Não está

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Os meses se passaram e o verão terminou, trazendo o outono.

As coisas andavam bem. Assustadoramente, muito bem. Jasmin estava com 16 semanas de gravidez. Sua antiga barriguinha se tornou maior e suas vontades de comer coisas estranhas já andavam aparecendo.

Ela começou a residir no hotel como um pedido de Seokjin, com a ajuda financeira e emocinal total do mesmo. Ele queria viver mais pertinho do seu bebê, queria ajudar e poder contribuir, então, decidiram juntos, que até o bebê nascer, ela ficaria ali, em Nova York.

Taehyung? Está praticamente morando no apartamento do mais velho.

Jasmin aparece o tempo inteiro no prédio, e Seokjin sempre tem que ligar correndo para Taehyung aparecer, já que das últimas vezes, ele não estava e Seokjin disse que o mesmo trabalhava pela manhã. Fazendo a grávida aparecer pela tarde, porque queria ficar com os dois pais do seu filho, o que desesperou Jin.

Tomou uma decisão:

Pediu para Taehyung trazer suas roupas e dormir por uns dois dias lá, depois voltou novamente para sua casa. E continua assim, Taehyung dorme na casa de Seokjin dia sim, dia não.

Depois daquela situação totalmente estranha e fora do habitual, eles não conversaram sobre e muito menos fizeram menção também. Entraram no carro e ficaram em silêncio o caminho inteiro.

Quando chegaram na pousada onde Taehyung morava, se despediram brevemente, suspirando por finalmente estarem afastados um do outro e daquela situação vergonhosa.

Os dias se passaram rapidamente. Vez ou outra Jin chegava do trabalho e encontrava Taehyung. Ou fazendo bolo, assistindo algo na televisão, ou simplesmente sentado na varanda observando a vista, como se fossem realmente casados. Maldito dia que dera uma cópia da chave ao mais novo para emergências.

Aquele era um dos dias onde chegara do trabalho e encontrava Taehyung em sua casa. Ele estava tentando consertar uma caixinha de música que estava quebrada há alguns anos, segundo Seokjin.

─ Você realmente está sem o que fazer mesmo, não é? ─ Perguntou, se aproximando e tirando seu terno preto.

─ Também não é assim. ─ Fez bico, e olhou para Seokjin, vendo sua expressão cética. ─ É... eu estava sem o que fazer mesmo, mas agora tenho, olha. ─ Levantou a caixinha, apontando para ela com o outro dedo. ─ Eu sinto que ela toca uma música linda.

─ Na verdade toca, sim. ─ Direcionou-se a cozinha para beber um copo de água. ─ Minha mãe me deu quando eu era adolescente e eu ouvia sem parar a musiquinha que saia dela.

─ Então, agora é uma questão de honra consertar essa caixinha! ─ Fez pose, colocando a mão direito no peito.

O mais velho riu. ─ Tá bom, mecânico. Vê o que você pode fazer aí, que eu vou tomar um banho.

Após seu banho quente, calmamente Jin voltou a sala, encontrando Taehyung lutando e batendo na caixinha para ao menos conserta-la. Chegou na cozinha, encontrando um hambúrguer caseiro pronto em cima da mesa. Sorriu, pegando um copo de suco dentro da geladeira.

Às vezes, Taehyung gostava de fazer essas surpresas, colocando comida na mesa para Jin não se cansar procurando algo para comer.

Inconscientemente, ele começou a cuidar do médico. Desde as pequenas coisas.

─ Bonitão, eu fiz hambúrguer para a gente. ─ Saiu do sofá, onde estava tentando consertar a máquina. ─ Espero que goste.

─ Com certeza, vou gostar. ─ Se sentou. ─ Vem comer comigo. ─ Taehyung se sentou ao seu lado, esperando que o mais velho comesse primeiro. Quando colocou o primeiro pedaço na boca, Seokjin arregalou os olhos.

Aquele hambúrguer estava horrível.

Não sabia o que Taehyung havia colocado dentro dele, mas sabia que aquilo não era normal. Ele foi ao inferno e voltou. Seu céu da boca queimou e seus olhos encheram de lágrimas pelo gosto ruim que estava no mesmo, mas Taehyung o olhava ansioso, com esperanças de que tinha ficado bom. Por isso, Seokjin apenas engoliu aquilo de vez e fez um barulho de que havia gostado. Ele fizera com tanto amor.

─ Gostou?

─ Amei! ─ Mentiu, sorrindo falso.

Deu palminhas. ─ Vou comer também. ─ Pegou o seu hambúrguer, colocando o mesmo na boca animado. Quando sua língua raspou na comida, ele fez uma careta épica. Cuspiu tudo novamente no prato e olhou pasmo para o médico. ─ Isso está horrível! Você mentiu para mim?

─ Era para você não se sentir mal. ─ Sorri amarelo.

Taehyung jogou o hambúrguer no prato, emburrado. ─ Vou pedir uma pizza.

Lá estavam eles, na varanda comendo a pizza família que haviam pedido. Comiam em um silêncio confortável e não estavam incomodados com isso. ─ O que pretende fazer depois disso tudo acabar? ─ Seokjin se pronunciou. Então, a ficha do mais novo caiu.

É... aquilo tudo um dia iria acabar.

Taehyung estava se acostumando em conviver com Seokjin, em estar com ele, em poder brincar e ser ele mesmo com o mais velho. Tinha se esquecido do maior detalhe; aquela situação não seria para sempre e daqui a uns meses, eles seriam como desconhecidos um para o outro.

O fotógrafo não estava preparado para isso.

─ Nem pensei muito nisso. ─ Disse, sincero. ─ O dinheiro que você está me dando vai me ajudar em muita coisa. Principalmente, sair daquele lugar, onde eu chamo de lar. ─ Engoliu a pizza. ─ E você? O que pretende fazer?

─ Pensei em muitas coisas. ─ Sorriu para as estrelas. ─ Depois que o bebê nascer, eu vou cobrar o acordo que meu chefe disse que faria comigo. Cuidarei dele e tentarei ser o melhor pai do mundo. ─ Finalizou.

Taehyung sorriu, assentindo. E dentro do seu âmago, algo batia sem sua permissão.

"Você não está em nenhum dos planos dele."

Um pai para o meu filho || KSJ × KTH Onde histórias criam vida. Descubra agora