Sr Sarang

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— Filho, porque não me disse que havia visita em casa? Oi garotinho, eu sou a mãe desse sem cérebro aqui, me chame de senhora Jeon — Jimin segurou uma das mãos da minha mãe.

— Eu sou o Jimin

— Não precisa falar nada pra ela, Jimin.— recebi um tapa na nuca, despercebido.

— Acho que precisamos conversar, querido — ela passa uma de suas mãos nos meus cabelos — Cida, leve o pequeno Jimin para seus aposentos.

Eles subiram as escadas, e só após desaparecerem ela começa a falar.
— O que você tem na cabeça? De trazer um moleque para casa? E ainda por cima ir na loja do seu irmão comprar VESTIDO para um homem, você está maluco? — proferiu ela, me dando um tapa a cada palavra.

— É uma longa história, e ela não tem nada haver com você. — respondi, ela conseguia ser mais insuportável do que a secretaria Kim, que acha que sou hetero e tenho interesse nela.

— Não me diga que estão namorando, Jungkook, não me diga que seguiu os passos do desviado do seu irmão.

— Sarang, deu, lava a merda da sua boca para se referir ao Dong-Hae.

— A sua malcriação só mostra o quanto precisa de mim. Onde está Lisa? No seu quarto? — isso é só uma das várias demonstrações de que ela não me conhecia.

— Eu e Lisa terminamos conscientemente, ela não me amava, e nem eu a amava, a deixei ir porque ela, assim como eu, estava apaixonada por outra pessoa. Hoje em dia ela está casada e morando com sua esposa na Tailândia, converso com ela as vezes.

— A quanto tempo vocês terminaram?

— A dois anos, ela e Rose fizeram um ano de casadas — disse sorrindo, o casamento delas foi lindo, o único casamento que aceitei ser padrinho.

— Vou arranjar uma esposa para você, precisa de alguém para ajudar você nos negócios

— A Nabi já faz isso por mim, não quero e não irei me casar, sou responsável pelo meu próprio nariz. — Ditei sentando e cruzando as pernas.

— A Nabi não cuida nem do próprio filho, pobre garoto, péssima mãe.

— Porque você se acha no direito de chamar alguém de "péssima mãe"? Você é uma péssima mãe, você só coloca filhos no mundo para tortura-los, eu me tornei modelos e você não veio me ver ou me parabenizar por minha primeira foto em capa de revista, você nuca foi na escola no dia das mães porque simplesmente nunca me pegou no colo, a Cida que cuidou de mim desde que nasci, ela que eu devo chamar de mãe, porque você é uma péssima mãe, você nem merece esse título, Sarang. — Respondi enfurecido, me levantei e andei até a cozinha para beber um copo com água, eu precisava me acalmar.

— Me chamaria mesmo de mãe?— Cida me assustou, ela vestia uma farda brega de doméstica.

— Sim, você é a minha mãe — ela sorri e me abraça

— E tira essa roupa, jogue fora se for necessário — a idosa ri e desfaz do abraço

— O Jimin está no quarto, fica um pouquinho com ele, está se sentindo sozinho. — Concordei e sem dizer nada, fui a sala e subi as escadas.

Andei pelo longo corredor até a porta, respirei pesadamente e bati na porta

— Entre — girei a maçaneta e abri a grande porta, ele estava sentadinho na cama desenhando em um caderno que Cida o tinha dado.

— Jungkook, sua mãe ainda está aí? — perguntou, deixando seu desenho de lado

— Sim, mas não se preocupe com ela. Olha, não importa o que ela diga, não acredite em absolutamente nada que saia da boca dela, ok? Sarang não gosta que eu esteja com outros garotos, não liga pra ela. — disse observando suas mãos, as pego e as olho.

— Suas mãozinhas são tão macias, e pequenas, lógico — sorri

— As suas são ásperas e grandes, são boas de segurar —meu sorriso aumentou.

— Sua boca também é bonita, rosinha, pequenininha — disse observando seus lábios.

— Eu não acho, minha boca é muito grande.

— Perfeita pra isso

— Isso o que? — com rapidez, eu segurei seu rosto e o trouxe ate o meu, o beijando.

Deve estar se perguntando o porque eu fiz isso, acho que eu mesmo tenho que botar minha vida no lugar, do jeito certo dessa vez.

— EU SABIA. Quee pouca vergonha, saia de perto do meu filho sua criatura maléfica, não contamine meu único filho homem que sobrou. — Sarang entrou de penetra no quarto, ela estava furiosa, segurou Jimin pelos cabelos tão rápido que nem pude impedir, ela já havia passado pela porta, fui correndo atrás.

— Seu pecador de merda, não lhe aceito na minha casa.

— ESSA CASA NÃO É SUA, SOLTE O GAROTO OU EU CHAMO O SEU EX MARIDO, SOLTE-O, AGORA.— gritou Cida, me fazendo descer as escadas com mais pressa, o que resultou em algumas quedas e cotovelo ralado.

Ela soltou Jimin, e de instinto eu corri até ele, o peguei no colo e dei alguns passos para trás.
Jimin estava apavorado, chorava de uma forma descompensada, tirei sua amada chupeta do bolso e lhe entreguei, nem se quer a lavei, mas não teria problema. O coloquei sentado e dei um beijo em sua testa, agora suada.

Fui ao encontro dela na ponta da escada, a alguns passos do sofá que Jimin estava.

— Ficou maluca? Olha, já perdi a paciência com você, sai da minha casa Sarang, agora.

— Tá, eu vou, sabe porquê? Porque eu odeio vocês, odeio sua irmã, seu irmão e seja lá quem for namorar vocês, eu nunca quis ter filhos, era pra ser só seus irmãos, eles viraram essas pestes. E você? Ah você nasceu por dó, por dó do seu pai porque eu iria te abortar, fui obrigada a te gerar, e eu já te odiava, desde o seu nascimento, por isso criei todos os meus outros filhos e você não, eu não queria ouvir sua voz, não queria ver a sua cara e muito menos seu choro, porque eu odeio você. — Ela disse andando a até a porta e a batendo.

Aquilo doeu, como uma bala de canhão vindo de encontro ao meu peito desprotegido.

Sem literalmente o que fazer, sem chão nenhum, eu me permiti chorar, algo que queria fazer a anos, eu precisava por tudo pra fora, por tudo que aconteceu no passado, todas as frustações e choros engolidos, eu precisava de alguém nessa época, agora eu tenho, as duas pessoas que mais me importam agora.

Jimin veio engatinhando do sofá até o degrau onde eu estava sentado, ele deve ter deslizado pra não sei o que lá space, não me lembro do nome, ele sentou na minha frente e simplesmente me abraçou, só me abraçou, e foi o melhor abraço que já recebi na minha vida, o que me resultou em mais lagrimas. Eu cai na real, eu sou amado, eu tenho finalmente alguém para amar de verdade e por quem eu realmente aprendi a amar, eu podia amar e podia receber esse amor também.

Eu estava feliz, mas essa felicidade ainda doía, mas eu estava sentindo a felicidade, algo que eu não sentia a muito tempo.

My little angelOnde histórias criam vida. Descubra agora