Primer Amor

23. Linha do destino

Após horas no quarto aproveitando a companhia um do outro, Helena e Victor finalmente desceram e estavam prontos para sair. Helena desejava que a família pudesse ir com ela pois seria um dia muito especial que ficaria marcado em sua vida, no entanto, Alice estava cansada e decidiu deixar que a filha fosse com a irmã e o pai, para que pudesse continuar em casa aproveitando de sua própria companhia.

- Antes de ir precisamos chamar a Bia que saiu e até agora não voltou. - Disse Paula, preocupada com a demora de Beatriz.

- Papai, você tem ideia de onde a Bia possa estar?

- Filha, a Bia foi apenas ali na sorveteria com a amiguinha.

- A mamãe já não vai na festa, agora a Bia também não vai?

- Helena, calma. Nós podemos passar na sorveteria e buscar a Bia quando estivermos no caminho. Mas agora eu preciso que você e todos que vão com a gente saiam e entrem no carro para não chegarmos atrasados. - Dizia Victor, preocupado com o horário da festa.

Helena então seguiu para o carro com o pai e a sogra. Dessa vez quem iria dirigir seria Victor, ela estaria sentada no banco da frente ao lado dele, enquanto Mariano e Paula sentavam juntos no banco de trás. Mariano parou na sorveteria para buscar a filha mais nova que havia ido se encontrar com uma amiga. A fã número 1 de Victor e Helena com toda certeza era Beatriz, a menina estava muito animada de poder ver a irmã e o cunhado cantar.

- Vamos demorar muito ainda, Victor?

- Bia? já estamos chegando e quem atrasou tudo foi a senhora. Então fica quietinha aí com a sua irmã e deixa o Victor dirigir em paz. - Dizia Mariano, preocupado com Beatriz tirando a atenção de Victor do volante.

- Bia, não vai demorar quase nada. Tá vendo aquele portão ali em frente? É lá que é o nosso destino, mas quando chegarmos, você vai conosco para dentro enquanto seu pai e a minha mãe vão depois para estacionarem o carro.

Beatriz estava muito empolgada, era o primeiro show que ela iria na vida e talvez o melhor. Victor parou o carro em frente ao portão, abriu a porta para que Helena saísse, os dois agora entravam de mãos dadas com Beatriz na escola e todos achavam que a menina era filha do casal.

Enquanto os meninos entravam na escola, Paula e Antônio estavam no estacionamento. Dentro do carro, Paula dizia que tinha algo importante para contar a Mariano.

- Não podemos ir até a escola agora. Preciso que saiba de algo.

- Pode falar.

Mariano esperava ouvir palavras saindo da boca de Paula, quando na verdade o que ele viu foram os lábios dela encostados nos seus que tentavam resistir, mas eram fracos demais e os dois acabaram traindo seus parceiros.

- Desculpa Mariano, sei que você e Alice estão tentando se reconciliar, mas a verdade é que tenho inveja da sorte que ela tem em ter alguém tão dedicado e apaixonado ao lado dela.

- Mas vocês eram amigas!

- Amizade não impede que surjam sentimentos por pessoas do mesmo ciclo.

- Paula, eu e a Alice já estamos nos separando. Na verdade, ela está muito melhor sozinha do que comigo.

- Porque diz isso? Você é um homem e tanto.

- Sou? Um homem que não deseja mais a própria mulher e passa horas no trabalho porque sabe que a chefe vai estar por lá para que possa ao menos olha-la todos os dias, não é um homem e tanto.

Naquele momento, Paula percebeu que Mariano estava saindo tarde da empresa nos últimos dias por sua causa e ela não pensava em mais nada a não ser agarrar aquele homem ali mesmo. O horário do show estava próximo, mas os dois não estavam olhando para o relógio e sim para a boca um do outro.