Fazendo Esforço

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Olhos lentos redescobrindo os raios de sol e a realidade depois de 24 horas num entre o escuro e flashes de veracidade duvidosa. 

Quando enfim despertou no conforto de sua cama, Konohamaru teve uma curta expectativa da bolada na pica, do mijo nas calças e todas as consequências terem sido parte de um pesadelo daqueles, mas o incomodo, os analgésicos e o atestado que largados sobre sua cômoda assim que chegaram em casa depois de horas tomando soro na emergência arrasaram com as esperanças de ser só ilusão. Ah, também tinha o cheiro insuportável de xixi que entranhou em sua pele apesar do banho que tomou sentado na maior bacia de lavar roupa que tinha casa uma vez que não teve muitas condições de ficar de pé. Humilhação pouca realmente era bobagem! 

A volta do bom humor trash de sempre significava melhora, mas preferiu continuar deitado e mirar um pouco mais o teto pra remoer tudo. Em minutos, a memória veio como um trem bala com direito à cantoria da Ana Vilela entre as estações vergonha alheia e #dateruim, isso é, se estar todo mijado num carro com a dengosa, sua mãe e o patrão cosplayer dela podia ser considerado um encontro. Caso sim, aquele tinha sido o pior de sua vida, vencendo de qualquer oponente futuro. 

Cobriu o rosto com a coberta e torceu pra sufocar como fez com seu grito e o ranger de dentes. Que combo dos infernos tinha sido aquele? Puta que pariu, era muito azar pra uma pessoa só e tudo podia piorar. Com o corpo mais frio, sentiu uma ardência dos infernos e entendeu o medo que Hanabi botava nas quadras porque era capaz de ter ficado estéril. Até aí nenhum problema. Só conseguiu pensar na perfeição em forma de paixão platônica que ela era em lhe dar esse baita presentão. 

É, senhores, o jovem moderno tinha mais medo de ter filho que de perder a piroca!

Quando teve condições, procurou por suas coisas e amava os amigos que tiveram a sensibilidade de entregar sua mochila e todas as suas coisas para sua madrasta e que bom que tinha desligado o celular porque preferia ter morrido a voltar pra sala de aula e descobrir que todos agora sabiam de Lilmonkey. Menos um problema, ainda bem. Já bastava a vergonha de pensar no tempo em que sua virilha seria assunto, já que não se via andando normalmente pelos próximos 2 dias e podia até ouvir as piadinhas sem noção ou os memes do grupo da sala. 

Curioso, ligou o telefone, recebendo uma enxurrada de notificações. No Facebook, torcedores e rivais chocados com sua ausência nos próximos jogos, o de menos. Opa, o que eram aquelas 30 notificações do Wattpad? Até se animou com essa fama repentina, mas a vida do Camisa 09, mesmo que mais chata, tinha prioridade agora. Abriu o famoso “zap” e não conseguiu controlar a risada ao ver a montagem onde a cara de Hanabi foi colada na de Terry Crews caracterizado como Latrel e a dele na do rapaz loirinha que dizia estar na cadeira de rodas por ter caído. A galera era rápida e ainda bem que Hanabi não estava no grupo, não queria que ela acabasse por se sentir pior. 

Aliás, isso lhe lembrou da cena na sala de medicação. Era ela mesmo ao seu lado ou foi um delírio? Recordou do impulso de pedir desculpas e desfazer o grande mau entendido do esquecimento, porém não conseguiu discernir se havia mesmo dito algo ou não e, em caso de sim, ela ouviu? Nem quis se iludir com uma resposta positiva, pois era certo que ou ela desconsiderou por julgar delírios ou nem ligava mais. Quem esperaria quase 6 anos por uma desculpa? Cobriu o rosto com as mãos e a alma de auto-ódio. Óbvio que só teria a reação de ser direto com a cremosa quando ninguém lhe levaria a sério!? Grunhiu de raiva, esfregando a testa com o indicador e suspirando pesado. De volta à estaca zero, estalou os lábios bastante chateado, porém cheio de ideia pras fanfics. Anotou pra OEE. 

Passada a frustração, deu uma olhada rápida no resto das mensagens e respondeu que estava em casa e bem vivo pra tranquilizá-los. Chegou a digitar que maiores informações assim que alguém lhe contasse e de antemão se assumiu sufocado por mais que tentasse ser o mais sociável que o enjôo permitia, mas aí lhe veio a luz: ele tinha a melhor desculpa do mundo pra se dar férias desse personagem ridículo e ninguém o contestaria. Suspirou pra sentir bem o cheiro da felicidade mas em vez disso sentiu foi a catinga. Precisava de outro banho, não de pagar de sobrevivente pra gente que no fundo nem se importava com seu bem estar, apenas com as piadas e a fofoca. 

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