Capitulo 12

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POV Jennie Kim

Estávamos muito próximas. Eu sentia a respiração dela batendo contra meus lábios e nossos narizes estavam se tocando. Quando meus lábios tocam o que deveria ser os lábios da garota, sinto algo diferente. Não estou falando dos meus sentimentos. Abri os olhos e percebi que eu estava beijando nada mais e nada menos que uma folha de papel. Na verdade, eram vários papéis.

- O que você está fazendo?

- Não tão rápido, doutora. Você tem suas regras, por isso, nada mais justo que eu tenha as minhas. - Analisei melhor aquela capa que tinha escrito "Termos e condições". - Aqui está meus termos e condições. Quero que você leia.

- O que é isto? Um contrato? - Eu ainda tentava absorver aquilo.

- Sim. Você pensou que eu ia acreditar em você para algo assim? Não posso deixar você quebrar sua promessa. Certifique-se de assinar depois que você ler as letras minúsculas.

Eu ainda estava segurando o contrato, olhando por onde começar. Eram muitas folhas e aquela ideia parecia ficar cada vez mais absurda. Onde eu fui me meter?

- "1. Sem recorrer a força." Se algum ato sexual acontecer, será apenas se ambas as participantes estiverem de acordo. - Ela dizia - Você já fez sua posição sobre consentimento claro, por isso não deve ser um problema. "2. Você tem que passar tempo comigo pelo menos... - Blá blá blá

- Uhg! Já não me interessa mais! Vou para a cama! - Me atirei no colchão e me cobri com a coberta, jogando a merda do contrato no chão. - Faça o que você bem quiser com seu estúpido contrato. Vou dormir. - Eu só ouvi uma pequena risada.

Algumas horas se passaram e eu acordei. Finalmente um bom merecido descanso. Muito bom! Me levanto e vou em direção à sala. Nem sinal dela. Acho que ela já saiu. Caminho até a cozinha e percebo um papel pregado na geladeira. Era um recado de Lalisa

" Eu fiz um sanduíche para você. Está na geladeira."

                                    Lisa

Suspirei. Ainda acho que isto não é uma boa ideia. Vou até o quarto de hóspedes e lá estavam as coisas dela. Ela vai mesmo se mudar para cá? Uma colega de quarto? Assim do nada? Observo algumas roupas dobradas em cima da cama, outras penduradas no guarda-roupa, algumas malas no chão e um... quadro no criado mudo. Na foto havia um casal, os pais de Lalisa.

[...]

Desço as escadas já arrumada para sair. Calça jeans, blusa branca e a minha jaqueta marrom por cima. Com uma mão seguro o capacete da moto e a outra o sanduíche que Lalisa fez. Quando saio do prédio, escuto alguém me chamar.

- Doutora Kim? - Jisoo parecia estar me esperando por um longo tempo. - Eu poderia ter um pouco do seu tempo?

Acenei positivamente e caminhamos para uma área próxima dali. Era um ambiente aberto e possuía algumas árvores, pouco movimento de pessoas. Estávamos a sós.

- Peço mesmo desculpas sobre o comportamento da minha irmã, doutora. Posso ver que ela passou a gostar muito de você. É um pouco surpreendente, sério. Ela raramente é amigável com alguém.

- A mudança foi recente. Talvez ela não tenha nenhum amigo aqui? Lalisa parece confiante suficiente, mas você tem certeza que isso é uma boa ideia? Deixar ela andar sozinha...

- Por isso eu tenho que pedir isso de você. - Ela se curvou para mim. - Peço mesmo desculpa por tudo, doutora. Mas se é isso que fará com que ela aceite a cirurgia, então eu gostaria de pedir para você apoiar ela com isso também. - Ela ainda estava curvada.

-Hm... Eu não esperaria nada mais de uma irmã dedicada como você. - Jisoo levanta a cabeça para me olhar. Caminhamos até uma ponte ali próxima.

- A Lisa ainda é nova, ela pode estar um pouco abaixo da lista de espera, mas dois anos é tempo o suficiente para nos dar esperanças.

- Mas recusar o tratamento foi ideia dela, não?

- Eu até entendo como deve ser para ela. Ela nunca teve uma oportunidade na vida, não como as outras garotas. - A irmã mais velha de Lalisa estava de cabeça baixa. - Eu quero respeitar a escolha dela. Especialmente se isso será uma das poucas coisas na vida dela que ela pode decidir por ela mesma. - Ela levantou o olhar e me encarou. - Mas se ainda há um pouco de esperança, eu ainda iria querer que ela se submetesse à operação.

Depois de tudo o que aquela garota preocupada com sua irmã mais nova me disse, eu acabei refletindo melhor. Suspirei e respondi:

- Eu entendo. Tenha certeza que, custe o que custar, vou fazer o que posso para fazer ela concordar com a operação. - Mostro um sorriso amigável.

- Ah... O-Obrigada, doutora. Muito obrigada! - Ela sorri com toda sinceridade.

Mas se ela não sentir mais a necessidade de ficar nesta terra... Quem sou eu para intervir?

[...]

Mais tarde, naquele mesmo dia, eu estava em reunião com os representantes do hospital. Eles discutiam sobre os projetos, novas contratações e outras coisas que não prestei atenção. Eu não conseguia estar lá de fato. Na mesa estava meu celular e o cordão que Lalisa me deu, brincando com fio distraidamente. Eu só conseguia pensar na situação em que eu estava me envolvendo.

Assim que a reunião acabou, fui para minha sala organizar uns papéis de pacientes meus.

- Tenho os raios X que a senhora me pediu, doutora. - Diz Moonbyul entrando na sala.

- Obrigada. - Disse simplesmente.

- Você parece distraída ultimamente. Você não está se sentindo bem?

- Hm? Estou bem. - Eu estava sentada em minha cadeira quando a enfermeira se aproximou de mim, me afastando da mesa para que ela pudesse ficar de frente para mim. - Eu estou preocupada com você. Nós não temos falado uma com a outra todos esses dias. Eu sinto sua falta, sabe?- Ela pegou em minha mão, levando-a para dentro de sua blusa até chegar em seu seio. - O que você me diz de nós fazermos uma pequena pausa? - Ela se inclina para falar bem próximo da minha boca, enquanto sobe em meu colo.

PULSE - JENLISA (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora