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Taehyung

Yeosu, Novembro de 1686

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Yeosu, Novembro de 1686

Depois de uma manhã nublada, o sol se estendeu durante a tarde e tive um lampejo nos pensamenos. Estava ótimo para um passeio, Janet poderia apreciar decerto. Passaram-se algumas lunas quando deixei o quarto da Jung após a sua decisão, mesmo cogitando ficar. Estive tão eufórico que não pude desfrutar do sono profundo, sorria como uma criança que ganhara biscoitos doces e sujava-se livremente na lama de poças. Tão patético comparado ao orgulhoso Kim anterior.

Jung não se reprimia mais atrás da porta. Visitava o jardim, cuidava de flores pela casa e sentava-se a noite para tomar sua última refeição comigo. Talvez estivesse conquistando sua atenção e com isso, chegando próximo ao seu coração. As coisas iam conforme o esperado, mas ainda existia tensão.

Mesmo tentando controlar, às vezes não conseguia ser paciente com sua demora. Janet tinha um gênio difícil de prever, devido sua instabilidade emocional. Entendia que sua condição não era proveniente de loucura, mas de dor. Com isso retido na memória, consegui tomar melhores decisões sobre ela. Um dia a Kim me suportava, no outro, ela queria me arremessar das colinas nos arredores de Yeosu. Talvez já tivesse desistido de entendê-la, ou me acostumado a isso. Claro, não de uma maneira ruim, mas consciente.

Kim Janet tornou-se meu ponto fraco e nada mais poderia afastá-la de mim, nem mesmo o seu próprio desejo. Ela seria a minha marquesa.

─ Por que viemos nesse lugar?

Questionou enquanto seguia comigo no cavalo por uma trilha encontrada após muito desbravar aquelas terras. Não pensei que a faria subir em um cavalo comigo com tanta tranquilidade ou sem arredios. Até preparara uma égua para levá-la, mas Kim não quis ir sozinha, escolheu minha companhia. O sorriso estúpido que tomou meu rosto seria uma piada para a corja de homens viris.

─ É calmo, solitário, cheio de plantas diferentes que não sei o nome e combina consigo.

Na mansão não tínhamos privacidade, criados ou não, existiam muitos olhos ansiando por saber quantas vezes a filha do marquês frequentava o escritório ou aposento do marido. Nossas palavras muitas vezes não podiam soar verbalmente por haver intrusos demais entre as paredes da mansão, então tomávamos atitudes como comunicação base.

─ Por que devo acreditar no senhor, meu marido? Tens tanto tempo assim para descobrir lugares e lembrar de tua mulher?

Olhou por cima do ombro. Apenas dei-lhe um sorriso fechado.

─ Acreditas-te quando veio para cá comigo. Também... preciso confessar-lhe que tu não arredas o pé de meus pensamentos.

Meus braços se apoiavam na curva da cintura fina enquanto segurava as rédeas de Athos. Janet ruborizou de timidez por estar próxima além do habitual, mas limitava-se a cobrir minha visão do rosto corado com os cabelos soltos de cada lado.

MARQUESA • kthOnde histórias criam vida. Descubra agora