Do Céu Ao Inferno

506 82 227
                                    

Mais uma manhã e com ela a exaustão.

Nada de treinos, nada de ler o que trouxe e escrever no máximo só uma poesia meia boca que escreveu inspirado no corpinho gostoso de sua musa inspiradora.

No fim de semana inteiro desde que brigou com Kurenai, Kono se sentia mal e mais sobrecarregado do que nunca uma vez que Mirai ainda estava chateada com a mãe e se negando a aceitar tudo o que viesse dela, o que deixou toda a responsabilidade sobre roupas, comida e brincadeiras em suas costas. Claro que amava muito sua irmãzinha e passar mais tempo com ela era uma meta, mas tinha que pagar o pato por algo que sua madrasta fez de mal?

Já era segunda e depois de montar várias casas da Barbie e prateleiras para os novos mimos dela, arrumar guarda roupa, separar roupas velhas para doação e decorar algumas falas dos filmes infantis que assistiram juntos nos últimos dois dias, uma noite de sono foi pouco pra descansar e ainda teria mais uma semana de estudos. Quis chorar e não passou vontade.

Murmurou puto porque pelo andar da carruagem devia levantar mais cedo pra fazer o café, se arrumar, tirar a baixinha da cama e preparar ambas as mochilas pra que só então tivesse direito a sentar e comer tranquilo. Agradeceu que o novo corte de cabelo radical da garota dispensava penteados pois ela conseguia sozinha e adorava bancar a diferentona do moicano com seu gel de cabelo. Se a mãe dela achasse ruim, que arrumasse.

Quase morrendo de sono, tomou um gole de café sem quebrar o calor da bebida com um pouco de água gelada, pressentindo a azia que o acompanharia durante a manhã. O importante era conseguir ficar acordado pelo menos até o treino. Bocejou ansioso pelo efeito da cafeína, mas até lá matou o tempo com uma olhadinha nas redes sociais totalmente abandonadas nessa correria. Evitou o Wattpad pois não teria como responder ninguém. Nos grupos, só verificou as mensagens em que era marcado pois Deus o livre perder tempo com as besteiras que aquela manada de idiotas falava. Agradeceu o dengo com quem andava se pegando pois foi ótimo não receber nenhuma cobrança exagerada e só vê-la preocupada com seu bem estar antes de pedir para que a encontrasse na biblioteca. Filosófico, respondeu à primeira pergunta com suas sabedorias contemporâneas pregadas na camiseta do dia.

Konohotário – 06:23
Se a vida é um forninho, a partir de hoje eu me chamo Geovanna. – e não tinha nenhuma Ketlyn para lhe ajudar.

Não que servisse de muito, mas tinha uma Kurenai com suas olheiras, cara de arrependida e o bico onde guardava o pedido de desculpas que não soube porque ela guardava, teorizando ser uma espécie de castigo por ter ido contra suas regras. Pelo menos ela assinou a permissão para que Mizinha fosse ao passeio da escola e assim evitou que a garotinha se decepcionasse ainda mais. Acenou agradecido e voltou ao celular. O que aconteceu em seu Instagram para que todo mundo o enchesse de notificações, hein? Desistiu de saber quando abriu o aplicativo e deu de cara com uma foto de Hanabi na piscina ostentando um dos maiôs comprados no shopping. Aquela coisinha doce ficava tão linda fazendo charme sentada no deck como se não balançasse as pernas mais charmosas do mundo num antro de morte... Curtiu sem pensar duas vezes. Espera!

— Puta merda!

— Você tá bem? – perguntou preocupada achando que isso era tudo, menos um escândalo besta por uma curtida.

Mas é que não era uma simples curtida. Era uma curtida na foto de Hanabi. Pra todo mundo ver. Pra todo mundo ficar falando. Estapeou a própria testa e pensou no acordo de confidencialidade dos dois, torcendo para que ela entendesse que tinha sido obra de uma mente chapada de atividades domésticas e não brigasse com ele. Não teve nem tempo de se preocupar com isso porque Mizinha surgiu no corredor com os sapatos trocados.

— Vai trocar o sapato. – Kure mandou e ela fez bico.

Bancando o mediador, o garoto acenou para que a pequena fosse lá mudar o calçado e só então ela foi. Sua mãe não escondeu a chateação de ver sua autoridade e importância no lar resumido a nada e o peso maior foi de saber que a culpa disso era de sua omissão que ainda assim permaneceu intacta. Konohamaru olhou bem na cara plena de quem se empenhava mais em passar manteiga no pão que em correr atrás do prejuízo, uma gota d'água transbordando seu copinho.

Virtu@Onde histórias criam vida. Descubra agora