Aceito

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─ Você tem certeza que ele vem, Jungkook? ─ Jin olhava preocupado para o relógio em seu pulso, vendo o atraso de 30 minutos do amigo de Jungkook, com o telefone encostado em sua orelha.

─ Tenho, não se preocupe. Ele só mora meio longe daí, mas me confirmou de que iria. ─ Jungkook falou, ouvindo o suspiro do pediatra. ─ Você precisa se acalmar.

Bufou. ─ Eu já aceitei essa ideia maluca. Não tem como ficar calmo. Nem sabemos se isso vai dar certo.

─ Mas você tem que ficar, porque irá dar certo, sim! ─ Afirmou.

─ Ah, Jungko... ─ Calou a boca quando percebeu um homem alto de cabelos pretos longos em frente a porta do restaurante. Cerrou os olhos tentando se lembrar se aquele era o tal Taehyung, concluindo que sim, era ele. ─ Tchau, o seu amigo chegou. ─ Encerrou a ligação, levantando e acenando para o homem que parecia deslocado com o local e o ambiente. Logo, ele retribuiu o aceno e veio na direção da mesa do médico, fazendo o mesmo ter uma visão privilegiada da sua aparência.

Uau, aquele homem não era nada fotogênico.

Seokjin observou cada detalhe de Kim Taehyung. Dos seus cabelos longos cheios, até o andar desajeitado que o mesmo tinha. Em menos de dois minutos percebeu o maxilar nada infantil de Taehyung e seus lábios em formato quadrado curvados em um pequeno sorriso.

Com certeza, mais bonito pessoalmente.

─ Kim Seokjin? Prazer, sou Kim Taehyung. ─ O moço bonito sorriu estendendo a mão.

─ Eu mesmo. Prazer. ─ Levou sua mão a de Taehyung, abaixando o olhar encontrando uma tatuagem no seu pescoço, se assustando logo em seguida. ─ Não sabia que tinha uma tatuagem. ─ Comentou sem pensar, se arrependendo.

─ Ah... ─ Sorriu, tocando no seu pescoço. ─ Fiz alguns anos atrás, espero que não tenha problema com isso.

─ Claro que não! ─ Riu nervosamente. ─ Pode se sentando, vou ir ao banheiro. ─ Correu ao toilet sem ouvir a reposta de Taehyung. Quando chegou no mesmo, entrou depressa numa cabine ligando para Jungkook, logo sendo atendido.

─ Jin? ─ O mais novo perguntou.

─ Jungkook! Por que você não me disse que ele era tatuado?

─ O que?!

─ Tem uma tatuagem enorme no pescoço dele. Uma rosa, uma flor, sei lá que coisa era aquela. Você deveria ter me avisado! ─ Se exaltou.

─ Desde quando você tem problema com isso, Jin? Está julgando ele só por causa disso? ─ Jungkook se sentiu ofendido pelo amigo. ─ Ele é uma boa pessoa, eu já te disse. A tatuagem nem grande é.

Jin suspirou. ─ Desculpa... eu só estou com medo de dar tudo errado.

─ Não vai dar. Agora volta lá e conversa com ele. Acredito que vocês vão se dar bem. ─ Afirmou mais uma vez naquela noite, se despedindo e desligando.

O médico voltou para a mesa encontrando Taehyung olhando para o cardápio. Se sentou chamando atenção do, aparentemente, mais novo. ─ Desculpa.

─ Sem problemas, bonitão. ─ Taehyung disse sorrindo, surpreendendo Seokjin deixando o mesmo envergonhado. ─ Jungkook me disse sobre sua situação, me explica direito sobre isso.

─ Então. ─ Limpou a garganta. ─ A menina que me escolheu está com 1 mês e meio. Eu estaria te pagando uma certa quantia por mês para você ficar ao meu lado fingindo ser meu marido até o final de todo processo, ou seja, até o nascimento. Você terá que estar sempre preparado para uma ligação minha pedindo sua presença em qualquer local, principalmente em minha casa.

Taehyung balançou a cabeça. ─ Certo, quanto seria essa quantia? ─ Jin pegou um guardanapo anotando o pagamento, dando para Taehyung. O mesmo arregalou os olhos com o número de zeros. ─ Tudo isso?!

─ Nada mais justo. Além de você estar fazendo um favor para mim, estará realizando um sonho. Com o adicional de que, pagarei seu jantar hoje. Vamos as regras: ─ Se ajeitou na cadeira. ─ Você não poderá contar isso a ninguém, não poderá namorar ou nada do tipo no meio desse processo, terá que atender todas as minhas ligações, e principalmente, convencer todas as pessoas que estarão ao nosso redor durante todo o processo. ─ Ficou sério. ─ Estamos atendidos?

─ W-wow. ─ Taehyung gaguejou, rindo nervoso. ─ Tenho uma pergunta antes de aceitar.

─ Faça.

─ A equipe da instituição não vai estranhar do nada você virá casado?

─ Por um problema técnico, toda a equipe mudou para mim. Desde a coordenadora até a assistente social. ─ Seokjinh suspirou. ─ Sei que isso é errado, mas eu quero muito ter uma criança.

─ Não estou aqui para te julgar, bonitão. ─ Taehyung sorriu presunçoso. ─ Só preciso do dinheiro. Estou feliz que poderei te ajudar nesse processo.

─ Estamos juntos nessa? ─ Seokjin perguntou.

─ Sim, pode contar comigo. ─ Sorriu.

O jantar foi tranquilo, eles se conheceram e contaram sobre suas vidas. Seokjin percebeu que Taehyung não era muito mais novo que si, mas ele tinha um espírito bem mais jovem. Fazia palhaçadas e insistia em o chamar de "bonitão" sempre. Era irônico em certos momentos e sem querer ─ ou não. ─ ele flertava discretamente com o mais velho.

Percebeu que ele precisava de dinheiro, tendo em vista o fato dele aceitar aquela situação sem pensar suas vezes. Sabia que ele não era o homem perfeito para fingir que tinha um relacionamento, mas era o único maluco o suficiente para aceitar.

─ Precisamos de um plano. ─ Seokjin disse após limpar seus lábios com o pano de prato. ─ Uma história para contar.

─ Sei. ─ Taehyung pensou. ─ Onde nos conhecemos?

─ Coréia do Sul. ─ Seokjin disse. ─ Coloquei no meu formulário que me mudei há 5 anos. Precisamos dizer que nos conhecemos lá.

─ Certo. Podemos dizer que éramos amigos e nos apaixonamos lentamente.

─ Boa! E também... ─ Eles terminaram aquele jantar elaborando ideias, histórias fictícias e se divertindo um com o outro, criando lembranças que nunca tiveram, e que pensaram que nunca iriam ter.

─ Minha próxima reunião com a grávida será semana que vem, quando ela chegar na cidade. Até lá, estaremos com tudo pronto. ─ Jin disse comendo a sobremesa.

─ Ok. ─ Taehyung pensou. ─ Jin.

─ Sim?

─ Você não me disse porque queria tanto ter um filho.

Jin sorriu. ─ Não tem um motivo específico. Isso é apenas uma meta que eu tenho há muitos anos, e estou fazendo isso para ao menos conseguir fazer dar certo. ─ Taehyung sorriu, ficando calado logo em seguida, orgulhoso com o que tinha ouvido.

(...)

─ Muito obrigado, Taehyung. Isso significa muito para mim. ─ Jin disse dentro do carro, após insistir que iria dar uma carona a Taehyung.

─ Não tem de que, bonitão. ─ O mais novo sorriu.

─ Vai ficar sempre me chamando de bonitão?

─ Vou, sim. ─ Colocou uma mencha de cabelos atrás da orelha. ─ Até depois.

Jin riu. ─ Até.

Com certeza aquele homem não era perfeito para ser o pai do seu filho.

Um pai para o meu filho || KSJ × KTH Onde histórias criam vida. Descubra agora