Eu sinto muito

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AVISO: ESTE CAPITULO TRARÁ TRAUMAS DO NOSSO PEQUENO PARK, ENTÃO SAIBAM QUE PODE SER UM GRANDE GATILHO PARA ALGUMAS PESSOAS.

— Eu não lhe deixaria queimar garoto, eu ouvi ua voz dentro da casa, entrei, encontrei o corpinho machucado de um garoto que eu achei ter 10 anos de idade, depois  disso tudo mudou, você mudou tudo.— expliquei abrindo os vidros para que a brisa fia entrasse no ambiente.

— Isso é bom ou ruim? — perguntou com seus mirantes em mim, eles eram encantadores.

— Isso é bom, pelo menos a Cida diz que você foi um anjo que Deus enviou para me trazer alegria.— sorri com tais palavras.

— É ao contrario, vocês são meus anjos. — disse voltando a atenção para o lado de fora do carro.

Ficamos uns longos minutos em silêncio, mas não foi um silêncio ruim, é um silêncio reconfortante.
Estacionei o carro e o travei em seguida, segurei a mãozinha miúda de garoto e começamos a andar.

— Aonde vamos primeiro?— indagou olhando para todo canto, Tokyo é uma cidade realmente muito cativante.

— Vamos dar uma volta por ai, para você conhecer um pouco mais as coisas. — respondi o garoto cujo agora estava saltitando como um cabritinho.

Após um bom tempo andando, nós nos sentamos em um dos bancos que havia embaixo de uma enorme arvore sem folhas, parecia a que Jimin havia pedido, só que maior e mais bonita.

— Olá rapaz, deseja saber sobre seu futuro? — uma daquelas “ciganas” caloteiras pergunta segurando as mãos de Jimin, que olhou pra mim com uma cara engraçada.

— Meu futuro? Jungkook, eu posso? — me olhou com sua carinha de cachorro sem dono, acabei por não negar, mesmo querendo e sabendo que a falsa cigana mentiria.

— Deixe-me ver suas mãos, garotinho, você estava sofrendo, mas encontrou refúgio em algo ou alguém, eu sinto que sente saudade de alguém e se sente mal por algo que você acha que fez.— disse a mulher com seu véu vermelho na cabeça.
O que ela disse parece ter afetado Jimin, ele me olhou com seus lumes transbordando em lagrimas, o pus atrás de mim e encarei a cigana.

— O que você está falando pro meu garoto? Esta louca? — eu não prestava atenção no ela dizia a Jimin antes, o que me fez sentir ódio de mim mesmo.

— A coisas que ele esconde de você, coisas que horríveis, coisas que o fará mal se não desabafar com alguém. — proferiu e se virou para sair, não a impedi pôs ouvi um chorinho baixo atrás de mim, me virei e lá estava ele, com o nariz vermelho, com sua bochechas da mesma coloração e suas mãos tremulas.

Segurei suas mãos, eu não sabia oque dizer, não sabia o que fazer, ver ele chorando é uma coisa terrivelmente desconfortável.

— Porque esta chorando? O que aquela mulher disse a você? — perguntei, em um ato de desespero eu o abraço, um abraço que foi quase que imediatamente correspondido.

— Ela está certa, a coisas que não contei a você e nem a policia naquele dia. — ele dizia respirando fundo, numa tentativa de acalmar seu coraçãozinho atordoado e em seguida eu desfaço do abraço.

— Me conte, vai ficar tudo bem, pode desabafar comigo.— assegurei para conforta-lo.

— O meu pai, ele não era alguém bom, deu para perceber isso, ele trazia mulheres para casa, me prendia na cadeira com cordas e me fazia assistir a noite inteira o que fazia com elas, uma vez ele assassinou uma delas na minha frente, e disse que se um dia eu contasse pra alguém, ele me puxaria pro inferno.— contava um pouco mais calmo, mas não o suficiente para conter suas teimosas lágrimas.

— Ele fez mas algumas coisa com você? — demandei, e vi ele confirmar com a cabeça, o que me fez travar o maxilar.

— Ele tocou em mim, nas minhas pernas, nos meus ombros, mas eu não lembro se ele fez algo a mais que isso. Eu me sinto horrível escondendo isso de você, me sinto horrível por ter passado por isso, me sinto nojento todos os dias por ele ter tocado em mim. — eu o abracei novamente, o mais forte que podia, ouvir um garoto tão novo se difamar dessa maneira, se sentir nojento por algo que não foi culpa dele.

— Está tudo bem agora, eu estou aqui, enquanto eu estiver aqui com você nada vai acontecer, eu vou lhe proteger do mundo.— proferi enquanto fazia carinho em seus cabelos — porque agora, você é o meu garotinho. — em uma tentativa de confortar o garoto, eu o pego no colo, pondo sua cabeça em meu ombro e suas pernas em cada lado da minha cintura.

— Você pode dar a minha pepe ? — sorri momentaneamente, estava me acostumando com essa coisa de chupeta, mas precisava de ajuda para saber exatamente o que fazer, Jimin agora parecia tão frágil, então liguei pra Cida.

— Jeon, o que houve? Aconteceu algo com o pequeno? — perguntou de imediato assim que atendeu.

— Ele está bem, eu só preciso saber de algumas coisas que você sabe dele, a o principal delas é: porque ele chupa chupeta? — ouvi uma tosse escandalosa da velha.

— Vou resumir para você, eu não sei o que aconteceu com ele antes do acidente, mas sei que isso é um modo dele fugir dos problemas. — modo de fugir? O que essa velha tá dizendo — é como se ele voltasse a ser uma criança, a mente dele vai para um lugar onde ele é apenas uma criança e precisa de cuidados, então Jeon, você tem agora uma responsabilidade, cuidar de um bebe adulto. — como é que é?

— Tipo, trata-lo como uma criança? Eu não entendo.— isso era tão confuso

— Depois pesquise mais sobre little space, meu bem. O trate bem, o.k.? Ele apenas precisa de amor e carinho, ele só tem você agora.— ela desliga.

Entreguei a chupeta de Jimin, por incrível que pareça, ninguém nos olhou estranho.

Entrei no restaurante para comermos e separei uma mesa, coloquei Jimin na cadeira e dei uma olhada no cardápio, logo um garçom veio ate nós.

— O que deseja senhor? — perguntou o cara magricela com um bloquinho de notas em mãos.

— Me vê dois pratos de Yakisoba e alguns bolinhos cozidos. — proferi sem expressão.

— Ok, em alguns minutos traremos seu pedido, e parabéns, sua criança é uma graça. —o olhei com rapidez com uma enorme vontade de rir, mas me segurei.

— Sim, a minha garotinha é uma princesa.— agora entendi o porque de ninguém estar nos olhando, acham que Jimin é minha filha.











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