Capítulo 8

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Naveguei pela internet por dias a fio tentando encontrar os presentes perfeitos, mas faltando apenas duas semanas para o natal, a única coisa que eu tinha escolhido era o que usar na noite de natal.

Era muito difícil comprar presentes sem ter nenhuma base do que a pessoa poderia querer, esse era nosso maior erro na hora de dar presente, nunca perguntar o que ela queria, mas, talvez fosse isso que a deixasse tao surpresa.

Faltava muito pouco e parecia que eu era a única demorando tanto já que durante os dias a campainha tocava várias vezes e muitas caixas já enchiam a base da árvore.

Rodei a casa mais uma vez tentando escolher alguma coisa para cada um dos meus pais decidida a fazer a compra naquela noite.

Depois de mais uma olhada, consegui escolher, mas o que fez minha cabeça explodir era o que eu poderia dar para Jae já que parecia que ele já tinha tudo. Pelo menos era o que parecia quando estávamos conversando.

Ele não tinha rede social então não tinha como dar uma olhada, as roupas que ele usava pareciam caras e muito estilosas, nunca acharia algo no mesmo nível com o meu orçamento, ele usava brincos, mas não saberia comprar algo do tipo, sapatos estava no mesmo nível da roupa e depois de rodar tanto em um site que pudesse fazer entrega internacional, pouco confiante escolhi um relógio que ele talvez poderia gostar. Tentei compensar o simples presente com um bilhete que escrevi com todos os meus mais sinceros sentimentos. Eu não podia escrever a mão, mas digitei como se estivesse dando para o que era mais precioso para mim, o meu coração.

🎵

Era manha do dia 24 quando falei com Jae uma última vez, ele estava na casa dos pais para o final de ano e logo seria meia-noite lá. Ele comemoraria o natal enquanto eu ainda estava preparando o jantar. Estava ansiosa para que ele abrisse o meu presente, mas ele disse que esperaria a hora certa para isso, com isso ele carregou o pacote até a casa dos pais para abrir lá. Por mim, ele teria aberto na mesma hora que foi entregue.

Juntei-me a minha mãe para preparar a ceia. Como seria apenas nós três aquele ano, a quantidade de comida foi muito reduzida e com isso, menos trabalho. Fiquei como sempre com a torta de chocolate e as verduras, minha mãe cuidaria do resto.

O meu celular tocou quando o natal chegou do outro lado do mundo, mandei mensagem para Jae rapidamente desejando o feliz natal e perguntando se ele já havia aberto o presente, estava ansiosa demais para saber o que ele tinha achado, mas a sua demora para responder só me deixou mais nervosa.

Levou alguns minutos para ele responder finalmente, longos minutos, a resposta veio com uma foto dele em frente a uma enorme árvore de natal usando um gorro, mas não vi sinal de usar o relógio, depois de ler a mensagem logo abaixo entendi o motivo.

"Vamos abrir nossos presentes juntos!"

"Que presente?"

"Não recebeu o meu presente? Eu tinha certeza que tinham entregado não faz muito tempo"

Eu larguei o celular e me joguei debaixo da árvore puxando todos os pacotes que enchiam a base dela e verifiquei cada uma delas.

— Melissa, ainda não é hora de abrir os presentes. — Escutei a voz da minha mãe gritando da cozinha e me encarando de longe.

— Chegou alguma coisa em meu nome? Sei lá, algo que fosse escrito em outro idioma ou algo do tipo?

— Chegou um pacote estranho mesmo, mas achei que talvez fosse algo que seu pai tinha comprado algo para você de fora, embrulhei e coloquei o seu nome.

— A senhora devia ter me avisado, como vou saber qual deles é? Os três estão da mesma cor. — Bufei olhando para três caixas quase do mesmo tamanho.

— Vai ter que esperar. — Ela deu os ombros e tive que respirar fundo para não ficar brava, afinal não era culpa dela que era regra embrulhar tudo que chegasse para ninguém espiar.

Grunhi de frustração e acabei roendo as unhas a maior parte do tempo olhando para os pacotes tentando adivinhar quais deles seria o presente de Jae e o que seria, ele nunca tinha mencionado em me enviar nada, então eram mil e uma possibilidades. Claro que ele ficou feliz já que eu não poderia espiar antes do tempo, teria que abrir junto com ele e de preferência em videochamada porque ele queria porque queria ver minha reação.

O máximo que eu poderia fazer era esperar, mas era difícil quando tudo o que eu mais queria era abrir aquela caixa.

Meus pais puxaram conversa enquanto jantávamos com o computador do outro lado da mesa com os meus avos na chamada. Era estranho passar aquela data ao lado deles, mas era o mais seguro para eles, pelo menos até a vacina chegar. E era o mais se falava nos últimos dias.

— Você está quieta hoje. — Meu avô comentou do outro lado da tela.

— O namorado dela mandou presente para ela e está doida para abrir.

— Pai. — Reprendi-o com os olhos furiosos. — Não tenho namorado.

— Desde quando minha princesa está namorando e não me contou?

— Eu não estou namorando, vó. — Virei para a câmera e sorri para o doce sorriso que minha vó me dava. Por que não podia aceitar que eu não era como ela queria. Enquanto minha mãe me incentiva a estudar, os outros se preocupavam mais se eu estava namorando ou não.

— Eu já posso sair da mesa? — Perguntei terminando o meu jantar.

— Claro, nós já vamos.

Eles me dispensaram mais rapidamente, por sorte, eu podia secar os presentes mais um pouco.

"Já acordei." — Era possível ouvir o bocejo de Jae ao ler a mensagem.

"Não estou liberada ainda :("

"Me avisa quando estiver, vou dormir mais um pouco zzzzz"

— Podemos abrir agora? — Perguntei assim que meus pais se aproximaram e sentaram no sofá.

— Podemos, antes que você tenha um troço de tanto esperar. — Meu pai gargalhou puxando umas das caixas e entregando para minha mãe.

Eu ignorei totalmente o romance todo deles e puxei as minhas caixas animada e com as mãos tremendo de tanta ansiedade.

A primeira caixa que abri tinha um casaco enorme de frio, cheio de pelos na toca e incrivelmente pesado.

— Sério? — Ergui as sobrancelhas olhando para minha mãe que ria. — A gente nem tem frio o suficiente para usar isso.

— Abra o presente do seu pai agora e tudo vai fazer sentido. — Ela apontou para a menor caixa, então ela sabia qual era a caixa que Jae me mandou, só não quis falar. Empurrei a terceira para trás de mim e comecei a desembrulhar a menor.

— Não vai abrir aquela? Quero saber o que mandam para você.

— Vou abrir depois, mais tarde talvez.

Fiquei surpresa quando puxei um tecido no meio de tanto papel e vi que a camiseta era da minha banda favorita. Fiquei feliz, mas não esperava que meu pai fosse me dar tal camiseta já que não gostava muito quando eu preferia ouvir rock do que as musicas que normalmente ele e minha mãe gostavam. Aquele era um sinal muito bom.

— Obrigada pai. — Eu abracei a camiseta a encostando em meu rosto e sentindo o cheiro de tecido novo. — Só não entendi porque a camiseta tem a ver com o casaco, só se...

— Olha direito. — Meu pai falou mais alto e fui impossível não olhar de novo com o seu olhar sério me encarando.

— Calma, calma.

Tirei o restante dos papéis e um envelope estava no fundo, não esperei que falassem nada e puxei o que havia ali dentro.

O meu coração palpitou forte quando vi que carregava em minhas maos dois ingressos para a turnê do One Ok Rock nos Estados Unidos.

— É mentira, né?

— Eu ouvi a sua reclamação desde a última vez que eles vieram e você não foi no show. Sua mae e eu conversamos e decidimos que dessa vez você irá.

Meus olhos se encheram e meu sorriso refletiam o deles, a única coisa que consegui fazer foi abraçá-los e chorar de emoção.

Ele é um idol ♪ BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora