Após o expediente, os 3 homens se direcionaram a uma cafeteria no centro da cidade, não muito perto do Hospital, mas também não muito longe. Cada qual no seu carro.
Naquele dia em especial, Nova York estava agitada. Pessoas indo e vindo mais preocupadas com seus celulares, carros engarrafados de trabalhadores deixando mais um dia de luta para ganhar o pão de cada dia, velhas ricas senhoras andando sem muito rumo, apenas aproveitando as vossas aposentadorias, crianças desrespeitando algumas mães correndo entre a calçada e estagiários voltando dos seus empregos dos sonhos.
Nada muito anormal.
Depois de se sentarem em uma mesa ao lado da janela, os três profissionais observaram os cafés. ─ Três americanos, por favor. ─ Jin pediu, supondo o pedido dos colegas e amigos de trabalho e devolvendo o cardápio ao garçom, já que sabera que era o preferido de Hoseok.
─ Dois. ─ Jungkook corrigiu. ─ Um chocolate quente para mim, por favor. ─ O garçom anotou os pedidos, saindo, pedindo licença.
─ Não toma café? ─ Hoseok perguntou curioso.
─ Minha mãe me proibiu de tomar depois das 20 horas quando eu fiquei a noite toda acordado quando eu era pequeno por ter tomado café. Agora, eu realmente não durmo quando tomo depois das oito. ─ Jin franziu o cenho. ─ Eu ainda moro com ela, né?
Jin endireitou sua cadeira. ─ Você nunca vai se mudar e morar sozinho, Jungkook? Já está na hora.
─ Até queria. A última vez que eu tentei, ela fez um escândalo que eu só iria sair de casa casado, ou seja, nunca. ─ Suspirou. ─ É complicado, ela é um pouco protetora demais. Mas, enfim. ─ Mudou de assunto rapidamente. ─ Querem saber o nome da pessoa que eu indico para executar nosso plano?
─ Eu chamaria isso de loucura. ─ Hoseok cruzou os braços.
Jungkook fez cara feia. ─ Voltando... ─ Limpou a garganta. ─ O nome dele é Kim Taehyung.
─ Kim Taehyung? ─ Seokjin perguntou. ─ Ele é coreano também?
─ Sim! Perfeito, não é? ─ Se animou. ─ Ele é um amigo meu e está precisando de dinheiro. Você precisa de um cara para fingir que é que é seu marido. ─ Disse e o garçom chegou com os pedidos. Agradeceram e o funcionário se distanciou. ─ Vamos juntar o útil ao agradável.
─ Ele é mesmo confiável? ─ O pediatra perguntou receoso.
─ Muito! Pode confiar em mim.
Jungkook passou 2 horas contando sobre o amigo e fazendo planos de como seria feito aquele processo.
Criou estratégias para Jin não ser descoberto, e mesmo Hoseok meio contrariado, ajudou em praticamente tudo.
Mas o que Jungkook não pensou fora uma coisa: não havia avisado sobre o plano para a pessoa que mais estava dentro dele; Kim Taehyung.
(...)
─ Jungkook? São 22h de noite. ─ Taehyung afirmou quando olhou o relógio pendurado em sua parede, depois de ser acordado com o toque alto do seu telefone. ─ O que aconteceu?
─ Nada. ─ Deu um risinho. O amigo não poderia ver o rosto do mais novo, mas sabia muito bem que Jungkook estava planejando alguma coisa. ─ Ainda está precisando de um emprego?
─ O que?! ─ Logo despertou do recente cochilo.
─ Estou perguntando se está pronto para entrar em uma coisa que eu arrumei para você. ─ Jungkook disse. ─ Acho que irá gostar. ─ Mesmo na outra linha, Jungkook ouvia Taehyung se levantando rapidamente do lugar onde estava.
─ Conta! Eu estou aceitando qualquer coisa.
─ Eu já disse que você estaria dentro para a pessoa. ─ O residente avisou. ─ O que acha de ganhar uma grana fingindo ser uma pessoa?
─ Como assim?! ─ Taehyung ficou confuso. ─ Fingir que eu sou uma pessoa?
─ Um amigo meu do Hospital precisa de alguém para fingir que é o marido dele por alguns meses e irá pagar por isso. ─ Jungkook disse animado não vendo a expressão confusa de Taehyung se tornar numa carranca. ─ O que acha?
─ Claro que não, Jungkook! Está louco?!
─ O que?!
─ Não vou fingir que eu sou uma pessoa por causa de dinheiro. Eu não sou assim. ─ Sua voz foi diminuindo. ─ Isso é errado...
─ Tae! Você não tem quase dinheiro algum. Só o último pagamento da lanchonete. ─ Jungkook lembrou. ─ Daqui a umas semanas você não terá nada! Nem para pagar o aluguel muito menos para comprar um pedaço de pão. Você sabe o que é isso? ─ Taehyung ficou calado absorvendo todas as informações que já sabia. ─ Eu sou seu amigo, quero te ver bem. Se ele fosse uma pessoa ruim, eu nunca daria essa ideia.
─ Você que deu essa ideia?! ─ Perguntou, surpreso.
─ Isso não importa agora. ─ Jungkook respondeu. ─ Ele precisa adotar uma criança, Tete, e sem um marido ele nunca conseguirá isso. Vai ser apenas por alguns meses e ele vai te pagar uma boa quantia por isso. ─ Jungkook mexeu, inconscientemente, com o emocional de Taehyung falando a palavra "criança". ─ Você vai viver bem e quando o bebê nascer, vocês acabam com tudo.
─ Não sei, Gguk...
─ Eu já marquei para vocês conversarem naquele restaurante perto da minha casa. ─ O amigo de Taehyung disse. ─ Te mandarei o horário e endereço certo por mensagem. Ao menos converse com ele. ─ Jungkook disse. ─ Boa noite, Tae, e me desculpa se eu te coloquei em uma situação desconfortável.
─ Boa noite, Jungkook. ─ Sussurrou, então a ligação foi encerrada.
Eram muitas informações para processar em apenas 15 minutos. Taehyung não tinha entendido muito bem aquilo. "Por que o cara precisava de um marido?" Ele se perguntou.
Mas aquilo não era sua preocupação inicial.
Sim, ele precisava de um emprego, e principalmente, de dinheiro. Sabia que aquilo não era necessariamente um emprego, porém o sustentaria por no mínimo 8 meses.
"─ E se chegar novamente aqui na nossa casa com essa conversa de ser gay, não vai apenas ser expulso, como irá apanhar como nunca em sua vida! ─ Seu pai lhe olhava em tom de repúdio. ─ Eu espero que sua vida seja tão suja quanto essas palavras que você ousou nos dizer. ─ O levou para a porta depois de Taehyung pegar as pressas sua câmera fotográfica, celular e carteira. ─ Suma da nossa vida!"
Foi por seu passado e sua falta de dinheiro. E seu desespero por um futuro incerto, que Taehyung se deitou na cama decidido.
Faria alguém feliz, ─ mesmo que sua própria vida não fosse. ─ e iria aceitar.
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Um pai para o meu filho || KSJ × KTH
RomanceDesde seu quarto silencioso na infância, até seu apartamento vazio na fase adulta, Seokjin tinha um sonho; a paternidade. Ter uma criança em seus braços para chamar de sua era um desejo que ele tinha, e estava disposto a conseguir quando completara...