Sabotagem

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Uma cena antológica que sua cabeça processava na velocidade lenta da música a fim de memorizá-la com maior qualidade. Sua respiração pausando dramática acompanhando os graves do beat que ritmou o balanço.

Arrastou seu toque pela pele macia de suas coxas e o eriçar dos pelos do braço esquerdo que Hannah apoiou em seu ombro denunciaria que ela provava um arrepio tão forte quanto o que percorreu seu corpo. Mirou seus olhos enfeitados pelo glitter rosado e percebeu pelo dilatar das pupilas o envolvimento das emoções dela na missão de levá-lo à loucura com seu divino talento para a dança, hipnotizando-o ainda mais.

Kauê se declarou um eterno refém cativo desse poder de sedução. A ginga dela sobre seu colo era milimetricamente calculada para testar seus limites e até ele se viu curioso sobre quanto aguentaria sem beijar a boca provocativa tão próxima à sua. Seu olhar encarava pendendo entre seus lábios e o rebolado ácido de quem se entregava ao que fazia, optando pelo primeiro ao nascer do sorriso convencido e vitorioso de quem sentiu de perto a parte mais eufórica de seu ser.

Hannah apreciou o doce sabor de ser desejada e beijou seus lábios para selar toda essa brincadeira, conseguindo dominá-lo por completo. Entregue, Kauê subiu a mão direita aberta e grosseira pela saia sutilmente levantada, provando melhor a textura do tecido de vinil no caminho até a carne de seus quadris, apertando-a forte enquanto a esquerda se ocupava em pegar os cabelos que ela jogou para o lado e puxá-los de forma a explorar melhor os pontos de impacto da moça cujo o pescoço ele atacou voraz.

Puro impulso, mas não se arrependeu por um segundo sequer. Era bom que ela soubesse que todas as formas ela era a única a possuir sua mente, seu corpo e, principalmente, todos os seus desejos.

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Conceito, coesão e aclamação.

As cenas quentes de espelho engana demoraram muito a sair, mas chegaram com tudo para abalar seu coração e revelar que por trás dos rostos fictícios mais fofos do Wattpad existiam baita depravados. Sem poder julgar, ferveu só de testemunhar a intimidade alheia.

Como as crianças cresciam rápido! Há poucas semanas contemplava o primeiro tocar de mãos e agora Hannah se mostrava desinibida no colo de seu badboy, o hipnotizando com sua delícia e doçura. Por Deus! Prosseguiu a leitura e descobriu que Kauê, com as mãos repletas de euforia e desejo, estapeou as ancas da namorada. Cacete, e ela ainda evidenciou gostar quando devolveu a provocação com uma mordida em sua orelha sensível. Era muita depravação para um só capítulo!

Chocada, levou os dedos esticados até sua boca entreaberta pela novidade que a fez secar. Bateu as pálpebras em velocidade máxima e quando percebeu seus lábios tomaram contorno de malícia alegre. Boa bissexual que era, não soube de qual dos dois queria estar no lugar pois se por um lado deveria ser revigorante receber o olhar fatal e um tapa na bunda pelas mãos do maior badboy da cidade, quis pegar na cintura arredondada com gosto como se tocasse a um tesouro precioso enquanto ela rebolava prazerosa contra seu colo.

Que pena não poder dedicar sua atenção só ao casal de sua vida por causa da maldita festa pra qual Konohamaru fez o favor de lhe arrastar. Com muita tristeza precisou resumir sua homenagem ao casal a uma réplica da maquiagem descrita na cena, se chateando com a constatação de que todos achariam ser uma referência à Euphoria e não à história mais incrível do mundo. Tudo bem, gostava da série que tanto mexia com suas emoções mesmo saturada de todos os seus webamigos dizerem que lhe imaginavam como Barbie Ferreira interpretando Kat, como se toda adolescente gorda com o mínimo de atitude precisasse ser igual e o tom não fosse de surpresa por descobrir que era mais gorda do que a moça da TV. Nada contra ela, inclusive. Toda representatividade era importante, só estava cansada da comparação.

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