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Janet

Yeosu, Dezembro de 1685

Uma longa fileira de guardas se espalhava pelos espaços ao redor enquanto o cocheiro parava ao lado da porta. Meu pai desceu as escadas e mantive em pé no mesmo lugar.

Um homem de meia-idade desceu com uma expressão satisfeita e segurando uma bengala de bronze. Deveria ser o pai dele, Jeon Jongyun. Mesmo com feições rígidas e linhas expressivas no rosto, havia uma pitada de bom humor em seus olhos brilhantes. Sua idade não fora suficiente para tirar-lhe a beleza vistosa ou sua postura inflada.

─ Seja bem-vindo a nossa casa, caro Jeon.

Jung ofereceu um cumprimento formal, pois o outro, era mais velho.

─ Apenas Jongyun, sem formalidades, Hassun. Logo seremos família.

─ Assim espero, deixe-me apresentar, esta é minha filha Jung Janet.

Seus olhos caíram em mim, dos pés a cabeça, e fiz de tudo para não deixar a timidez tomar de conta. Hassun ergueu a mão ao pedir silencioso que me aproxima-se. Segurei as pontas do vestido temendo uma queda nos degraus. Inclinei o corpo em uma mensura treinada e ele riu, satisfeito.

Este homem seria meu sogro. Ele tinha outros dois filhos casados e com seus herdeiros, então deveria sustentar grandes expectativas para seu caçulo. Me perguntei se ele tinha agrado por suas duas noras. O que elas deveriam ter feito para conquistar sua permissão em desposar seus meninos? Eu conseguiria seu favor?

─ É uma honra conhecê-lo, vossa graça.

─ Eu é que tenho a honra. Não sabe o quanto fico satisfeito em tê-la como futura nora. Tenho certeza que colocará Taehyung nos trilhos, não é mesmo querida?

Nossas atenções foram para os dois ali atrás, parados, e não pude controlar meu olhar. Uma mulher elegante sorria simpática ao se aproximar e um homem vinha seguindo-a. Papai segurou minha cintura e assustei-me com o toque, foi quando percebi estar andando para trás.

Taehyung estava agora a minha frente.

A harmonia e perfeição faziam parte dos seus atributos, tinha suas mãos juntas atrás do corpo e nossos olhares se encontraram como um instinto. Ele era charmoso, com lábios em um desenho singular, porte alto, um corpo construído e bom gosto para escolhas de roupas, pois elas se encaixam naturalmente em cada parte do seu corpo.

Pisquei os olhos. Estava o admirando de forma tão genuína que tive de lutar contra a própria vontade do meu corpo. Ergui o rosto várias vezes para ele até ter o suficiente da minha curiosidade sanada em observá-lo de longe. Ofeguei baixo ao sentir meus batimentos rápidos demais.

─ Com certeza, meu marido. Estamos muito felizes de estar aqui. Nunca a vi em eventos, sou Jeon Soyah e este é nosso filho mais novo, Kim Taehyung.

─ É um prazer, milady Jung.

Sua voz aveludada por tons graves soou baixo. Percebi os olhares em cima de nós dois e agradeci aos céus quando meu pai interveio com algumas palavras que não pude compreender. O constrangimento já me dominava e nem ao menos me lembrava como recepcioná-los.

─ É uma honra tê-los conosco, se não se importam, entraremos para acomodá-los. A uma refeição os esperando, devem estar exaustos.

Quando notei, as palavras já haviam atravessado meus lábios. Lembre-se de sua função, Janet: mostrar seus atributos como dona do lar. Faça bem, faça pelo seu pai. Sua família não precisa de mais motivos para insultá-la.

MARQUESA • kthOnde histórias criam vida. Descubra agora