Regras simples

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Chegando em minha casa, desci do carro, sendo acompanhado pelo pigmeu que ainda tinha seus braços cruzados.
O jovem após sair do automóvel ficou fascinado com a minha residência, ele não saia de casa pra nada pelo o jeito.

Andei com o mesmo até a porta de entrada, pus minha mão no detector de digitais para a enorme porta de madeira polida se abrir.

— Chegamos, pode entrar.
Dei o devido espaço para o garoto passar a minha frente, mas isso não aconteceu, céus, que moleque difícil de lidar.

— Porque me trouxe aqui? O senhor não me conhece, não deveria confiar nas pessoas assim.

Proferiu assim que o olhei, sério, muitas coisas me estressa, esse garoto é uma dessas coisas.

— Porque eu tenho consciência, não iria deixar você morar na rua, acredite, eu achei que você era menor de idade, você é tão....

— Pequeno? Sim, eu sou, eu tinha espelho em casa.

Sua resposta não foi lá uma das melhores, mas não me importava com nada neste momento, só quero que ele saiba conviver em harmonia, resumindo tudo, que não fique no meu pé.
— Ok, isso não me importa, mesmo com aquele piti que deu no carro, vou continuar com a minha decisão. Uma das minhas empregadas vão lhe levar ao banheiro, sabe tomar banho sozinho?

Perguntei irônico, ele tinha cara de quem precisa da mamãe pra limpar a bunda.

— Claro que sei, não sou um rico mimizento igual o senhor.

Sorri com a raiva no tom de voz de Jimin, e em seguida gritei por minha "empregada" Cida, a mesma sem delongas, e com muita delicadeza levou Jimin até o banheiro, estranhou no início, Jimin trajava um vestido, não era algo de outro mundo, mas aqui na Coreia não chegou esta evolução ainda, mas pra ela coisa novas são sempre bem vindas.

[...]

Fui levado pela mulher até o que ela dizia ser um banheiro, era enorme, maior que meu quarto.
Ela me observou por uns segundo, para logo dar um sorrisinho singelo, o tal que fez seus olhinho se fecharem.

— Eu garanto que você irá se sentir bem ficando aqui garotinho. Vá se banhando, irei buscar alguma muda de roupa que caiba no seu corpinho.— A senhora disse, e em seguida fechou a enorme porta branca.

Parei uns minutos para admirar o cômodo.
Portas brancas, maçaneta dourada, shampoos  com embalagens de vidro, porta sabonete líquido de porcelana dourada, era tudo tão lindo.

— Eu realmente estou acordado?

Eu pensei alto com um sorriso bobo no rosto. Entrei na banheira e liguei o chuveiro, dando inicio ao meu banho.

[...]

após o banho, eu me retirei da banheira, e ao abrir o box de vidro, vejo a idosa de minutos atrás com uma roupa em suas mãos, creio que sejam para mim, lógico, ela sorrindo, me entregou as roupas de uma coloração azul bem escuro, tanto a camiseta quanto a bermuda que provavelmente viraria uma calça.

Após ver a senhora sair do banheiro, que tinha as paredes da cor cinza bem fraco e um tanto quanto brega, prefiro cores marcantes.
Visto-me com aquelas roupas um tanto quanto grandes pro meu tamanho.

— Garotinho, Jeon deseja falar com você. Após se vestir desça até a cozinha, por favor.—
A velha me comunicou, e em seguida abro a porta.
Desço lentamente as escadas para não cair, e vou até onde estava aquele cara, um moço bem mal encarado, mas não me parecia ser uma pessoa ruim, só me parece rabugento. Pelo jeito, Jeon era seu sobrenome.

— Sente-se, precisamos conversar civilizadamente desta vez.—
Concordo com a cabeça e me sento a sua frente na mesa, balançando meus pés freneticamente por conta do nervosismo, nem sei porque estou nervoso, é só um riquinho mal encarado que salvou a minha vida, nada demais, não é? Na verdade é muita coisa.

— Então, eu lhe trouxe pra cá, como  percebeu, eu tive consciência o suficiente e pensei em lhe abrigar, você vai morar aqui, mas para isso precisamos de um bom convívio, e para um bom convívio precisamos de regras, regras simples, ok?

— Depende muito, quais as regras— ditei fitando seus olhos extremamente negros.

— Pois bem, enquanto eu estiver naquela sala, naquele escritório ali, quero silêncio absoluto,n enhum ruído, qualquer barulho feito que me faça levantar da minha cadeira será uma punição.—

— Que tipo de punição? —

Perguntei curioso, mas com um tanto de medo só com a primeira regra, imagina as outras?.

— Lavar a louça por 1 semana, dar folga pra Cida, e você fazer todo o trabalho dela por um dia inteiro, mas apenas em casos extremos, imagino que você não seja barulhento. —

O olhei meio chato pro mesmo, acho que ele entendeu isso como um "vou continuar"

—  A segunda regra é bem simples, não entre no meu escritório, nunca entre lá se não for chamado por mim, nunca entre no meu quarto e muito menos mexa nos meus pertences. E por último, não saia do seu quarto quando estiver tendo reuniões aqui, não quero ninguém sabendo que trouxe um garoto pra casa, estamos entendidos?.

Ele estende sua mão com uma certa gentileza, nem parece o insuportável que estava naquele carro, aperto sua mão e em seguida nos soltamos.

— Vamos comer, você não comeu absolutamente nada hoje. —

O moço diz após ouvir minha barriga roncar alto, me fazendo corar pela vergonha, como meu corpo me faz passar vergonha, meu senhor.

— Cida, pode trazer algumas coisas pra ele comer por favor?—

— Não vai querer nada ?— perguntou a idosa com as mãos a frente ao corpo.

— Estou de jejum.

Não fazia a menor ideia do que é jejum, mas seguimos a vida. Vejo a senhora trazer uma linda torta a mesa, era tudo lindo nessa casa, até a comida.

— É uma torta deliciosa de ameixa, Jungkook, coma só um pouco, o vai acabar passando mal dessa forma.— então Jungkook era o seu nome.

— Esta tudo bem Cida, não estou com fome, e o jejum é seguro—

Ela olhou pro homem desconfiada, ok, eu estava sobrando naquela conversa.

— O que é jejum?

— É literalmente ficar sem comer por horas, o que esse idiota não precisa mas mesmo assim vai contra o que eu digo.

Vejo Jungkook gargalhar ao ver a senhora aborrecida, ele tinha um sorriso diferente, mais parecido com um roedor, talvez? Era engraçado, não pude segurar o sorriso, mas fechei a cara logo em seguida.

(Por favor, não venham me xingar ou reclamar sobre meu Jimin vestir roupas "femininas", é apenas uma roupa, não vai mudar nada na sua vida. O personagem é meu e eu o faço da forma que eu bem entender, roupas não tem gênero, é puro pano.)

My little angelOnde histórias criam vida. Descubra agora