Senhor? Fale comigo

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Passaram-se 4 dias após minha chegada. Não está sendo tão ruim como eu imaginava. Eu não sai para ver a cidade, mas não porquê não quero, e sim porque tenho medo de me perder.
O Jeon aparenta estar doente, ele está pálido e não anda comendo direito, ainda agora ele estava no trabalho, e foi direto pro escritório me mandando não abrir a boca pra nada. Cida sempre reclama porque ele não colocava nada comestível na boca, e ele recusava tudo por causa desse tal de jejum que ele está fazendo.

Jeon finalmente saiu daquela sala, Cida trabalhou apenas essa manhã porque tinha que ir na consulta com o seu médico a tarde, e desde então apenas eu e Jeon estávamos em casa.

— Já comeu algo? Me disse que sabe fazer as coisas sozinho, sabe né?— perguntou levantando as grossas sobrancelhas que tinha em sua face.

— Já fiz sim, e deixei pra você também, você não come nada a 4 dias, senhor— ditei cruzando os braços, era o que Cida fazia quando o reclamava.

— Obrigado, mas estou sem fome, e por favor pare de me chamar de senhor, fica parecendo que é meu empregado e se um policial lhe ver falando dessa maneira eu vou ser preso por trabalho infantil— Ele citou, me fazendo gargalhar e ele sorrio, é, Ele é diferente do papai, mesmo com todas as regras, ele era legalzinho.

— Senhor Jeon você está bem?— Perguntei após ver o mesmo levantar da cadeira que estava e tombar para trás, e com rapidez ele se agarrou as paredes.

Jungkook estava completamente pálido, mantinha os olhos fechados e com uma das mãos na cabeça, em seguida o vejo cair com tudo no chão gelado, o impacto do corpo do mesmo com o chão fez um barulho extremamente alto e assustador.

Vou até seu corpo esparramado no chão e me sento ligeiramente ao seu lado.

— Senhor, ei, acorda, hm? Porque esta assim? — perguntei gaguejando.
Minhas mãos suavam,  meu corpo inteiro tremia, meus olhos ardiam feito chamas, sinto as lagrimas descendo dos olhos e percorrendo um caminho ao queixo.

— Senhor, fala com o Jimin, não morre não.—
Levanto afobado e tento pensar ainda ofegante, coloco minha mão no bolso de Jungkook e olho sua lista telefônica digital, cujo encontrei o número da Cida, graças a Deus. Com um dos celulares digitais da casa em mãos, eu ligo para a idosa.

— Jeon? Algum problema com o Jimin?

— Cida, o Jeon ele desmaiou, Jimin não sabe o que fazer— Conto para a mulher do outro lado da linha.

— Ai meu santo Deus, eu sai do médico agora e estou próxima dai. Jimin, não saia do lado dele em momento nenhum, certifique se o coração dele está batendo e se ele está respirando, vou ligar para emergência e provavelmente chegarei antes dela, ok? Fique calmo, vai ficar tudo bem— foi suas ultimas palavras antes de desligar o aparelho eletrônico.

Coloco minha cabeça no peito de Jeon e sinto em meu rosto seu coração bater,  um pouco fraco mas batia, um pouco mais calmo checo sua respiração e assim como o coração a respiração estava fraca, e isso estava acabando comigo.

Em cerca de 15 minuto escuto o estrondo da porta sendo arrombada e o barulho da sirene da emergência, pelo jeito Jeon é bem importante.
Vejo eles entrando e colocando Jungkook na maca, atento, vejo eles irem com o corpo pálido dele até o carro, Cida aparece logo após, vou correndo até a mulher e a abraço.

— Ele vai ficar bem né?
— Vai sim, vai ficar tudo bem, eu vou cuidar de você muito bem, então você pode liberar a pequena criança em você, eu vou cuidar dele também.— ditou afagando minhas madeixa com leveza e carinho, um carinho que eu nunca havia recebido.

Ela sorriu para mim, e assim fiz o mesmo, confiei nela para dizer sobre o Little Space, ela aceitou de braços abertos, nunca me senti tão acolhido.

— Quando ele voltar vamos fazer ele comer, nem que seja amarrado em uma cadeira
— Com certeza, e ele vai me ouvir, ouvir um monte.

Foi ai que percebi que eu estava no lugar certo, com as pessoas certas, mesmo com problemas, eu estou me sentindo melhor aqui, me sentindo amado, amado como nunca fui.

My little angelOnde histórias criam vida. Descubra agora