝔗𝔥𝔢 𝔗𝔴𝔬 𝔖𝔦𝔡𝔢𝔰 𝔒𝔣 𝔗𝔥𝔢 ℭ𝔯𝔬𝔴𝔫Onde histórias criam vida. Descubra agora