Taehyung
Yeosu, Maio de 1690
─ Você está grávida.
Ela olhou quieta e perdida entre meu rosto e nossas mãos juntas. Claro que a notícia não devia ser fácil de aceitar ou entender. Nem eu mesmo conseguia considerar como isso foi possível. Já se passaram quatro anos.
─ Não me engane assim...
Sussurrou baixo e sem forças com um sorriso desacreditado. A última coisa que eu faria seria brincar com algo assim. Nós dois ainda éramos jovens e lidar com todas as coisas de uma vez se tornava estressante.
─ Eu não estou mentindo.
Encarei-a sério ao tentar lhe passar a importância daquela notícia.─ Por que está assim?
Questionou depois de um tempo em silêncio próprio.
─ Como?
─ Você não está feliz.
Não guardou as lágrimas para si derramando lentamente uma por uma com sua angústia palpável entre nós. A culpa me consumiu por achar que aquilo só estava acontecendo devido às nossas posições. De certa forma, eu a levei naquela situação.
─ Seja verdadeiro.
Suplicou muda.
─ Esta gravidez é de risco. O médico teme que não possa durar por muito tempo.
Seus olhos agora estavam vermelhos e irritados, quase não via a cor deles devido ao excesso de água presente. Pela primeira vez em quatro anos, não fui capaz de lhe confortar, me entregando ao choro.
─ Quanto tempo?
─ Eu não sei.
─ Por que não consigo ser feliz? O que de tão mal existe em mim?
─ Nada do que acontece é nossa culpa, Jan, são imprevistos. Problemas acontecem na vida de todos. Não se martirize.
A trouxe para meus braços e ela continuou ali pelo resto da noite até cair em um sono profundo de cansaço. Acompanhei o andar da lua no céu sem um resquício de sono e com o coração aflito. Queria confortá-la com o consolo que não tinha. Arrancaria sangue da minha carne para dar-lhe força, mas não a veria perecer por desesperança de um futuro.
Nos dias que se seguiram, a visita constante do médico Shu se tornou comum e Dália não a deixava mais sozinha. A questionava sobre as palavras do médico e todas seguiam o mesmo roteiro. Meu tempo gasto no parlamento reduziu pela metade e as perguntas sobre o andar da gravidez dela estavam mais constantes. Nenhum demonstrava preocupação sincera pela saúde dela, apenas ansiedades políticas. Tudo política.
Minhas cartas a meus pais ficaram frequentes e vez ou outra minha mãe enviava presentes simples e confortáveis para acompanhar Janet nos seus dias. A quantidade de medicações triplicou na sua penteadeira e seus vestidos de passeio já não viam a luz do sol por várias semanas. Dalia os tirava dos baús para arejar e afastar o odor do mofo. O estado da Marquesa afetava a todos.
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MARQUESA • kth
FanfictionCONCLUÍDO Ele era o mais novo, um sorriso cativante e um olhar sedutor, sempre se mostrou inconsequente e despreocupado de seus deveres como terceiro filho de um duque. Mas as coisas mudaram quando seu pai e seu irmão decidiram contrair um matrimôni...