Bonitão

357 70 7
                                    

─ Nanah, acorda, minha princesa. ─ Balançava sua filha de levinho.

─ Só mais 5 minutos, papai. ─ Disse, com um biquinho, ainda sonolenta.

─ Já é Natal. ─ Sussurrou pertinho do seu ouvido.

Hannah levantou rápido da cama. ─ Natal? ─ Após sua fala, cruzou os bracinhos. ─ Fiquei esperando a noite toda o papai Noel chegar, mas eu dormi.

Jin riu pela fofura. ─ Tudo bem, querida. Ele trouxe os presentes.

─ Trouxe? AAAAAAAAA. ─ Correu até a árvore de Natal da nova casa de Seokjin.

Tinha se mudado há 1 ano do apartamento até uma casa no centro da cidade, e vivia bem ali com Hannah. ─ Cuidado, filha!

─ Papai, ele trouxe uma boneca... ─ Pegou mais um pacote. ─ uma bolsinha... ─ Pegou um papel no chão. ─ E uma.... ─ Fez uma careta confusa olhando o papel grosso. ─ Foto de um cara que eu nunca vi na vida. Quem é esse, papai? ─ Esticou a mãozinha para entregar ao médico o papel resinado. O mesmo arfou ao olhar a foto do homem que não via ou tinha contato há mais de 5 anos. Ele estava mais novo, óbvio. Cabelos cheios, mas não tanto e um sorriso bonito.

Curvou o lábio inferior, sentindo a saudade voltar à tona.

─ Papai, tá tudo bem? ─ A menininha se aproximou, abraçando sua perna. ─ Que carinha triste é essa? Hoje é Natal!

─ Não é nada filha. ─ Carregou a pequena. ─ Vamos aproveitar o Natal comendo panquecas!

─ Panquecas!

Comeram abundantemente a comida que Seokjin havia feito e assistiram alguns programas de Natal.

Pela tarde, saíram para aproveitar o espírito de Natal e comprar alguns presentes, já que hoje teria uma festa íntima na casa de Hoseok e Jungkook. Não teria muitas pessoas. Apenas dois amigos de Jungkook. Yoongi, Jimin e o filhinho dos dois, Henry, também iriam.

Na época em que se afastou de Taehyung, Jin ficou uns dias sem falar com ele. Ligou ou mandou mensagens para o mesmo quando ele decidia perguntar como Hannah estava. Depois de um ano, perderam totalmente o contato, e quando perguntado, Jungkook disse a Seokjin que também perdera contato com o melhor amigo.

Jin, definitivamente, não estava mais no meio social do mais novo, nem sabia mais sobre sua vida. Não que tivesse direito, claro.

Ao chegar em casa, dar banho em Hannah e a vestir em um vestido vermelho com detalhes brancos e verdes, Jin a deixou sentadinha assistindo o especial de Natal da Disney e foi tomar seu banho, sem antes olhar a mesinha que ficava em seu quarto e admirar novamente aquela foto que tirara de Taehyung no shopping e revelara meses depois quando estava com um surto de saudades.

Colocou a mesma em uma gaveta, embaixo do um livro e se direcionou ao banheiro. Tomou um banho calmo e rápido, vestindo um suéter vinho de gola alta e terno preto.

Chegando na sala, perguntou a menina. ─ Estou bonito?

─ Um gatinho, papai. ─ Bateu palmas, fazendo o seu pai sorrir.

Saíram da casa de mãos dadas e o médico colocou Hannah no banco traseiro. Sentou-se no banco do motorista, dirigindo para casa dos amigos, que não muito longe da sua própria.

Bateram na porta de madeira, sendo recebido pelo sorridente Hoseok. ─ Oi, meu amigo. Feliz Natal! ─ Abraçou o mais velho, carinhoso.

─ Feliz Natal! Como vão?

─ Estamos bem. ─ Se agachou, ficando na altura de Hannah. ─ E você, Nanah, como vai?

─ Estou bem, Tio, Seok. Sabia que o papai noel me deu uma boneca?

─ Não sabia! Como ela é?

─ Deixa eu te contar. ─ Pegou a mão do adulto, entrando sem permissão na casa do mesmo.

Sempre fazia isso com quem se sentia bem. Jin sorriu, olhando a filha sapeca que tinha. ─ Jinnie! ─ Jimin foi em direção ao "primo", o abraçando. ─ Feliz Natal!

─ Feliz Natal. Onde está o Yoon?

Bufou, estressado. ─ Sujou a blusa branca de chocolate. Obriguei ele a limpar no banheiro.

O médico riu mais. ─ Certo. E o Jungkook, cadê?

─ Lá fora com o amigo que ele convidou. O nome dele é Max e amou o Yoongi de primeira. ─ Olhou para trás. ─ Ficou elogiando o sotaque e tudo mais. Não entendi muito esse amor a primeira vista.

─ E como ele está recebendo isso?

─ Na verdade, está adorando! Conversa animado. ─ Falou baixo e assustado. ─ Eles se deram muito bem!

Quando a conversa terminou com Jimin dizendo que iria pegar mais vinho, Jin foi até o quintal de Jungkook, antes, colocando os presentes em cima do sofá. Chegando à varanda, encontrou Jungkook sentado ao lado do tal Max. Se aproximou silenciosamente. ─ Feliz Natal!

─ Oh! ─ Jungkook exclamou, surpreso. Se levantou. ─ Chegou cedo esse natal.

─ Natal passado a Hannah que me atrasou!

─ Pare de culpar a menina! Você que estava arrumando esse cabelo de ouro.

─ Me poupe! ─ Disse rindo, sendo acompanhado por Jungkook. ─ Você deve ser o Max. Prazer, pode me chamar de Jin. ─ Estendeu sua mão.

─ Prazer, Jin. ─ O homem com alguns pelos no rosto e sorriso bonito, respondeu.

A festa estava boa, feliz, completa de risadas, histórias passadas engraçadas, brincadeiras caseiras e muita comida. Henry, que tinha seus 10 anos brincava com Hannah e os adultos bebiam vinho, enquanto riam falando besteiras que sentiam falta de falar.

Serem eles mesmos, poder fazer palhaçadas sem medo de serem julgados por estarem já velhos.

─ Jungkook, você não disse que viria dois amigos seus? ─ Jin perguntou em um momento que Hoseok, Yoongi, Jimin e Max haviam saído para conversar em outro lugar e só ficaram os dois ali sozinhos na cozinha enquanto observavam Henry ser o mais paciente possível ensinando Hannah a jogar no Just dance. Depois o mesmo se cansou e foi ficar com os pais, deixando a menininha aprender sozinha.

─ E-ele vai vir ainda. ─ Sorriu nervoso.

─ Qual o nome del... ─ O som na campanhia foi escutado por toda a casa.

─ Eu atendo! ─ Hannah gritou animada. Abriu a porta rapidamente e levantou a sobrancelha fina para a pessoa do outro lado. ─ Tio Jungkook, tem um homem estranho aqui! Posso deixar ele entrar? ─ Pediu permissão.

"Homem estranho?" ─ Seokjin se perguntou.

─ D-deixa eu ver, querida. ─ Jungkook parecia nervoso. Quando chegou na porta, sorriu, saindo da visão de Seokjin e indo ao outro lado da mesma.

O médico não via nada do que estava acontecendo, mas tudo dentro de si desabou quando a pessoa atravessou a porta, o olhou e ditou. ─ Boa noite, bonitão.

Um pai para o meu filho || KSJ × KTH Onde histórias criam vida. Descubra agora