Capítulo 9

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Meus pais foram dormir cedo e assim que a porta do quarto se fechou, eu corri para o meu. Queria logo abrir a caixa que carregava debaixo do braço, mas esperei mais um pouco até que ele finalmente respondeu a ligação.

— Já posso abrir? — Perguntei já abrindo a embalagem feita por minha mãe.

— Não, espera. — Ele se levantou da cama e largou o aparelho. Quando voltou, carregava a caixinha que foi entregue. Senti-me péssima comparando as embalagens. — Pronto.

Ele coçou os olhos e depois ajeitou os cabelos para trás. O cabelo dele tinha crescido tanto.

— Está pronto? — Ele concordou e rapidamente abri a caixa.

Um cheiro forte de perfume saiu de dentro dela direto em meu rosto. Era o perfume masculino mais cheiroso que já tinha sentido em minha vida.

Puxei o que havia la dentro e me assustei quando abri, era o moletom favorito dele. Basicamente em quase em todas nossas chamadas ele a usava.

— Não acredito! — Eu cheirei a blusa e o seu perfume estava em peso.

— Agora você pode me ter perto de alguma maneira. — Ele sorria enquanto me via abraçando a blusa.

— Mas é a sua favorita.

— Quando nos vermos, você me devolve.

— Você já ouviu dizer que as mulheres amam os moletons dos homens? Então, pode esquecer que agora é minha.

— Experimenta.

— Não, não quero que perca o seu cheiro.

— Quero ver como fica em você.

Deixei o celular em pé encostado em alguns livros e vesti. Mesmo estando um calor feroz do lado de fora, eu dormiria o usando com toda certeza. Pelo menos eu saberia como seria dormir sentindo ao menos o seu cheiro.

— Você ainda não abriu o meu presente. — Resmunguei quando voltei para cama.

— Ficou melhor em você do que em mim.

— Anda, abre.

Ele fez o que eu disse e finalmente abriu a caixinha. Vi os seus olhos brilharem enquanto ele colocava o relógio no punho.

— Eu amei.

— É simples, mas...

— É perfeito. — Ele interrompeu rapidamente.

Sorri satisfeita.

Ele puxou o bilhete e senti o meu coração disparar. Pela primeira vez estava com medo. E se ele rejeitasse? O que eu faria?

Nervosa enfiei as mãos no bolso e senti algo estranho.

— Acho que você esqueceu algo no ...

Puxei o que quer que estivesse ali e tomei um susto quando vi a caixinha vermelha aveludada em minhas mãos.

Quando olhei para Jae, o seu sorriso era maior do que eu poderia imaginar. Os seus dentes perfeitos desenhavam o sorriso perfeito.

Ele apontou o queixo para que eu fosse em frente e abrisse.

Eu sabia o que normalmente vinha naquelas caixinhas.

— Para eu aceitar o seu coração, você precisa aceitar o meu primeiro.

Fiquei sem ar quando olhei para o anel prateado com um pequeno desenhado no centro. Quando o tirei, as iniciais JM estavam cravadas dentro dela.

— Isso é sério?

Ainda não podia acreditar.

— Mais sério impossível.

— Mas Jae...

— Não tem mais, tudo o que você escreveu aqui, eu sinto o mesmo. Temia que não fosse recíproco, principalmente por estarmos tao longe, falar um idioma tao diferente...

— Seu inglês é perfeito agora. — Não tinha notado que chorava até minha voz sair embargada.

— Graças a você. — De cabeça baixa ele riu. — eu prometo que darei um jeito de te ver. O mais breve possível. Aliás, espera aí. Acabei de receber a agenda do ano que vem.

— Onde estará no final de Janeiro? Já sabe?

— Já sim, mas preciso confirmar, por que? — Ele tirou os olhos do computador para me olhar.

Não sabia se seria uma boa ideia, mas ...

— Eu tenho dois ingressos para um show e não queria ir sozinha. — Mostrei os ingressos e sorri. — E será nos Estados Unidos.

Jae olhou mais de perto e voltou para o computador.

Comecei a roer as unhas enquanto esperava e tomei um susto quando ele saltou da cadeira.

— O que foi?

— Duas coisas.

— O que? — Ele ficou em silêncio e tive que pressionar. — Me conta.

— A primeira surpresa.

— Ahhhhh! — Resmunguei e fiz careta.

— A segunda que você já tem companhia para o seu show.

— Jura?

— JJ vai fazer show uns dias antes na mesma cidade, acho que posso aumentar mais uns dias e ficar para te ver.

— NÃO! Você jura mesmo? Não está mentindo né?

— Por que eu mentiria com uma coisa? — perguntou rindo.

— Eu vou mesmo te conhecer?

— Tecnicamente, você já...

— Eu digo, pessoalmente.

— Sim, eu vou fazer o possível e o impossível.

— Eu queria gritar, mas meus pais já estão dormindo. — sussurrei fazendo Jae rir mais ainda.

Eu mal podia acreditar que em um mês finalmente ia conhecer Jae.

As borboletas já se reviravam em meu estômago de antecedência.

— Não vai me contar a outra coisa também?

— Ainda não, não posso dar certeza.

— Você adora me deixar curiosa.

— Virou um habito. — desdenhou

— Pois pode parar, odeio ficar curiosa. — bocejei alto e Jae gargalhou.

— Alguém está com soninho.

— Eu que não sou.

— Está muito tarde ai, melhor você dormir.

— Quero falar mais com você. — Fiz careta, mas irresistivelmente deitando na cama.

— Eu fico aqui até você dormir.

— Promete?

— Se quiser eu até canto para você dormir mais rápido.

— Eu adoraria.

E naquela noite fui embalada pelo cheiro e a voz incrivelmente doce de Jae. Era uma das vozes mais lindas que já tinha escutado. Dormi facilmente sonhando com a sua canção. 

Ele é um idol ♪ BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora