Capítulo 27

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Fui seguida por cinco dos oito dos seguranças que estavam na porta. O mesmo carro que tinha me trazido até aqui, era o mesmo que estava à minha espera. Tentei ter um ótimo contato com Jungkook uma última vez, mas foi impedida de qualquer outro contato, até mesmo de manter qualquer uma de nossas fotos ou contato, só me deixaram ir embora quando certificaram que não havia mais formas de eu entrar em contato.

Bufei quando devolveram meu celular destruindo toda minha privacidade, o que era inútil porque a maioria das fotos que apagaram eu tinha revelada em um álbum em casa.

Quando olhei para o céu percebi que o sol começava a nascer, a noite tinha passado com um flash e mal tinha digerido o que tinha acontecido, talvez estivesse sonhando, poderia facilmente ter dormido naquela viela e estava tendo sonhos estranhos.

Um rosto familiar surgiu em uma janela distante, Jungkook batia contra o vidro gritando qualquer coisa que era impossível ouvir, ele estava tão longe que não consegui nem ler os seus lábios, queria dizer alguma coisa, mas um dos seguranças me empurrou para dentro do carro e trancando a porta atrás de mim.

Afundei meu corpo no banco em lágrimas, não podia acabar daquele jeito. Ainda estava com raiva dele por ter mentido, mas não queria que a última vez que o visse fosse daquela maneira.

No aeroporto, apenas um dos homens me acompanhou para não chamar a atenção, ele tentou me oferecer alguma coisa para comer, mas estava arrasada demais para conseguir comer alguma coisa. Não lembrava a última vez que tinha colocado algo para dentro, mas agora, um bolo enorme impedia que algo fosse ingerido.

Ao entrar no avião, fechei os meus olhos e tentei dormir. Depois de chorar por tanto tempo, estava exausta e só o calor da cadeira conseguiu me manter dormindo por mais de duas horas.

Tinha planejado tantas coisas para aquela viagem, a comemoração do natal, o do nosso namoro, passeios e talvez algumas viagens ao redor. Achei que conseguiria ficar três meses saboreando o máximo que poderia já que ele nunca podia ficar muito tempo em casa, então pensava que indo até ele teríamos mais tempo, achei que poderíamos finalmente andar como um casal normal, pensei em até mesmo comprar aquelas roupas iguais para andarmos combinando e experimentar a culinária coreano assim como ele fez em casa, mas não tinha feito nem 1%.

Achei que ele ficaria feliz em me fez, iremos rir muito da surpresa, que seguraria minha mão e me levasse para conhecer seus pais e irmão e depois poderíamos ir para a sua casa ou hotel e matar aquela saudade que sentia de tê-lo dentro de mim depois de tanto tempo, mas tudo tinha sido destruído em menos de 24 horas. Eu não teria nunca mais e nada que sonhei iria acontecer, nunca.

Acordei chorando dessa vez.

🎙️

Sentia-me tão culpada por ter causado transtorno em minha família que mal conseguia encará-lo.

Quando cheguei na nova casa, todos os nossos móveis já estavam lá. Ouvi minha mãe dizer para uma tia que foram obrigados a se mudar durante a madrugada porque parecia que a nossa casa tinha virado ponto turístico ou incrivelmente ponto para escrever xingamentos. Ela não chegou a dizer o que poderia ter sido pichado em nosso muro, mas eu tinha uma vaga ideia.

Meu pai teve que fechar sua loja porque estávamos longe demais e não teria como viajar mais de duas horas todos os dias para trabalhar, minha mãe conseguiu se manter no emprego apenas porque tinha ficado com as aulas onlines, e... nossa casa que meu pai batalhou tanto para construir agora estava a venda enquanto morávamos em uma casa distante da cidade e que era provavelmente de um estranho qualquer. Mesmo com os nossos móveis e na mesma posição que ficavam, ainda não sentia estar em casa.

O Natal chegou e fiquei sozinha em casa. Meus pais foram visitar os meus avós e não quis ir, agora eu era a vergonha da família e tinha certeza que aquilo seria o assunto por toda a noite. Preferia evitar mais estacas no peito.

Quando os fogos explodiam no céu, estava na cama tentando dormir. E assim foi o ano novo também.

Meu celular não existia mais, desde que parti da Coréia nunca mais o liguei, estava dentro da mala que ainda não tinha desfeito. Meu notebook servia apenas para rodar filmes ao lado da minha cama, nunca mais tive vontade de acessar email ou reabrir novas redes sociais, na verdade, eu nem mesmo tinha vontade de puxar um livro da estante para ler.

Uma noite quando sai do quarto para ir ao banheiro, acabei entrando sem querer no quarto dos meus pais que se assustaram com minha presença repentina.

— Desculpa!

Corri de volta para o quarto, ainda não tinha me acostumado com a casa e me sentia perdida sempre que não focava. Acabei agarrada em meu travesseiro novamente em prantos.

🎙️

— Mel, você pode vir aqui um minuto?

Minha mãe não gostava muito, ela sabia que eu queria meu espaço, por isso ela não cobrava tanto. Estava feliz por isso e mesmo eu não saindo do quarto, ela sempre trazia alguma coisa me forçando a comer mesmo sem fome.

Arrastei para fora da cama e fui até a sala.

— Que foi? — Ainda estava sonolenta mesmo sendo de dia.

— Temos um presente para você. — Meu pai sorriu enquanto erguia uma caixa.

— Mas ainda nem é meu aniversário. — Sentei no sofá e encarei a caixa desconfiada.

— Eu sei, mas queríamos dar alguma coisa para você se animar. —Alisando meus cabelos, minha mãe sorriu. — Sei que ainda não quer conversar sobre e vamos respeitar, mas você precisa começar a sair daquele quarto.

— Alguém está impaciente aqui. — Um ruído estranho soou de dentro da caixa e um pequeno filhote de cachorro saltou para o meu colo.

— Surpresa! — Meu pai disse rindo com a surpresa estragada.

— Um cachorro? Mas vocês nunca me deixaram ter um cachorro.

O filhote marrom pulava alegremente em meu colo e tentava lamber o rosto me causando risadas.

— Bom, o nosso quintal agora é grande o suficiente para ter um agora. — Dando de ombros, meu pai sorriu e acariciou a cabeça do cachorro. — E nosso vizinho implorou para que adotasse um.

— Eu posso mesmo ficar com ele?

Minha mãe acenou e acabei sorrindo como não fazia a muito tempo. O rabo do filhote balançava rapidamente por estar empolgado, ele pulou do meu colo e começou a correr pela casa.

— Só o mantenha distante do meu pomar. — Avisou meu pai sério.

Olhei-o chocada, estava perdendo tanto assim? Desde quando meu pai tinha um pomar? Quando ele começou a plantar que não vi ou ouvi nada.

— Pode deixar.

Não queria que ele achasse que tinha perdido a realização do seu sonho, mas ainda estava chocada. Meu pai desde muito tempo dizia que queria uma casa grande e com um quintal enorme que fosse suficiente para ele plantar assim como na sua cidade natal, ele amava plantação e sentia falta e agora sabe que ele podia fazer isso me deixou feliz.

— Já escolheu um nome para ele?

— Jae.

A escolha foi espontânea, o nome saiu dos meus lábios sem querer e a escolha fez meus pais se encararem, mas eu sabia que aquela era a escolha que eu faria de qualquer jeito. 

Ele é um idol ♪ BTSOnde histórias criam vida. Descubra agora