Sem gracinhas, senhor Jeon

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O meu tempo agora, passando com Jungkook era empolgante, começamos uma amizade de um jeito péssimo. Agora eu não sei se é realmente isso que eu quero, se é um amigo que quero ser.

Eu estava pairando, meu subconsciente não sabia se comandava meu corpo ou simplesmente desligava, eu estava cansado, eu havia derramado muitas lagrimas enquanto ouvia a discussão de Jeon com a senhora Sarang, ela me lembra meu pai, tudo nela lembrava meu pai.

O caminho ate o local a qual estávamos indo era calmo, mal se ouvia o barulho dos pneus.
Após alguns minutos, o carro foi estacionado, arranquei a chupeta da boca e pus no bolso da calça de Jeon. Segurei sua mão esquerda e fui com ele e Cida a uma lanchonete gourmet, bem famosa pelo que percebi.

— Está tudo bem querido? — perguntou Cida — parece meio distante — apertei com mais força a mão de Jungkook, a qual eu ainda segurava.

— Nada, é apenas um pressentimento ruim, está tudo bem. — Não era totalmente mentira, eu tinha saído do little space em algum momento, estou meio desnorteado, mas ainda senti uma aflição, uma coisa me dizia que Sarang não pararia, que ela ainda irá fazer algo, e eu não estou pronto para essa ocasião.

Jungkook me guiou ate a mesa dos fundos, a qual Cida já estava sentadinha.

— Quer pedir agora? — assenti, me sentando ao lado dele.
Jeon estava uma perdição, calça jeans preta com rasgo nos joelhos, uma camisa preta lisa, uma jaqueta de couro, no seu pescoço havia uma corrente prateada, nos seus dedos anéis pontudos e no seu pulso um relógio da Louis Moinet Meteoris. Ele estava perfeito.

— Eu quero pizza — ele afirma e se levanta, indo fazer o pedido.

Havíamos comido pizza e tomado refrigerante, rimos e nos divertimos muito, era gratificante ouvir as gargalhadas de Jungkook.

— Eu quero andar um pouco. — falei assim que terminei minha fatia de pizza.

— Vá com Jeon, quero ficar aqui mais um tempinho. — respondeu olhando para um outro velho do outro lado, apenas rimos e saímos do estabelecimento.

— Onde quer ir?

— Não sei, qualquer lugar — respondi sem cerimonia

— Já sei, vem. — Pegou minha mão novamente e caminhou um longo caminho até uma arvore, parecia a mesma arvore de Tokyo, a diferença é que não havia flores nela, apenas suas folhas.

— Jimin, eu...eu quero falar uma coisa pra você — disse ele assim que chegamos, nos sentamos no banquinho de madeira e sinalizou com a cabeça para que continuasse a falar. — Não tem nem 2 meses que lhe conheci, mas esses quase 2 meses junto a você me fez tão bem, eu nunca imaginei que falaria isso a alguém novamente, nem passou pela minha cabeça sentir isso novamente. Por mais conturbado que eu seja, por mais chato seja a minha vida, me deixa cuidar de você? Não deixar você ir, eu não suportaria perder mais alguém — ele dizia tudo muito rápido, mas eu o compreendia. No fim de seu discurso, as lagrimas escorriam por seus olhos, Jeon estava ali, chorando, com medo de me perder, de perder mais alguém que seja importante para ele.

— Ei, ei está tudo bem, Jeon, você não vai me perder nunca, terá que me aturar por um bom tempo. — o respondi, enquanto enxugava suas lagrimas com minhas pequenas mãos. Nossos rostos estavam próximo, eu sentia a respiração flamejante bater contra minha boca e visse e versa, aos poucos nossos corpos foram se colando, sendo acompanhados por nossa faces, nossos olhos se fecharam e senti algo na minha boca encostar, era os lábios macios de Jeon Jungkook.

Suas mãos passaram-se ligeiramente para minha cintura, me trazendo um pouco mais perto de si próprio. Nossas línguas se encaixavam, dançavam uma valsa em uma sincronia perfeita, meu peito batia acelerado, parecia uma que uma banda de rock tocava no meu coração.

Na mesma lentidão, nossos lábios foram se separando e Jeon por outro lado deixou pequenos selinhos nos meus beiços.

— Foi seu primeiro beijo? — indagou, estava tão na cara?

— Sim.

— Uau, para um primeiro beijo, você foi espetacular, parabéns — a partir dai, tudo ficou um completo silencio, o que foi embora quando ouvimos o derrapar de pneu.

— PONHA AS MÃOS NA CABEÇA E DEITA NO CHÃO, MENOS O GAROTINHO — gritou o homem de capacete. Jungkook tentou reagir, mas foi impedido por um chute que foi dado em seu abdômen.

— SE FAZER GRACINHA, SEU NAMORADINHO MORRE, SENHOR JEON, ENTÃO FIQUE MUITO ESPERTO — disse me arrastando ate a moto, com uma arma em mãos apontada para minha costela, enquanto o outro cara chutava o Jungkook, e em seguida voltava para montar atrás de mim na moto. E assim partiram para sei lá onde. Eu sabia que algo aconteceria, e aconteceu. Eu fui sequestrado.


My little angelOnde histórias criam vida. Descubra agora