1 | 2

1.6K 242 148
                                    

Taehyung 

Yeosu, Março de 1686

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Yeosu, Março de 1686

Os últimos dias me trouxeram uma combustão de emoções e sensações que nunca cogitei que existissem. Voltar outra vez para Yeosu foi algo beirando ao assustador, pois seria um retorno sem volta. A ideia era um fardo pesado ainda e saber que minhas responsabilidades seriam outras só a deixava mais difícil.

O casamento ocorreu de uma forma calma e tolerável, mas foi tentador vê-la. Janet estava exatamente um perfeito sinônimo de beleza real e incontestável. Tudo se calou ao redor quando a vi sorrir. Sorrir para mim. Ela não havia sorrido daquela maneira quando estive antes, mas poderia entender, eu a afastei.

Meus pensamentos persistiram em avaliar minhas atitudes. Mesmo longe, parecia estar perto dela, já que não a esquecia um maldito momento. Quando voltei para Seul, pensei que a esqueceria até o dia de minha volta. Ledo engano. Ela estava impregnada nos meus pensamentos.

Por obrigações, não pude desfrutar de sua companhia durante a festa de casamento e me contentava em observá-la distante. A ida para a nossa casa foi outra coisa que acabou com a trégua que surgiu entre nós. Eu não conseguia falar nada e temia machucá-la com a escolha errada de palavras. Ela não me encarava no rosto preocupada demais com a paisagem que corria através das janelas da carruagem. Suas mãos se escondiam no colo agarrando o vestido.

A deixei na escada procurando um escape e lembrei do escritório. Não dávamos certos em um mesmo ambiente. Tudo se tornava incômodo ou constrangedor. Com os outros, conseguimos lidar, mas não com nós dois. A garrafa de vinho roubou minha atenção e perdi a noção do tempo quando lembrei haver uma consumação a ser feita. Minhas mãos coçaram para fazer algo e meus pés batiam freneticamente contra a madeira do chão dando voltas infinitas no quarto. A porta estava lá. A maldita porta estava ali esperando minha escolha.

Parei a olhando e, num rompante, abri. Vê-la perdida entre os lençóis brancos sob a cama pareceu como um ímã que atraiu meu corpo. Ela se sentava sobre as pernas olhando inquieta e curiosa para mim. Fora difícil me mover já que sua ingenuidade deixou-me tão abstraído.

Uma mulher de beleza como a dela não merecia a fama que a perseguia desde a tragédia. Foi completo estar nos braços dela e senti-la de tal maneira crua e íntima, mesmo sendo por um curto momento. Mesmo irredutível no começo, ela se entregou para minhas carícias e me permitiu fazê-la somente minha.

Quando chegamos ao ápice do amor, ela adormeceu em um profundo sono no meu peito e não pude deixar de abraçá-la acariciando os cabelos soltos sob a pele nua de suas costas, não por muito tempo, pois desejei me afastar. Estava exposto demais.

Depois que a insônia me acometeu naquela noite, precisei sair. Estava sufocado no quarto e a porta de ligação continuava fechada desde a minha saída do quarto dela. Tudo me fazia encarar aquela madeira fazendo divisão entre duas almas distintas e sem sentimentos.

MARQUESA • kthOnde histórias criam vida. Descubra agora