𝑪𝑶𝑳𝑳𝑰𝑫𝑬.
⸻ As marcas que o Soldado Invernal havia deixado para trás ainda eram recentes na vida de todas as vítimas, inclusive na de Bucky Barnes, que continuava lutando contra os seus demônios internos.
Na busca pela paz, Bucky vive em meio...
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━━━━━━━━ BERLIM, ALEMANHA • 15:10 Ainda no mesmo dia...
A VIAGEM DE CARRO ATÉ O CENTRO DE BERLIM FOI FEITA EM UM COMPLETO SILÊNCIO. Vez ou outra, Sam e Steve conversavam entre si, ou tentavam puxar assunto com Naomi e Bucky, no entanto, nenhum dos dois estava afim de manter uma conversa.
A mulher ainda mantinha o corpo grudado na janela, a testa apoiada no vidro e as mãos fechadas sobre o colo. Ao seu lado, Bucky Barnes encarava o assento de Sam, os joelhos encolhidos e um vinco entre as sobrancelhas; nem se importava que Sam se movia muito, fazendo com que o banco chocasse contra seus joelhos.
Steve lançou um último olhar para os dois, pelo retrovisor, e suspirou. Ele virou uma esquina e adentrou um estacionamento abandonado, o som do motor do fusca ecoando pelo local aberto. O único automóvel, além do deles, que estava estacionado ali, era uma van branca gasta.
— Chegamos — anunciou o Capitão, estacionando o fusca azul ao lado da van.
Ele virou-se para trás e sorriu para Naomi e Bucky, que nem ao menos desviaram os olhos para observá-lo. Com um aceno de cabeça, Steve tirou o cinto de segurança e saiu do carro, escutando Sam fazer o mesmo e caminhar até ele.
— Essa viagem foi... — começou Sam, olhando ao redor e estalando a coluna. — Desconfortável.
— É.
Naomi piscou os olhos, saindo de seus devaneios e encarou o lugar em que estavam pela janela. Ela nem ao menos havia percebido que tinham chegado até ali. Pôde escutar o suspiro derrotado de Bucky e ele se mexendo no assento, mas ela não se deu o trabalho de olhá-lo ou dizer algo.
Bucky empurrou o banco de Sam para frente e mordeu o lábio com força, olhando para Naomi antes de sair do carro. Ele deslizou as mãos pelos cabelos e apoiou os braços no teto do fusca. O vento bateu em seu rosto, jogando os seus fios revelados para o lado e fazendo seus olhos arderem.
— Capitão. — Uma voz rouca ecoou pelo estacionamento, atraindo a atenção de Naomi, que empertigou-se, curiosa, e empurrou o banco de Steve.
Ela abriu a porta e enfiou a cabeça para fora, olhando as costas largas de Steve e Sam, e tendo uma visão do homem que havia descido da van branca.
— Se eu tivesse outra opção não teria chamado você. — Steve disse, apertando a mão do homem.
Naomi suspirou, saindo do carro e fechando a porta. Ao erguer a cabeça, deu de cara com os olhos azuis observando-a do outro lado; Bucky tinha o queixo apoiado no braço, que estava sobre o teto do carro, já não parecia estar chateado ou bravo.
Ela empinou o nariz, arqueando as sobrancelhas e pressionando os lábios em uma linha reta. O homem apertou os olhos e sorriu, fraco, examinando a tentativa dela de parecer impassível.
